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Google revela detalhes de seu ad-blocker

Usuários poderão pagar para não ver propaganda e publishers terão ferramenta para entender como funciona rejeição a anúncios


2 de junho de 2017 - 12h07

Por George Slefo, do Advertising Age

O navegador Google Chrome em breve virá com uma extensão pré-instalada que permitirá bloquear a maioria dos anúncios incômodos que atualmente fazem parte da experiência na web. A companhia confirmou a informação nessa quinta-feira, 1º de junho. A ferramenta também permitirá aos publishers entenderem o impacto de seus anúncios por meio de um relatório que dará uma nota ao site da empresa e informará quais de seus anúncios são “experiências irritantes” aos olhos da audiência.

Foto: Reprodução

Ao mesmo tempo, por meio do recurso, publishers poderão forçar usuários a fazerem uma escolha: colocar o respectivo site em uma “lista branca”, de forma que seus anúncios não-irritantes possam ser exibidos, ou pagar uma pequena taxa para acessar a todo o conteúdo sem ver anúncios.

A novidade do Google, anunciada em abril de forma não oficial, vai impactar a todo o ecossistema de publicidade, já que o Chrome é o navegador mais popular no desktop e no mobile. A expectativa é de que as ferramentas comecem a funcionar no começo do ano que vem. “Sabemos há algum tempo que a experiência com anúncios é um problema real e que tem confundido e irritado usuários”, disse Sridhar Ramaswamy, vice-presidente de anúncios do Google. “Percebemos que soluções como ad-blockers punem a todos, inclusive a publishers que desenvolvem ótimo conteúdo e pensam na experiência publicitária envolvida em seus sites”, disse.

O Google não está chamando a ferramenta de ad-blocker, mas classificando-a como um “filtro” que remove os tipos de anúncio que os consumidores mais odeiam. Estes formatos incluem pop-ups, anúncios que aparecem rapidamente, mudam de cor ou forçam as pessoas a esperar 10 segundos antes de acessar a algum conteúdo em uma página.

A implementação deste software no Chrome é o resultado do trabalho da Coalition for Better Ads, cujos membros incluem Google, P&G, Unilever, Grupo WPP, Facebook, Thomson Reuters, The Washington Post, IAB e a Associação Americana de Anunciantes (ANA). Em um esforço para desenvolver um padrão para propaganda e diminuir a adoção de ad-blockers, a coalizão determinou quais formatos de anúncios são mais responsáveis pelo fenômeno. Também fez um estudo com 25 mil participantes nos Estados Unidos e Europa para avaliar 104 experiências com anúncios em desktop e mobile. O “filtro” do Chrome é parcialmente embasado nesses resultados.

A preocupação da indústria está em impedir que ad-blockers tomem conta de dispositivos mobile, nos quais tem 1% de taxa de adoção.  No desktop, essa taxa é de 18%, de acordo com o relatório Mary Meeker’s 2017 Internet Trends report.

“Pensamos que entender os anúncios de forma correta é muito importante para o futuro da internet e amamos as fontes de informação que tornam a internet incrível. O assustador é que os ad-blockers têm sido um grande problema no desktop nos últimos anos”, disse Sridhar Ramaswamy. O objetivo da mudança, segundo ele, é incentivar um ecossistema melhor e mais estável para todos.

A opção para os publishers de cobrar pelo acesso sem anúncios será chamada Funding Choices. Usuários que escolherem evitar anúncios pagarão uma taxa através de suas contas no Google Play.“Queremos dar escolha aos consumidores”, disse Scott Spencer, diretor de produto no Google. “O publisher será compensado de alguma forma e ajudará a explicar ao consumidor o valor da publicidade”.

Tradução: Karina Balan Julio

 

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