Google volta a oferecer programática em TV
Após a descontinuação de plataforma em 2012, empresa anuncia novos planos para vender automaticamente espaço publicitário em programação linear
Após a descontinuação de plataforma em 2012, empresa anuncia novos planos para vender automaticamente espaço publicitário em programação linear
Por Garrett Sloane, do Advertising Age
O Google vai incorporar uma ferramenta de venda de inventário de comerciais de TV através de sua tecnologia, o que marca a volta dos investimentos da companhia neste meio. O Google anunciou nesta segunda-feira, 24, que tem planos para oferecer anúncios de TV via mídia programática, por meio da qual anunciantes poderão alcançar o público de TV da mesma forma com que compram espaço digital na plataforma da empresa.
Pela primeira vez, marcas poderão comprar espaço publicitário na televisão pelo Google, mas ainda não está claro quais canais e inventários estarão disponíveis e quantos domicílios devem ser alcançados. Em 2012, o Google descontinuou um produto parecido, o Google TV Ads, que se propunha vender comerciais de televisão e funcionava como o AdWords, leiloando espaço publicitário através de decodificadores. Na época, o produto não decolou.
Agora, o Google está fechando parcerias com as empresas de tecnologia para TV Wideorbit e Clypd, além do Google Fiber, o provedor de internet da companhia. Anunciantes serão capazes de utilizar o DoubleClick, adtech do Google, para encontrar audiências no inventário disponível na TV.
“Ao nos integrarmos com provedores de inventário televisivo, incluindo provedores locais, somos capazes de oferecer às agências e anunciantes a possibilidade de comprar seu espaço publicitário para TV de forma programática, através do DoubleClick”, disse a empresa em seu anúncio. “Isto significa que os anúncios para TV podem ser comprados, direcionados e mensurados na mesma plataforma que seus anúncios de vídeo digitais e anúncios para TVs conectadas”.
O Google afirmou que a ferramenta está disponível apenas em versões de teste até agora. A empresa tem investido agressivamente em publicidade tradicional para TV, e também está lançando a YouTube TV, uma assinatura de televisão com vários canais baseada em internet, a um custo mensal de U$35.
É provável que o Google venha a sofrer resistência à medida em que se move em direção a publicidade televisiva, uma vez que players tradicionais estão preocupados em relação à sua dominância em negócios digitais. O mercado de TV programática está crescendo, embora seja ainda pequeno, e deve contabilizar U$4.4 bilhões ou 6% de todos os gastos em TV em 2018, de acordo com o eMarketer.
Companhias como a Adobe (que comprou a TubeMogul), Simulmedia, Videology e outras já tem trabalhado com a venda de anúncios através da tecnologia programática. O Google, neste contexto, é visto como um competidor em potencial para redes de televisão, já que é responsável por abocanhar investimentos através do YouTube.
“Há alguns anos atrás, o Google tentou uma iniciativa similar e as redes de televisão evitaram esse método, então o Google acabou com o projeto”, analisou Jim Nail, um analista da Forrester Research. “Os tempos são um pouco diferentes, mas é improvável que o DoubleClick alcançará algo além do inventário remanescente. No ponto em que estamos, o melhor que se pode dizer é que talvez as redes de televisão queiram ‘colocar os pés na água”, disse ele.
Tradução: Karina Balan Julio
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