Geração Z é cética em relação a informações, marcas e poder
Estudo da ViacomCBS mostra como jovens nascidos a partir de 1997 ressignificaram o conceito de poder e como se relacionam com informações e marcas
Geração Z é cética em relação a informações, marcas e poder
BuscarGeração Z é cética em relação a informações, marcas e poder
BuscarEstudo da ViacomCBS mostra como jovens nascidos a partir de 1997 ressignificaram o conceito de poder e como se relacionam com informações e marcas
Thaís Monteiro
27 de abril de 2020 - 13h40
Nascidos em um mundo já conectado, os membros da geração Z formam o grupo etário sempre associado à força da comunicação nas redes sociais. O report “Geração Z: O poder da disrupção: Como a nova geração está ressignificando o que é poder”, realizado pela ViacomCBS, comprova tal relação. Baseado em uma pesquisa feita com 11 mil entrevistados, de 13 a 53 anos, residentes de dez países – com o complemento de discussões qualitativas online realizada com entrevistados de oito países – o estudo mostrou que, para 74% do público da geração Z no Brasil, as redes sociais são ferramentas que dão voz ao que importa para eles. O percentual é maior do que o apresentado na média global (62%).
Cerca de 78% dos brasileiros da Geração Z afirmaram seguir algumas pessoas e marcas nas redes sociais somente para se manter informados; 77% buscam por mais educação e informações do que têm acesso nas instituições de ensino e 71% procuram por conteúdos que reflitam opiniões diferentes das suas. Isso não significa, no entanto, total confiança neste mesmo conteúdo. Dos brasileiros, 35% não confiam nas fontes de informação atuais. Nesse quesito, os jovens do País ficam atrás apenas dos Estados Unidos, onde o número é 37%. A média global é 28%. De acordo com Mariana Saes, senior manager de Business Intelligence da ViacomCBS, pessoas da geração Z são as que menos compartilham notícias sem checar a veracidade.
A desconfiança é uma característica que essa geração leva para diversos setores da sociedade. Eles não se veem representados em instituições políticas, de poder e na comunicação de diversas marcas. Metade dos entrevistados pontuam que a representação de pessoas como eles faz com que eles se sintam mais poderosos. A desconfiança nas instituições também recai sobre grandes empresas. Cerca de 60% dizem que o Facebook, a Amazon e o Google são grandes e poderosas demais.Os movimentos criados por esse grupo também são mais decentralizados. De acordo com Saes, com as redes sociais e cada vez mais fontes de conteúdo, houve um movimento de dispersão da influência. “Movimentos pela Amazônia, em agosto do ano passado, não tinhma uma pessoa ou uma ong à frente, eram de diversos grupos. A narrativa de poder coletivo amplifica a pauta e as reivindicações”, diz.
Para eles, o poder é consequência de pertencimento e colaboração e está envolto em temas como tecnologia, influência social, impacto, colaboração, inclusão e pertencimento, contrário ao conceito de poder do passado, que para eles, beneficiava a poucos e era controlador.
“É uma geração que pegou vários elementos conquistados pelas anteriores, se apropriou, questionou estruturas e transformou tudo isso em poder pessoal”, diz Saes. Ela cita, como exemplos, Greta Thunberg, Malala Yousafzai e Emma Gonzalez. Segundo a pesquisa, 73% dos entrevistados consideram que a geração Z tem mais capacidade de realizar mudanças positivas do que as anteriores. O Brasil é o segundo país que mais acredita nisso, atrás apenas dos chineses (78%). O perfil dessa geração também é mais empreendedor — 75% quer ter o próprio negócio e 80% acreditam que podem ser bem sucedidos fazendo o que escolherem.Para essa geração, os desafios incluem a velha instituição política, a sensação de exclusão de grupos, bullying e a publicidade, que ainda é estereotipada. Neste último ponto, a ViacomCBS mapeou atitudes que as marcas podem tomar para dialogar melhor com esse público. Segundo a empresa, as marcas podem ser: colaborativas, dando poder aos consumidores em algumas iniciativa, como em campanhas criadas pelo consumidor; impulsionadoras, dando oportunidade a grupos ou pessoas que se beneficiam com um impulso de uma empresa, como na contratação de funcionários de minorias; e apoiadoras, que dão voz às minorias ao colocar esse público na comunicação.
As marcas também têm o poder de conectar pessoas com causas diversas, apoiar causas que se alinham aos seus valores e desempenhar um papel unificador, mostrando que o público tem mais semelhanças do que diferenças. Apesar de serem céticos sobre a autenticidade de algumas ações de marcas, a geração Z aceita que as marcas se retratem caso façam algo incoerente. “Posicionamentos claros e ações condizentes ajudam a evitar ceticismo e boicote, mas essa geração é fluida, permite retratações e reposicionamentos. Eles entendem como as coisas funcionam e que as marcas tem formas diferentes de se posicionar em diferentes canais”, complementa André Furtado, diretor de trade marketing da empresa.
**Crédito da imagem no topo: Ajwad Creative/iStock
Compartilhe
Veja também
Mídia se mobiliza para acompanhar eleições nos Estados Unidos
Com envio de âncoras, repórteres e correspondentes, veículos de TV, jornais e portais preparam cobertura especial da mais acirrada disputa do país
ANPD acusa TikTok de tratamento irregular de dados de menores
Autoridade Nacional de Proteção de Dados pede que rede encerre "feed sem cadastro" e fortaleça mecanismo de verificação de idade