Funcionários do Google têm planos de sindicalização
Sindicato será aberto a todos os funcionários e contratados de qualquer empresa da Alphabet
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Um grupo de funcionários do Google e de outras empresas da Alphabet anunciou a criação do Alphabet Workers Union com o apoio do Communications Workers of America (CWA), primeiro plano de sindicalização da história da empresa. O sindicato será aberto a todos os funcionários e contratados de qualquer empresa da Alphabet e irá coletar taxas, pagar a equipe de organização e ter uma diretoria eleita. Seu objetivo será lidar com questões desde os tipos de contratos que o Google aceita até a classificação dos funcionários e questões salariais e de compensação.
“Este sindicato se baseia em anos de organização corajosa dos funcionários do Google”, disse Nicki Anselmo, gerente de programa do Google, em nota. “Desde lutar contra a política de ‘nomes reais’, a se opor ao Projeto Maven, a protestar contra os pagamentos notórios e multimilionários que foram dados a executivos que cometeram assédio sexual, vimos em primeira mão que a Alphabet responde quando nós agimos coletivamente”.
O novo sindicato faz parte do projeto CODE-CWA (Coalition to Organize Digital Employees) da CWA, e os funcionários serão membros do CWA Local 1400, que representa os trabalhadores em Massachusetts, Maine, New Hampshire, Vermont e Califórnia. Antes de tornar o sindicato público, cerca de 230 funcionários e contratados do Google haviam assinado cartões em apoio ao grupo, que será somente para associados. Segundo o The New York Times, a nova organização representará apenas aqueles funcionários que ingressarem voluntariamente, incluindo temporários, fornecedores e contratados (conhecidos internamente como TVCs) que seriam excluídos pela legislação trabalhista da negociação coletiva convencional.
Algumas atitudes da bigtech não têm agradado seus funcionários, como o trabalho da companhia no Projeto Maven, que se trata de um esforço usar IA para melhorar os ataques direcionados de drones. A iniciativa gerou protestos entre os funcionários que consideraram o trabalho antiético. Além disso, 20 mil trabalhadores fizeram uma greve para protestar contra o ex-executivo Andy Rubin que recebeu um pacote de saída de US$ 90 milhões após ser acusado de assédio sexual. A empresa também demitiu o Dr. Timnit Gebru, um importante pesquisador de inteligência artificial, o que causou indignação dos funcionários, incluindo negros e pardos.
“Sempre trabalhamos muito para criar um ambiente de trabalho que dê suporte e recompensa para nossa força de trabalho”, disse Kara Silverstein, diretora de operações de pessoal do Google, em um comunicado. “É claro que nossos funcionários protegeram os direitos trabalhistas que apoiamos. Mas, como sempre fizemos, continuaremos nos envolvendo diretamente com todos os nossos funcionários”.
O anúncio da criação do sindicato chega um mês após o National Labor Relations Board apresentar uma queixa alegando que o Google demitiu ilegalmente dois funcionários, Laurence Berland e Kathryn Spires, que estavam organizando protestos contra a decisão da empresa de trabalhar com a IRI Consultants, uma empresa famosa por seus esforços antissindicais. O Google negou qualquer irregularidade, dizendo que apoia os direitos dos trabalhadores e que os funcionários em questão foram punidos por “violação grave de nossas políticas e violação inaceitável de uma responsabilidade confiável”.
Se a criação do Alphabet Workers Union se concretizar, seus membros dizem que comprometerão 1% de sua remuneração anual com o sindicato. Dinheiro que irá para o pagamento de taxas legais e organização de pessoal.
No início deste ano, pela primeira vez funcionários da indústria de tecnologia se sindicalizaram, quando trabalhadores da plataforma de crowdfunding Kickstarter votaram pela união com o Office and Professional Employees International Union Local 153, segundo informações da NBC.
*Atualizada às 16h27 com informações do AdAge
**Crédito da imagem no topo: PhotoMixLtd/Pexels
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