Google no Canadá: mais um país acusa a big tech de monopólio
Autoridades canadenses alegam que Google tenha abusado de suas ferramentas de anúncios para ter dominância no mercado e pedem a separação de serviços de adtech
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Meio & Mensagem
29 de novembro de 2024 - 15h56
Depois dos Estados Unidos, o Canadá também acusou o Google de impedir a competição no cenário de anúncios digitais.
O Competition Bureau, órgão que busca garantir um ambiente competitivo para negócios e consumidores, alega que a big tech detém os maiores serviços de tecnologia de publicidade on-line no país, entre leilões, fornecimento de software, entre outros. Segundo as autoridades, a empresa controla de 40% a 90% do mercado.
Como forma resolutiva, pode-se propor que o Google venda dois de seus principais serviços – entre quatro dos maiores do Canadá que a gigante da tecnologia detém. Além disso, o Competition Bureau poderá estabelecer uma multa de até 3% da receita global da empresa.
As alegações tiveram início em 2020 a partir de um processo de investigação sobre possíveis práticas da empresa da Alphabet.
Ainda, vão de encontro com um processo que o Google já enfrenta nos Estados Unidos. Em setembro, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, da sigla em inglês) deu início a um julgamento contra a companhia por violar leis antitruste e deter o monopólio do mercado local de anúncios online, fruto de um processo movido pelo DOJ junto a outros oito estados.
A venda de anúncios rendeu ao Google, apenas no ano passado, uma receita superior a US$ 30 bilhões. A big tech detém quase 90% de market share no mercado de tecnologia de anúncios com produtos como Google Ad Manager, Ad Exchange, entre outros. À época, a defesa da companhia alegou que o destaque entre os concorrentes era decorrente da superioridade de suas ferramentas frente aos concorrentes.
Já nesta semana, ambas as partes apresentaram seus argumentos finais no caso. O DOJ apontou que o Doubleclick For Publishers (DFP) e a bolsa de anúncios AdX tenham sido utilizados para pressionar publishers e anunciantes, reforçando o seu argumento inicial acerca do monopólio.
Já o Google defendeu que, de fato, enfrenta a concorrência de outras companhias, como Meta e TikTok e que não precisaria firmar acordo com outras empresas. Além disso, afirmou que sua oferta de produtos de adtech são desenvolvidos para atender aos desejos dos publishers.
Segundo o The Verge, o governo norte-americano entende que o Google trabalha em três frentes: fornecendo servidores de anúncios para publishers; com um servidor para trocas de anúncios; e outra voltada para anunciantes.
Ainda que uma decisão concreta acerca do caso só deva acontecer em alguns meses, o governo oficializou o pedido de divisão entre o Google e o Chrome como parte do plano de reestruturação voltado também para o monopólio de seu mecanismo de buscas.
Até dezembro de 2024, o Google deverá apresentar suas recomendações em um documento. Na ocasião, o juiz federal Amit Mehta, de Washington, deverá ouvir ambas as partes envolvidas no processo.
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