Harry Potter, o legado de Pokémon Go e o AR em games
Novo game da Niantic, lançado em 20 de junho, é inspirado na franquia e registrou mais de 400 mil downloads em sua estreia devendo faturar US$ 500 milhões em 2019
Harry Potter, o legado de Pokémon Go e o AR em games
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Luiz Gustavo Pacete
2 de julho de 2019 - 6h00
Desde que foi lançado, em 2016, pela Niantic, o jogo Pokémon GO tornou-se uma referência quando o tema é a junção entre games e realidade aumentada. Desde que a busca digital e real pelos personagens virou uma febre, o jogo é sempre indicado como um marco no uso da tecnologia AR. E desde junho, não tem sido diferente com Harry Potter: Wizards, novo game da Niantic, lançado no último dia 23, no Brasil.
O novo game inspirado na saga de Harry Potter traz elementos do universo dos livros para o mundo real por meio da câmera do celular. Esses elementos podem ser encontrados em todo o mundo e especificamente em parques, zoológicos, museus e outros espaços. Lançado no dia 20 de junho, inicialmente nos Estados Unidos e Reino Unido, o jogo alcançou a marca de 400 mil downloads em 24 horas.
Mesmo sendo gratuito, já faturou neste mesmo período, US$ 300 mil e, de acordo com estimativas da própria Niantic, pode ultrapassar, somente neste ano, US$ 500 milhões. Pokemón Go faturou US$ 2,5 bilhões desde o seu lançamento até o início de 2019 com acessórios dentro do game. Ainda que não se tenha notícia na mídia não especializada de uma nova febre, o jogo de Harry Potter serve como uma forma na discussão sobre o estágio da junção de realidade aumentada e games.
Game ainda é nicho? Pokémon GO responde
Marcos Trinca, partner e head de XR da More Than Real, empresa especializada em tecnologias de imersão, explica que o AR permite a construção de uma narrativa imersiva onde as pessoas experienciam o mundo físico e o digital simultaneamente. “Quando aplicada ao universo dos games, as pessoas se tornam protagonistas da história, o que é muito diferente da experiência tradicional onde apenas se controla o personagem em um ambiente digital. O resultado não é algo que você assiste ou joga “de fora”, mas uma experiência que você vive no ambiente físico no qual está inserido, e isso muda tudo!”, explica.
“Vivemos um processo de transformação social sem precedentes, que nasce do surgimento de novas tecnologias como AR. Um dos reflexos é que caminhamos para uma economia baseada na experiência e interação direta com elementos virtuais se manifestam para as pessoas como se fossem reais. O sucesso do Pokémon Go simboliza muito bem isso”, diz Trinca. Ele explica que, em relação ao jogo do Harry Potter, existem vários elementos para que seja um novo sucesso. “A marca é forte, a comunidade engajada e o storytelling bem desenvolvido. Quando juntamos a isso todo o valor que a tecnologia de AR agrega, permitindo a ‘materialização’ do universo de Harry Potter no mundo físico, com certeza o potencial de sucesso se torna aparente.”
Maite Lorente, marketing manager da Gameloft Brasil, concorda com Trinca reforçando que Harry Potter é uma franquia que vale mais de US$ 25 bilhões e tem mais de 20 anos de história. “O jogo tem a receita do sucesso: uma licença forte, uma pitada de nostalgia, realidade aumentada e fãs fiéis além da razão! É claro que com essas premissas tinha tudo para dar certo e o boom de downloads era esperado – vale levar em consideração que a Niantic e a Warner Games estão investindo pesado em user acquisition”, explica.
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