Hysteria lança plataforma de conteúdo produzido por mulheres
Núcleo de curadoria e produção da Conspiração Filmes, formado por uma rede de produtoras, diretoras, roteiristas e criativas, lança este mês um site colaborativo de conteúdo multimídia
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Karina Balan Julio
21 de novembro de 2017 - 16h18
A boa intenção de trazer diversidade para o conteúdo é louvável, mas deve estar refletida também nos olhar criativo. É para suprir a necessidade de mulheres nas tomadas de decisões criativas que a Conspiração Filmes lança oficialmente a Hysteria, divisão de produção de conteúdo formada por diretoras, produtoras e jornalistas. O coletivo apresenta este mês sua primeira plataforma, um site multimídia divididos nas seções Ver, Ler e Ouvir. Webséries, curtas metragens, reportagens, podcasts e playlists concebidos e realizados por mulheres já podem ser acessados na página.
O núcleo Hysteria tem o objetivo de criar um ecossistema de apoio à projetos concebidos e realizados por mulheres, não necessariamente sobre temas femininos. Em processo de organização desde o início do ano, o grupo conta com um time fixo de 10 profissionais da produtora e mais de 500 parceiras, entre roteiristas, diretoras, youtubers, designers, jornalistas, entre outras especializações.
Renata Brandão, CEO da Conspiração, explica que a criação da Hysteria veio da necessidade de se ter conteúdo concebido, realizado e com curadoria de mulheres, sem estereótipos e limitações. “Num processo autocrítico, percebi um número grande de mulheres dentro da produtora e do nosso mercado com grande potencial autoral, mas com pouca autonomia ou oportunidades reais”, disse ela.
Entre os programas originais da nova plataforma, estão Tudo, websérie em que a atriz Maria Ribeiro aborda assuntos que vão de casamento à Coreia do Norte, e Alerta de tubarão, em que a fundadora do YouPix Bia Granja entrevista influenciadoras especializadas em diferentes temas. Hysteria traz também coproduções, como a segunda temporada da série online “Nosso amor a gente inventa”, apresentada por Sarah Oliveira.Filmes e séries de ficção, publicitários e até produções eróticas estão no radar das realizadoras. A Hysteria também tem interesse na aquisição de produtos prontos para a plataforma, como a série Curta Mulheres, já disponível no site, e em coproduções para televisão. Para o GNT, o coletivo está produzindo a série de ficção Desnude, com conteúdo sensual para mulheres. O lançamento está previsto para o primeiro semestre de 2018.
Carolina Albuquerque, diretora de criação, afirma que o coletivo está mapeando talentos com diferentes expertises e experiências para criar produtos em diferentes formatos. “Estamos de olho no mercado, mapeando o trabalho das pessoas, identificando perfis para determinados tipos de produção e conhecendo novos nomes. Isso implica em um risco, obviamente, mas precisamos assumir esses riscos para quebrar padrões de mercado e aumentar essa rede. Temos chamado as mulheres para chegar junto e pedido para que pessoas que produzem conteúdo, foto ou texto, ou mesmo que têm uma ideia e não conseguem tirar do papel, nos enviem propostas”, conta.
Transformar a Hysteria em negócio, com projetos para marcas e veículos já estabelecidos, além dos projetos autorais, é um dos objetivos do grupo. “Tínhamos esse desejo de criar um espaço para juntar mulheres, atrizes, youtubers, negras, brancas, feministas e outras nem tanto, e ao mesmo tempo estruturar algo que acreditamos que é um grande negócio, afinal mulher é um grande personagem para marcas e saber falar com ela é cada vez mais importante. Todo mundo está pensando em como falar e se relacionar com a mulher, e acredito que vamos criar uma inteligência que vai ser muito valiosa”, acrescenta Isabel De Luca, diretora editorial.
Masp e Google estão entre as primeiras marcas parcerias para os próximos anos, para realização de projetos de branded content: para o Masp, a Hysteria documentará o processo criativo de estilistas e artistas famosos na criação das peças. Já para o Google, fará uma série sobre mulheres empreendedoras.Projetos de áudio e texto incluem a curadoria de textos e reportagens em sites e coletivos de mulheres, além da produção de podcasts e playlists. No podcast “Rascunhos Esquecidos de Uma Caixa Sem Saída”, as atrizes convidadas – Debora Bloch, Mariana Ximenes e Marina Lima, entre outras – leem uma emocionante compilação de e-mails anônimos jamais enviados. Hysteria também ganhou uma música e videoclipe originais com a cantora Leticia Novaes, a Letrux.
O grupo também projeta a expansão da Hysteria para projetos físicos, já planejando seu primeiro festival de música, o Festival Hysteria. O evento com curadoria de Claudia Assef e Lalai persson reunirá shows em praças, bares e clubes de São Paulo em 2018.
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