Google enfrenta julgamento nos EUA por monopólio de anúncios online

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Google enfrenta julgamento nos EUA por monopólio de anúncios online

Departamento de Justiça dos EUA aponta que big tech criou barreiras para impedir avanço da concorrência e aumentou custos para clientes; penalidade pode envolver a venda de parte de seu negócio de anúncios


13 de setembro de 2024 - 11h34

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, da sigla em inglês) deu início a um julgamento, em Washington, DC, contra o Google por violar leis antitruste e deter o monopólio do mercado de anúncios online no país.

As autoridades alegam que o Google tenha criado barreiras para evitar a entrada e avanço de concorrentes no segmento, além de ter aumentado significativamente os custos de veiculação de anúncios a publishers e anunciantes em geral.

google aquisição

(Crédito: Shutterstock)

Esse é o segundo julgamento do tipo enfrentado pela big tech no período de um ano. O primeiro deles concluiu que a companhia mantinha o monopólio do sistema de buscas, o que fez com que obtivesse uma vantagem expressiva no mecanismo em relação aos concorrentes.

O juiz Amit Mehta, do distrito de Columbia, considerou em agosto que a Alphabet, controladora do Google, mantém o monopólio no segmento, após a abertura de um processo por parte do DOJ junto a outros oito estados.

A discussão em torno do caso, contudo, ocorre desde 2020, em que outros processos já haviam sido abertos contra a gigante do Vale do Silício.

Ecossistema de anúncios do Google

A venda de anúncios rendeu ao Google, apenas no ano passado, uma receita superior a US$ 30 bilhões. A big tech detém quase 90% de market share no mercado de tecnologia de anúncios com produtos como Google Ad Manager, Ad Exchange, entre outros.

O DOJ se baseia em acordos firmados pela big tech nos últimos anos. Isso inclui a compra de negócios do segmento para fortalecer sua operação de anúncios, como a aquisição da Double Click em 2007 por US$ 3,1 bilhões; da Invite Media dois anos depois, em uma transação estimada em US$ 70 milhões; e a AdMeld em 2011 (US$ 400 milhões).

O julgamento antitruste inclui, ainda, outros players, como Apple – com quem o Google teria acordos bilionários para priorizar o sistema de busca em seus dispositivos –, Meta e Amazon, que juntas detém o monopólio de sistemas globais de comércio, busca, comunicação, entre outros.

As big techs também têm enfrentado disputas judiciais na União Europeia, que recentemente instaurou regras de dominância digital no bloco. Ainda essa semana, a Apple e o Google foram condenadas a pagar multas que somam R$ 95 bilhões por benefícios sobre vantagens fiscais e práticas de concorrência desleal, respectivamente.

O que diz o Google?

Em relação ao julgamento que corre nos Estados Unidos, a defesa do Google alega que o destaque entre os concorrentes se deve à superioridade dos seus produtos perante ao que é ofertado no mercado – o que explicaria a preferência de publishers e anunciantes sobre seus serviços.

Além disso, segundo o The New York Times, a principal advogada do Google, Karen Dunn, aponta o erro no fato de que o caso se concentra apenas em anúncios para páginas na Web. Atualmente, a empresa conta com operação de veiculação de publicidade em outras plataformas, como o YouTube, Google Maps e outros apps.

A defesa da big tech também aponta que a negociação com concorrentes não fere os princípios antitruste e que seus produtos beneficiam pequenos comércios e pessoas que criam conteúdo de maneira geral.

A reportagem do NYT indica, ainda, que os advogados pediram que outras testemunhas, como executivos de publishers, anunciantes, agências e empresas de tecnologia (como OpenAI e Microsoft), contribuíssem para o caso indicando suas opções para além do Google na veiculação de anúncios, entre outros.

Possíveis consequências

O juiz Mehta espera aplicar uma punição ao Google pelo monopólio em negócios de anúncios digitais até agosto de 2025.

Entre as possíveis consequências para a big tech estão restrições a acordos que incluam o mecanismo de busca do Google como padrão em dispositivos móveis e até mesmo uma possível venda de parte dos negócios de tecnologia de anúncios.

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