Empreendedorismo é princial fonte de faturamento de creators
Pesquisa da FGV Comunicação Rio em parceria com Hotmart mapeia perfil, motivações e receitas dos criadores de conteúdo
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Meio & Mensagem
26 de novembro de 2024 - 6h00
O empreendedorismo é, atualmente, a maior fonte de faturamento mensal dos criadores de conteúdo, seguido pela comercialização de produtos digitais. Os dados são da pesquisa “O impacto socioeconômico dos negócios digitais da Creator Economy no Brasil” da FGV Comunicação Rio em parceria com a Hotmart.
O levantamento detalha o perfil dos criadores de conteúdo no Brasil e mapeia tendências no modelo de negócio dessa profissão.
Segundo os dados, a maioria (54%) dos entrevistados lista “ser empresário/empreendedor” como sua principal fonte de faturamento mensal. A venda de produtos na Hotmart ocupa o segundo lugar, apontado por 42% dos creators como sua principal fonte de faturamento.
Em seguida, estão: ser autônomo ou freelancer (29%), venda de infoprodutos em outras plataformas (14%), trabalho fixo registrado (13%), combinação entre salário fixo com rendas complementares (13%), entre outras modalidades. O patrocínio de marcas representa a principal fonte de faturamento para 3% dos entrevistados.
Segundo análise da FGV, em 2023, 45% afirmava que a principal fonte de renda era a venda na Hotmart. A mudança reflete busca por maior independência financeira no empreendedorismo. Ainda assim, os produtos mantêm relevância entre os creators. Dos entrevistados, 32% quer expandir suas fontes de negócios para incluir a venda de produtos físicos.
O faturamento mensal na venda de produtos atualmente está na média de R$ 6.674. De acordo com o estudo, creators que trabalham como pessoas jurídicas recebem mais: cerca de R$ 10 mil por mês.
Conforme os dados, neste ano, 389 mil pessoas foram empregadas direta ou indiretamente na venda de produtos via Hotmart, número 30% maior do que em 2023.
Enquanto 32% afirmam investir menos de R$ 1 mil em tráfego pago mensalmente, 18% investem entre R$ 1 mil e R$ 5 mil, 7% destinam entre R$ 5 mil a R$ 10 mil para esse objetivo e 4% investem entre R$ 10 mil e R$ 10 mil. Outros 4% desembolsam mais de R$ 50 mil no mês. Já 31% negam investir no impulsionamento de conteúdo.
Em 2023, o percentual dos que investiam entre R$ 0 a R$ 5 mil eram mais altos, assim como os que afirmavam não destinar dinheiro para esse objetivo.
O levantamento também identificou tendências ligadas ao uso da tecnologia na produção de conteúdo. Dos consultados, 80% diz usar inteligência artificial para criação e edição de texto, 44% usa para criação de imagens e vídeos, 39% utiliza a IA para edição de imagens e vídeos e 27% para criação e edição de áudios.
Dos criadores de conteúdo, 58% são homens e 42% mulheres. A maioria (62%) se autodeclara branco, enquanto 25% afirma que é pardo, 10% preto e 2% optou por não informar.
Há uma concentração de profissionais na faixa etária entre 22 e 44 anos: 14% possui entre 25 a 29 anos, 18% está na faixa dos 30 a 34 anos, 24% tem entre 35 a 39 e 19% possui entre 40 a 44. Em 2023, 46% dos entrevistados tinham menos de 40 anos. Hoje, são 61% do grupo.
A maioria (59%) tem ensino superior completo, 23% é graduado no ensino médio e 16% possui mestrado ou doutorado. Segundo análise da FGV, esses dados indicam profissionalização do segmento.
A receita advinda da criação de conteúdo é um grande motivador para muitos dos entrevistados que optaram por ingressar no segmento. Cerca de 33% buscava nova renda e 20% queria aumentar sua renda ou o salário atual. Outras motivações envolvem liberdade de tempo (20%), liberdade geográfica (16%), vontade de empreender (13%), entre outras.
Para a pesquisa, a FGV realizou entrevistas por telefone com 612 criadores de conteúdo que comercializam produtos na Hotmart. As entrevistas foram feitas entre 26 de agosto a 4 setembro de 2024. Adicionalmente, a fundação cruzou os dados com projeções de mercado e dados internos da Hotmart.
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