Com foco em pessoas, Forbes Brasil completa dez anos
Durante seus 10 anos no Brasil, a Forbes se transformou editorial e comercialmente, com a diversificação de conteúdo, formatos e plataformas
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Amanda Schnaider
17 de novembro de 2022 - 17h40
Há pouco mais de dez anos, em agosto de 2012, chegava ao Brasil a Forbes, revista estadunidense de negócios e economia. A publicação entrou ao mercado brasileiro com o intuito de seguir o mesmo padrão editorial que fez a sua marca-mãe conquistar seriedade e credibilidade nos seus 100 anos de história.
Nesses dez anos de presença no País, a revista evoluiu tanto comercialmente quanto editorialmente. Além de suas famosas listas de bilionários, reportagens e entrevistas com grandes nomes do mercado nacional, como o jogador Ronaldo e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a Forbes Brasil passou a englobar outros temas em seu noticiário, como o mercado de tecnologia, inovação, agro e lifestyle.
Apesar disso, em entrevista ao Meio & Mensagem, Antônio Camarotti, publisher e CEO da Forbes Brasil, conta que o início da jornada da publicação no País não foi fácil. “Quando decidimos que iríamos lançar a Forbes no Brasil, tínhamos um desafio muito grande de como se diferenciar de outros títulos de negócios que já existiam no mercado, que já estavam muito bem estabelecidos, que pertenciam a grandes grupos editoriais”. Confira a entrevista completa abaixo:
Meio & Mensagem – A Forbes chegou no Brasil em 2012, de lá para cá de que forma o veículo evoluiu? Qual é o momento atual do veículo em termos de negócios, faturamento, receita?
Antônio Camarotti – Quando decidimos que iríamos lançar a Forbes no Brasil, tínhamos um desafio muito grande de como se diferenciar de outros títulos de negócios que já existiam no mercado, que já estavam muito bem estabelecidos, que pertenciam a grandes grupos editoriais. Ali, decidimos que teríamos uma linha editorial positiva e propositiva e que iríamos focar muito mais em pessoas do que em empresas. Eu lembro de ter cunhado uma frase naquele momento que dizia “Antes de falar do CNPJ, vamos falar do CEP”. Histórias inspiradoras de pessoas de sucesso. O que elas estão fazendo que está transformando os negócios delas, Brasil e o mundo. O veículo cresceu bastante nesses dez anos. Tomamos algumas decisões, que se mostraram acertadas ao longo do tempo. Uma delas foi essa de ter essa linha editorial positiva e propositiva, investimos em algum momento, posso dizer até que tardiamente no digital. O impresso continuou sendo, durante muito tempo, muito forte aqui dentro da Forbes. Dentro desse processo de transição do papel para o digital, alguns veículos ainda permaneceram fortes no impresso, a Forbes é um deles. As pessoas querem tê-la em mãos. A Forbes, por ter esse perfil de contar histórias inspiradoras, de personificar essas histórias, ela tem uma longevidade no impresso, o que a favorece em comparação a ouros títulos que perderam a relevância nesses últimos dez anos. Crescemos bastante na pandemia. Mais do que triplicamos a presença no digital, tanto no quesito audiência quanto no quesito faturamento. A nossa equipe totalmente dedicada ao digital cresceu muito. O Instagram da Forbes Brasil é o maior das 43 Forbes internacionais que existem, maior inclusive do que o da nossa matriz nos Estados Unidos. Temos 7 milhões de seguidores no Instagram da Forbes Brasil. Engajamentos que não são vistos em outros títulos e o que acabou se tornando um produto comercial para nós também. Quando vendemos um pacote de branded content, as nossas redes sociais representam um dos grandes assets desses produtos de branded content, de publieditoriais, que tem uma entrega 360, no site, na revista e em nossas redes sociais. Essa nossa, ainda que tardia, entrada no digital foi superada muito rapidamente com esses movimentos que fizemos.
M&M – Ao longo desse tempo, quais foram os desafios? Como vem lidando com a concorrência cada vez maior?
