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Quais os argumentos do Google no julgamento por monopólio de anúncios?

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Quais os argumentos do Google no julgamento por monopólio de anúncios?

Big tech alega que o Departamento de Justiça dos EUA esteja ignorando práticas de concorrentes, além de não trazer a perspectiva dos publishers e anunciantes sobre como estariam sendo afetados


30 de setembro de 2024 - 11h41

Google monopólio

(Crédito: Shutterstock)

Na última semana, o Google levou testemunhas e apresentou novas defesas acerca do julgamento por monopólio do mercado de tecnologia de anúncios online, que acontece nos Estados Unidos desde o início do mês.

O Departamento de Justiça do país (DOJ, da sigla em inglês) alega que a big tech teria  violado as leis norte-americanas antitruste a fim de manter a soberania entre os serviços de veiculação de publicidade online no mercado anunciante global.

Entre os argumentos do Google está o fato de que a indústria é, de fato, competitiva. A empresa chegou a apresentar um documento com uma espécie de diagrama que mostra sua concepção sobre o mercado de anúncios programáticos.

Na imagem, a big tech indica onde os concorrentes se encaixam em meio a seus produtos e relações com os compradores, conforme aponta o Ad Age.

A gigante da tecnologia alega também que o DOJ estaria ignorando outras empresas do ecossistema, como Amazon, que conta com uma DSP, além do TikTok, Meta e Microsoft, por exemplo, bem como outras independentes. Segundo a reportagem do AdAge, o Google chegou a enviar um vídeo com um depoimento de um executivo da Meta dizendo que a big tech de Zuckerberg concorre diretamente com o Google no ecossistema.

Alguns críticos alegam que o Google está tomando uma estratégia confusa para tornar o mercado mais complexo. Na contramão, a empresa afirma que o desdobramento de suas ferramentas acontecia à medida em que precisavam se atualizar para acompanhar a concorrência.

O Google aponta que o julgamento se concentra apenas em anúncios programáticos – aqueles exibidos em sites na open web. O governo norte-americano diz que cerca de 90% dos publishers utilizam o Google Ad Manager como seu principal servidor de anúncios, mas a companhia rebate que a publicidade na Internet é mais ampla, e abarca outras empresas de tecnologia.

Enquanto o DOJ defende que o monopólio seria prejudicial para os compradores, o Google cobra que as acusações tragam o outro lado afetado, ou seja, os publishers e anunciantes que, de fato, fazem uso das soluções.

Possível punição ao monopólio do Google

O juiz à frente do caso apontou que pode haver uma decisão no julgamento antes do final do ano. Caso o Google perca, é possível que entre com um recurso antes da apresentação de qualquer medida de penalidade.

Se condenada, a big tech poderá ser forçada a desmembrar o Google Ad Manager, o que criaria um negócio autônomo para publishers.

Há, ainda, uma questão envolvendo segurança. O Google aponta que muitas de suas decisões comerciais ao longo dos anos foram tomadas por preocupações de segurança com a publicidade na Internet. Seus executivos dizem que a empresa ajudou concorrentes e consumidores ao combater fraudes e spams em anúncios, segundo o The New York Times.

Assim, o desmembramento de sua unidade de anúncios poderia enfraquecer a capacidade de combater crimes do ambiente digital.

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