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Facebook apresenta novas medidas para proteger dados

Controles técnicos e comitê de supervisão estão entre as propostas da plataforma, que pretende equiparar sistemas de privacidade a rigor de seus controles financeiros


24 de julho de 2019 - 14h22

A fim de garantir maior proteção de dados, o Facebook pretende introduzir mais controles técnicos à plataforma, adotar novas abordagens capazes de documentar com mais detalhes as decisões da empresa e revisar os sistemas da rede social. O comunicado, assinado por Colin Stretch, vice-presidente jurídico responsável por supervisionar a equipe de advogados do Facebook, ainda afirmou que a plataforma deve contar com um novo comitê de supervisão, com objetivo de reunir a cada trimestre diretores da rede social aptos a garantirem que o programa em prol da proteção de dados está agindo corretamente. Todos os esforços estão sob a supervisão da Comissão Federal de Comércio, órgão de defesa do consumidor dos Estados Unidos, a FTC (sigla em inglês). 

 

(Crédito: Pixabay/Pexels)

O anúncio é feito após acordo de US$ 5 bilhões em multas do FTC com o Facebook, determinado em julho deste ano, por causa do uso indevido de informações pessoais de usuários. Em 17 de março de 2018, os jornais New York Times e Guardian divulgaram que milhões de pessoas tiveram suas informações vazadas para a empresa de marketing Cambridge Analytica, em tempos de movimentações políticas nos Estados Unidos e na União Europeia. O caso teve impacto nos negócios da plataforma, fosse entre usuários, stakeholders, acionistas ou anunciantes.

Segundo Colin Stretch, o nível de responsabilidade exigido pelo acordo com a FTC ultrapassa o que é estabelecido pela lei em vigor nos Estados Unidos. “A resolução introduz processos mais rigorosos para identificar riscos de privacidade, mais documentação sobre esses riscos e mais medidas para garantir que estejamos em conformidade com os novos requerimentos”, escreveu. No futuro, de acordo com o vice-presidente jurídico, a abordagem em relação à privacidade de dados será equivalente aos controles financeiros da plataforma, com um processo exigente de design e de certificações individuais.

As investigações da Comissão Federal de Comércio, que tiveram início após eventos ligados à Cambridge Analytica, implicaram na queda de confiança entre o Facebook e os seus usuários. “O acordo não é apenas para reguladores, mas para reconstruir a confiança com as pessoas”, falou Colin.

Em julho de 2018, a rede social revelou algumas falhas em seus sistemas, que permitiam que alguns parceiros continuassem a acessar dados para fornecer funcionalidades do Facebook nos produtos deles. No ano passado, a plataforma implementou medidas com o intuito de estar de acordo com os padrões exigidos pela Lei Geral de Privacidade de Dados, da União Europeia. O Facebook, além de encerrar uma série de aplicativos, deu mais controle para as pessoas controlarem seus dados.

Também terminou a investigação sobre o Facebook pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em Inglês), que alegava que a plataforma deveria melhorar seus processos a fim de garantir uma comunicação apropriada a investidores da rede social em casos de abusos como o da Cambridge Analytica. “Compartilhamos o interesse da SEC de garantir que sejamos transparentes com nossos investidores sobre o risco material que incorremos e já atualizamos nossa comunicação e nossos controles nessa área”, disse. O Facebook, como parte do acordo com a comissão, concordou pagar um multa de US$ 100 milhões.

*Crédito da foto no topo: Pixabay / Pexels

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