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Globo se prepara para Copa do Mundo feminina

Joana Thimoteo, diretora de eventos esportivos da empresa, fala sobre as expectativas para a maior competição esportiva do mundo


27 de junho de 2023 - 6h03

Renata Mendonça, Natália Lara, Aline Calandrini e Renata Silveira se preparam para as transmissões da Copa do Mundo na Globo (Crédito: Divulgação)

Com dez marcas ocupando as 17 cotas disponíveis nos canais de TV aberta e por assinatura, a Globo será uma das plataformas que transmitirá a Copa do Mundo Fifa de Futebol Feminino. A empresa será a responsável por exibir sete jogos na TV aberta, dos quais três da seleção brasileira e 34 partidas na TV por assinatura.

Assim, a companhia fez investimento sólido para fomentar a modalidade na agenda das marcas e dos espectadores esportivos.

Contudo, a jornada da plataforma com o futebol feminino começou em 2011 com a transmissão da Copa do Mundo pelos canais SporTV. Agora, a TV aberta será, pela segunda vez, o destino da transmissão dos jogos da competição.

A LiveMode negociou a outra metade dos jogos com a CazéTV que será o outro canal de exibição e concorrente da Globo pela audiência do evento.

Joana Thimoteo, diretora de eventos esportivos da Globo, comenta as expectativas da companhia para a transmissão da Copa.

Meio & Mensagem – Qual é a importância da Copa do Mundo como produto para vocês?
Joana Thimoteo – A Copa do Mundo é o apogeu do futebol. Para nós, é um momento que chancela todo o trabalho que estamos fazendo. A Globo transmite a modalidade desde 2011, através dos canais SporTV, e, em 2019, a TV aberta entrou na gama de transmissão, junto com o ge. Ali foi um marco.
Assim, percebemos que a modalidade é negócio, não só por posicionamento, mas também é um objeto comercial que precisamos explorar mais. Tudo o que estamos fazendo é um movimento bem pensado, estruturado e planejado. Esse posicionamento é uma agenda que temos. Entendemos a importância da conexão com tudo e todas e, para isso, o futebol feminino é, sim, uma forma de se conectar. Mas, além de tudo, também é um negócio que podemos explorar mais.

Diferenças com a edição passada

M&M – Essa é a primeira Copa que será realizada em dois países e também a primeira com esse número de seleções. Quais são as principais diferenças para a transmissão desse evento em relação à última edição?
Joana – O fuso horário é complexo e, para gerarmos conexão com o público é mais complexo ainda. Tenho que fazer todo mundo acordar para torcer pelo Brasil, que joga às 7h da manhã. Já vivemos isso, pois fizemos alguns eventos recentes, como os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo (masculina).
Ademais, a decisão em fazer um investimento maior em cobertura é para conseguir esquentar durante o dia o que está acontecendo lá e mostrar as particularidades que os dois países têm. A Oceania é curiosamente próxima do Brasil, do ponto de vista de temperatura, sobre a relação com a praia, mas são países muito diferentes em outros aspectos.
Por isso, pensamos em como aproximar isso do público e, ao mesmo tempo, convencer as pessoas a assistir. Dali já começamos a exibir matérias mostrando as sutilezas da Austrália e Nova Zelândia, quem é aquele povo. Desse modo, venho trazendo esse consumidor para entender o contexto para que, quando começarmos a falar da competição, possamos falar de esporte.

Recorde de audiência na Globo

M&M – A última Copa do Mundo feminina registrou recorde de audiência. Quais são as expectativas para esta edição, tendo em vista que a emissora agora tem mais conteúdo de futebol feminino?
Joana – Acreditamos que a modalidade em si evoluiu, não só no Brasil. Por aqui, evoluiu muito. Isso passa por nós e por outros atores que participaram. Não acreditamos que já estamos maduros, e sim que estamos numa jornada de maturidade e que poderemos ver resultados.
Contudo, temos que olhar audiência, as nossas vendas, analisar o fomento. Observar o desenvolvimento desse esporte no Brasil de maneira geral. Temos que avaliar a intenção das marcas em querer se aproximar da modalidade. Mas também temos que ver a falta de investimento dos clubes, que está melhor do que já foi, mas ainda é uma questão.
Portanto, precisamos de um ecossistema. Estamos fazendo a nossa parte, mas também precisamos que todos façam sua parte para que a modalidade realmente se desenvolva e encontre um caminho no qual se fortaleça cada vez mais.

Expansão além da Globo

M&M – O que é preciso para manter o crescimento da modalidade?
Joana – Temos outros players, além da Globo, que estão fazendo esse trabalho também, como a LiveMode. O que precisamos é constância e aí acho que é o mérito nosso. Isso faz com que a modalidade seja perene.
Ademais, não vamos dar passos que teremos que recuar completamente depois. Estamos dando passos que, às vezes, parecem menores do que a nossa capacidade, mas seguros de estarmos fomentando o futebol feminino. Entendemos a modalidade neste momento do ponto de vista de negócio.

M&M – No ano passado, a Globo disse, durante o evento de apresentação da Copa Masculina, que a aposta na diversidade seria uma forma de a emissora se conectar com todos os públicos. Como essa proposta será explorada durante a Copa Feminina?
Joana – O futebol feminino é igual ao futebol masculino no sentido de que todos que entendem do esporte estão aptos a ser comentaristas, narradores e repórteres e, desse modo, precisam saber das duas modalidades.
Portanto, teremos um grande cast com os nossos principais profissionais atuando. Acreditamos que fazemos um futebol de todos para todos porque só assim vou me conectar com todos os públicos e com esse Brasil mais diverso. E aí dividimos isso nas nossas plataformas porque temos o objetivo de audiência. Temos diferentes perfis.

Termômetro das marcas

M&M – Como está o termômetro das marcas para participar dessa competição?
Joana – Tivemos uma boa procura. O resultado são as marcas que estão conosco, que são muito sérias. Elas estão querendo se aproximar do posicionamento dessa modalidade. Há um interesse real e objetivo que demonstra a maturidade que esse esporte está caminhando.
Dessa forma, se olharmos para 2019, não tínhamos essa mesma procura. A nossa participação chancela o posicionamento nesses eventos ou mesmo nos direitos nas competições nacionais, como o Brasileirão feminino e a Supercopa.
Assim, somos, de alguma maneira, porta-voz para essas marcas do que é bom. Assim, elas acompanham e mais marcas também vão procurar mais quando a modalidade estiver mais madura.

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