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Facebook cria cargo de VP de direitos civis nos EUA

Posição será ocupada pelo advogado Roy Austin Jr. que participou do governo de Barack Obama


12 de janeiro de 2021 - 6h00

Advogado Roy Austin Jr. assume a nova vice-presidência da companhia (Crédito: Divulgação/Facebook)

O Facebook criou o cargo de vice-presidente de direitos civis. A nova posição será ocupada por Roy Austin Jr, advogado e defensor dos direitos civis  que, de 2014 a 2017, participou do conselho de política doméstica na Casa Branca, durante o governo de Barack Obama.

A criação do cargo é uma resposta às demandas feitas por entidades ligadas aos direitos civis dos Estados Unidos, como a Anti-Defamation League e NAACP (sigla de Associação Nacional pelo Progresso de Pessoas de Cor), que no ano passado encabeçaram o movimento #StopHateForProfit, que pedia aos anunciantes que retirassem sua publicidade da rede social por um mês (no caso, em julho de 2020). Entre os pedidos das entidades à rede social estava a criação de uma liderança específica para as pautas de diretos civis.

A contratação de Austin Jr. foi anunciada nessa segunda-feira, 12, com a proposta de levar para dentro da companhia um maior entendimento sobre as demandas e necessidades dos negros e de outros grupos marginalizados. “Além de contratar Roy Austin como nosso VP de Direitos Civis, também estamos trabalhando para trazer mais expertise sobre o assunto em nossas áreas centrais. Nós estamos em processo de desenvolvimento de treinamentos sobre direitos civis aos nossos funcionários e de desenvolvimento de políticas e produtos sobre o tema, em parceria com o escritório de advocacia de direitos civis Relman Colfax”, declarou o Facebook, em comunicado.

A criação do cargo acontece em um momento urgente nos Estados Unidos, com a nação lidando com a insurreição ocorrida no Capitólio, na semana passada, um ato que foi parcialmente instigado pela retórica raivosa presente nas mídias sociais. A invasão deixou cinco mortos em Washington D.C e aterrorizou os membros do Congresso. Muitos dos presentes no ano são usuários ativos das redes sociais. O próprio presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi considerado um desses instigadores, por conta do tom de suas publicações no Facebook e Twitter (essa última rede social, inclusive, baniu definitivamente a conta de Trump na última sexta-feira, 9).

Em junho de 2020, diversas entidades ligadas aos direitos civis se reuniram com o Facebook para alertar sobre a forma como grupos violentos vinham usando a plataforma para disseminar discursos de ódio e instigar a violência nas ruas na época em que diversas cidades dos Estados Unidos viam crescer as manifestações pelo assassinato de George Floyd, que acabou suscitando debates e protestos sobre violência policial e racismo. Na época, Donald Trump usou as redes sociais para comentar sobe os protestos e publicou que, quando começassem os saques, também começariam os tiros, instigando a repressão violenta por parte da polícia. Executivos do Facebook fizeram reuniões com representantes das entidades e uma das principais reivindicações era a contratação de um executivo responsável pelo atendimento às pautas e aos assuntos relativos aos direitos civis.

O novo VP de Direitos Civis
Antes de ser contratado pelo Facebook, Roy Austin Jr. era sócio do escritório de advocacia Harris, Wiltshire & Grannis LLP, especializado em defesa criminal e direito civil. Com mais de 25 anos de experiência na área, Austin iniciou a carreira como advogado da seção criminal da divisão dos direitos civis o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

No governo de Barack Obama, o advogado ocupou diversas posições, sendo, até 2014, procurador geral adjunto da divisão de direitos civis do departamento de justiça. De 2014 a 2017 trabalhou no conselho de política doméstica da Casa Branca, como assistente adjunto do presidente para o escritório de assuntos urbanos, justiça e oportunidades. Nessa função, foi co-autor de um relatório sobre big data e direitos civis, trabalhando na “Task Force on 21st Century Policing”, de Obama. Também ajudou a desenvolver outros programas de governo, como a “Police Data Initiative” e foi membro da “My Brother’s Keeper Task Force”.

Com informações do Advertising Age

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