Camarotti – Os desafios foram enormes. Estamos numa indústria que passa por constantes desafios, basta olhar para trás, quando lançamos a Forbes, a Editora Abril era um gigante, com seus muitos títulos, com faturamento na casa dos bilhões de reais e ela passou por um processo de recuperação judicial, foi desmembrada e restaram poucos títulos daquilo que foi o maior publisher da América Latina. Isso, por si só, mostra todo o desafio que o segmento editoral passa, continua passando e passou. Eles não foram poucos. As muitas crises econômicas que vivemos nesse período, a migração de verbas publicitárias, que antes iam, quase na sua totalidade, para empresas tradicionais de mídia. Não só concorremos com os nossos parceiros de mídia impressa e digital, mas com criadores de conteúdo das muitas plataformas que hoje existem. Então, precisamos continuar nos reinventando, precisamos adequar a nossa linguagem a esses novos produtos, não podemos esquecer que jornalismo tem uma responsabilidade muito grande com a qualidade do conteúdo, o que nem sempre é praticado por esses outros criadores. Mas, eles estão ali disputando a atenção da audiência, então, precisamos ter uma linguagem moderna, ágil, atual e com a credibilidade que só um título como a Forbes consegue passar. Isso é um ponto muito importante do momento que nós estamos. Nesse mar de fake news, que hoje nos vemos, as pessoas olham para um título como a Forbes e sabe que o que elas estão consumindo ali é crível, é uma informação verdadeira, que foi checada, que tem toda uma responsabilidade de compliance nosso com os nossos princípios editoriais.
M&M – O veículo evoluiu comercialmente falando? Os contratos aumentaram?
Camarotti – Primeiro, tivemos que nos provar. Quando Forbes entrou no Brasil, em 2012, não foi a primeira passagem dela no mercado, ela tinha tido uma passagem anterior no Brasil, que não foi exitosa. Existia um hiato entre a saída e o relançamento, tanto que na matriz da Forbes, eles não consideram a primeira passagem como algo muito relevante. Eles olham para 2012 como a data que a Forbes entrou no Brasil. Tivemos um desafio de mostrar que nos éramos um veículo sério e com credibilidade editorial. Demorou um tempo para que isso fosse percebido pelo mercado, talvez pela experiência anterior que não tinha sido exitosa. Ao mesmo tempo em que fomos adquirindo essa confiança do mercado e dos leitores, houve um interesse genuíno de pessoas que queriam começar a aparecer na Forbes. Quando lançamos o título, procurávamos algumas personalidades para serem matéria ou capa, e aqui e ali ouvíamos um não como resposta, porque eles não sabiam o que seria a Forbes de 2012 para cá. Um ano e meio depois de lançada, já víamos um movimento inverso, pessoas e assessorias nos procurando de forma ativa e frequente, sugerindo pautas, uma personalidade para ser capa. Com isso, vem uma percepção de o quanto o veículo é desejado e, invariavelmente, isso é notado dentro dos decisores de verbas publicitárias, sejam os clientes finais, sejam as agências.
M&M – É perceptível que a Forbes investiu na diversificação do seu conteúdo ao longo dos anos, indo além somente dos negócios e da economia. Por que isso aconteceu?
Camarotti – Isso tem muito a ver com a minha percepção como leitor. Eu sempre tento me colocar no lugar do leitor. Eu sempre falo que a Forbes é muito mais do que uma revista que fala de pessoas ricas. Temos autoridade para falar de diversos assuntos, como lifestyle, por exemplo. A nossa seção de ForbesLife, que fala sobre diversos conteúdos, mas que a minha preocupação é: “Como os leitores percebem isso? Será que eles entendem que isso pode ser encontrado dentro da Forbes? E como possíveis anunciantes olham para a Forbes?”. Então, comecei a olhar para a publicação como um grande guarda-chuva, e começamos a verticalizar as linhas editoriais da Forbes. Usando o que tem de mais importante, que é a força do nome, sua credibilidade, o seu poder de atuação, fomos criando essas verticais. Hoje, você consegue, de forma muito clara, escolher um conteúdo que você quer ver dentro da Forbes. Temos o Forbes Money, que á a Forbes na sua essência, negócios, empreendedorismo, finanças; a Forbes Tech, que fala de tecnologia, inovação, tendências, metaverso, cripto, blockchain; Forbes Mulher, um conteúdo feito por e para as mulheres. É um sucesso essa vertical. Temos uma conta no Instagram que se aproxima de uma milhão de seguidores, uma coisa completamente orgânica, que foi lançada a um pouco menos de um ano e meio. Forbes Agro, temos uma obrigação de falar do campo, não só para o campo, mas contar para a cidade o que se faz no campo. Outro sucesso instantâneo. Fomos verticalizando esses conteúdos e percebemos que funcionou bastante isso, porque ficou muito mais fácil de os leitores se identificarem com aquele conteúdo nicho e muito mais fácil para os anunciantes que podem olhar para a Forbes como um grande guarda-chuva. Hoje, existem marcas que anunciam exclusivamente em uma vertical. Isso facilitou bastante a nossa relação com o mercado anunciante e com os leitores.
