Formato Stories conquista todas as redes sociais
Com funcionalidade, plataformas visam criar um espaço para usuários compartilharem pensamentos corriqueiros e serem criativos
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Thaís Monteiro
14 de abril de 2020 - 15h29
Nesta terça-feira, 14, ao anunciar o lançamento de um Stories exclusivamente no Brasil, o LinkedIn, a mais corporativa das redes, contribuiu para a consolidação do formato stories nas principais plataformas sociais em uso. Popularizado pelo Snapchat, da Snap Inc., fotos e vídeos curtos que duram apenas 24hs já tomaram conta das plataformas do Instagram (2016), Facebook, Messenger e WhatApp (2017) e, mais recentemente, Twitter, que apresentou o Fleets no início de março. O Twitter, assim como LinkedIn, testa a ferramenta exclusivamente no Brasil. Segundo as plataformas, o Brasil é um grande produtor de conteúdo nos mercados em que elas operam. O Linkedin destaca que os brasileiros também são os que mais publicam vídeos. No total, eles representam 40 milhões de usuários.
O relatório do quarto trimestre de 2019 do Trends Report, da Socialbakers, indicou que o Stories já desbancou o feed de notícias dentro do Instagram em número de publicações. Atualmente, as três plataformas do Facebook possuem 500 milhões de usuários diários. Na opinião de Samantha Almeida, head de conteúdo da Ogilvy Brasil, um fator que contribuiu para a disseminação do formato foi a densidade dos smartphones no País (230 milhões de aparelhos, segundo pesquisa da FGV-SP) e seu manuseio pelas pessoas, que o seguram, geralmente, na posição vertical. “Deitar o celular, imitando a TV, para assistir a um vídeo não é tão natural quanto assistir a esse mesmo vídeo sem mexer em nada. Quando o conteúdo ocupa toda a tela, a experiência se torna melhor e isso aumenta consideravelmente a retenção do público”, explica.
Stories, uma oportunidade para as marcas
O LinkedIn já havia experimentado o formato vertical em novembro de 2018, quando lançou o Student Voices, nos Estados Unidos. O conteúdo, produzido por estudantes, era disponibilizado no topo da página inicial da rede social para uma lista de pessoas que pertenciam à universidade dos criadores do post. Diferentemente dos Snaps e Stories, os conteúdos do LinkedIn ficavam no ar por uma semana. A ferramenta não está mais ativa desde o ano passado. “A maioria das interações com as pessoas nos corredores das empresas e salas de reuniões são rápidas e espontâneas. O mesmo vale para o bate-papo rápido no café, em qualquer parte do mundo. Por isso, neste momento, testamos internamente o LinkedIn Stories e não vemos a hora de experimentá-lo com nossos usuários nos próximos meses”, anunciou Pete Davies, diretor de produto sênior do LinkedIn, em comunicado publicado em fevereiro, que revelava o desenvolvimento de um stories para a plataforma de networking.
Com o novo stories, os profissionais podem publicar fotos e vídeos de até 20 segundos com sua rede de contatos e esses contatos podem interagir com o usuário que publicou por mensagens privadas. Segundo Davies declarou, uma sequência de stories pode ser útil para compartilhar dicas, momentos importantes de um evento do trabalho e até mesmo para ajudar a incrementar o networking entre os usuários. O porta-voz do Twitter também resume as finalidades do modelo: “É uma forma de compartilhar algo mas efêmero de uma maneira mais casual”, coloca Mo Al Adham, gerente de produto do Twitter. O Twitter, assim como Linkedin, testa a ferramenta exclusivamente no Brasil.De acordo com o Twitter, a funcionalidade foi desenvolvida para pessoas que não se sentiam confortáveis em compartilhar pensamentos banais em seu perfil — sendo que, na timeline, eles ficariam expostos permanentemente. “Queremos tornar possíveis as conversas com menos preocupação e mais controle. O objetivo é facilitar que as pessoas compartilhem ideias e pensamentos corriqueiros na plataforma, sem preocupação com a visualização pública do engajamento ou com a permanência daquele post em seu perfil indefinidamente”, explica Mo Al Adham.
Base menor gera mais engajamento nos Stories
De tão popular, o Stories, do Instagram, tem potencial para se tornar uma rede social à parte, na visão de Yuri Mussoly, vice-presidente de criação da Mutato. “Saímos de um cenário em que as pessoas tinham um feed 100% focado na questão plástica, com muito uso de Photoshop, para uma realidade mais solta, flexível e com ponto de vista mais real sobre a vida das pessoas. Essa perfeição de antes se refletia em questões como a ditadura da beleza e outras imposições da sociedade. As marcas, agora, têm se permitido mais testes e experimentos, e vemos artistas e pessoas com menos pressão social para demonstrar um conteúdo perfeito, produzido e lindo. As plataformas permitem, inclusive, que você erre, porque são apenas 24 horas de duração e não há obrigação de deixar aquilo registrado para sempre”, reflete.
Nas próximas semanas, o LinkedIn irá disponibilizar formatos de anúncios para as marcas. Esse tipo de parceria já é possível na funcionalidade do Facebook e do Instagram. Ainda que no WhatsApp não seja possível uma marca se associar às publicações, Yuri nota que é um movimento entre microempresas. Seja micro ou grande, a recomendação de uso dos strories que os executivos destacam para as marcas, incluem: produzir histórias adequadas ao formato vertical e não adaptadas de filmes horizontes, oriundos de outros meios, como a TV, com qualidade e responsividade para o usuário de diferentes smartphones. ” É desafiador ser relevante em meio a histórias de amigos e, para não ser uma marca intrusiva, definitivamente a história publicada não pode ser um anúncio”, declara Almeida.
*Colaborou Bárbara Sacchitiello
**Crédito da imagem no topo: Novendi Dian Prasetya/iStock
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