Globo cresce 19% em receita publicitária em 2021
Apesar do aumento da receita líquida total, que foi 15% superior a de 2020, grupo tem prejuízo acumulado de R$ 173,8 milhões por impactos de custos
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Bárbara Sacchitiello
1 de abril de 2022 - 18h25
Depois de ter visto sua receita total cair em 2020, por conta, sobretudo, das consequências provocadas pela pandemia de Covid-19, a Globo voltou a ter crescimento em faturamento no ano passado. No balanço financeiro divulgado nessa quinta-feira, 31, a companhia apresentou receita líquida de R$ 14,4 bilhões em 2021, o que representa um incremento de 15% em comparação com a receita líquida de 2020.
Os resultados compreendem os negócios da TV Aberta (Globo), TV Paga (Globosat), Globo.com. Globoplay, Som Livre e G2C.
O número representa uma recuperação dos negócios do grupo. Em 2020, a receita líquida da GCP havia sido de R$ 12,523 bilhões, 11% a menos do que a apresentada em 2019. Os R$ 14,4 bilhões obtidos no ano passado superam a receita líquida registrada pelo grupo em 2019, antes da pandemia (R$ 14,1 bilhões).
Faturamento com publicidade cresce
De acordo com o detalhamento do balanço financeiro feito em reportagem do Valor Econômico, a GCP revela ter ampliado em 19% o faturamento obtido com publicidade. O grupo afirma que as comercializações publicitárias correspondem a 60% de todo o seu faturamento.
Em 2020, o valor arrecadado pela GCP com publicidade foi, aproximadamente, R$ 7,5 bilhões. Pelo dado de crescimento revelado pela companhia, portanto, o montante que o grupo conseguiu angariar com a comercialização de espaços publicitários, no ano passado, foi, aproxidamente, R$ 8,92 bilhões.
O crescimento com faturamento publicitário registrado pela GCP está próximo do desempenho registrado pela TV aberta em relação à compra de mídia no Brasil no ano de 2021, de acordo com relatório do Cenp-Meios. Pelo painel, as agências participantes reportaram, em 2021, um investimento na TV aberta 21,5% superior ao realizado em 2020.
Prejuízo acumulado
Apesar do crescimento na receita líquida e no próprio faturamento com publicidade, o resultado líquido da empresa foi impactado pelos efeitos da pandemia de Covid-19. Em nota, a GCP diz que foi afetada pelo aumento dos custos com direitos esportivos por conta do adiamento do calendário de futebol brasileiro (já que parte da programação de jogos que estava prevista para 2020 acabou ficando para o ano seguinte). Isso gerou, segundo a companhia, um impacto de R$ 503 milhões. O grupo também cita as perdas relacionadas ao atraso dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que impactaram no balanço no terceiro trimestre do ano passado.
No total, o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi negativo em R$ 121 milhões. No ano, o prejuízo acumulado da Globo Comunicação e Participações ficou em R$ 173,89 milhões. No balanço financeiro de 2020, a empresa havia registrado lucro líquido de R$ 167,8 milhões.
Crescimento do Globoplay
Nos resultados, o grupo destaca que o Globoplay, sua plataforma de streaming, teve incremento de 74% em sua receita líquida em 2021 e que a base de assinantes cresceu 33%, também na comparação com o ano anterior.
Investimentos em 2022 e metas ESG
Para o ano de 2022, a GCP declarou, na reportagem do Valor Econômico, que pretende investir entre R$ 5,5 bilhões e R$ 6 bilhões em conteúdo. Nesse cálculo, estão compreendidos custos fixos de produção, gastos com talentos e recursos técnicos de produção e operação. Em 2021, esse investimento foi de R$ 4,5 bilhões.
A companhia também diz, em nota, que pretende avançar em sua agenda ESG e que, em janeiro deste ano, emitiu às primeiras Notas Vinculadas à Sustentabilidade, de US$ 400 milhões. A GCP pretende lançar um Relatório de Sustentabilidade para medir os avanços nas áreas de governança, meio ambiente e políticas sociais.
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