M&M – Recentemente, a Forbes Brasil tem investido em seu braço de eventos B2C e corporativos e na área de educação com programas em parceria com a FGV, Singularity University e a WIDE Education. Qual a importância que cada uma dessas áreas tem para o veículo atualmente?
Camarotti – Somos procurados com bastante frequência por marcas que querem realizar eventos cobranding com a Forbes, empresas de tecnologia, empresas do mercado financeiro. Eventos que não são necessariamente abertos ao público, mas, sim, para um público fechado de convidados. Realizamos muito eventos cobranded com essas marcas. Temos curadoria de conteúdo, os medidores são Forbes, os convidados e speakers são Forbes. Tem se mostrado um produto muito interessante para quem nos procura e para nós como fornecedores dessa inteligência e desse conteúdo. Depois que passamos o pior momento da pandemia, definimos a volta desses eventos presenciais. No primeiro trimestre de 2023, vamos ter um grande evento de tecnologia em São Paulo, para falar sobre tendências de blockchain, de cripto, de metaverso, o Forbes 3.0, com data a ser definida. O nosso braço de educação, percebemos ao longo desses últimos dez anos, que somos referência, que temos credibilidade, mas existe uma linha muito tênue entre o que é notícia e o que é educação. Vamos falar durante muitas vezes no dia sobre IPO, mas quantos dos nossos leitores entendem na essência o que é uma IPO? Ficou claro para nós que tínhamos que criar um conteúdo adicional para que essas pessoas pudessem adquirir um reportório maior do que elas possuem, sem necessariamente voltarem para uma escola ou universidade. Esses cursos que criamos com a FGV, com a Singularity University e o produto que vamos lançar agora até o fim do ano, que é o Forbes+, um produto de assinatura onde você vai entrar e poder adquirir repertório num sem fim de assuntos que você talvez domine, com curadoria Forbes, feito em parceria com essas empresas de educação, é um movimento muito importante para nós e que tem mostrado um resultado muito positivo.
M&M – Além disso, vocês vão lançar a Forbes Store, onde vão vender produtos, moda e acessórios, com a marca Forbes. Por que decidiram apostar nessa diversificação de negócios agora? O que pretendem com isso?
Camarotti – Percebemos isso de forma bastante orgânica. Há dois anos, numa edição de aniversário da Forbes, fizemos um kit, que foi enviado para alguns nomes da lista de bilionários, para alguns formadores de opinião, para alguns clientes e parceiros da marca. E um dos itens que ia nesse kit era um boné, que mandei fazer num fabricante tradicional de bonés, que faz os bonés dos times de basquete, beisebol e futebol americano. Um boné de extrema qualidade e que virou um objeto de desejo instantâneo. Não paramos de receber, até hoje, mensagens nos nossos canais de comunicação de pessoas perguntando onde elas podem comprar o boné da Forbes. É feito pela New Era. Isso vai ser um produto premium, vendido por um preço premium e temos certeza que vai ser um sucesso. Pelo fato de a marca ter se tornado muito cool, muito desejada, estamos lançando essa Forbes Store, onde vamos ter esses itens de vestuário, acessórios, acessórios para mesa de trabalho. Estamos bastante felizes. Já existe uma Forbes Store nos Estados Unidos, que está indo super bem, estamos replicando esse modelo aqui no Brasil. Quero crer que até março ela estará no ar. Um e-commerce, 100% online.
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