Influenciador virtual quer ensinar jovens de favelas a usar IA
Sob o gerenciamento da Digital Favela, CRI.A tem a proposta de ampliar as conversas sobre tecnologia nas comunidades periféricas
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Bárbara Sacchitiello
22 de novembro de 2023 - 17h29
Como criar artes interessantes com inteligência artificial? Ou, então, como conseguir ganhar uma renda extra criando chatbots para ajudar empresas a interagir com os clientes? Essas e outras dúvidas já estão sendo respondidas pelo CRI.A, um jovem antenado com tecnologia e morador de favela – e que só existe no ambiente digital.
Criado pelos irmãos publicitários Felipe e Henrique Fernandes, o CRI.A é o rosto que protagoniza o perfil IA Favela, que usa o Instagram e TikTok para levar aos jovens, sobretudo os de favelas e de comunidades mais carentes, conhecimento a respeito das novas tecnologias que podem fazer diferença em seu trabalho e carreira.
O personagem foi desenvolvido bem antes do início da publicação dos conteúdos, com a ideia de criar conexões com o público periférico através da comunicação nas redes sociais, como conta Felipe Fernandes, um dos criadores do projeto. A proposta do influenciador virtual começou a ser desenvolvida entre julho e agosto.
“A ideia envolvia a temática central de ensinar inteligência artificial a grupos vulneráveis e demonstrar como ela pode ser utilizada para gerar renda”, conta Fernandes.
Ainda com um volume baixo de publicação de conteúdo, o CRI.A deve expandir sua visibilidade a partir de agora, por meio de uma parceria recém firmada com a Digital Favela, agência especializada em influenciadores e talentos periféricos.
O personagem é o primeiro talento virtual a fazer parte do casting da Digital Favela, que será responsável pelo agenciamento e aperfeiçoamento de suas interações.
“A ideia é disseminar no mercado as possibilidades de atuar em parceria com um influenciador 100% criado pela IA, mas com autenticidade e relevância dos nossos influenciadores da quebrada”, conta Felipe Branquinho, sócio e coCCO da Digital Favela.
O executivo conta que alguns projetos com o influenciador virtual já estão em andamento, como um trabalho com a Central Única das Favelas (Cufa), em que o CRI.A ganhou a missão de ajudar no recrutamento de novos talentos. “Nesses primeiros contatos, vemos que as marcas estão começando a entender o modelo de atuação deste criador, mas já com grande aceitação e curiosidade”, diz Branquinho.
A proposta é que os anunciantes e futuras marcas parceiras do CRI.A colaborem com o projeto de fazer a ponte entre conhecimento tecnológico e os moradores da periferia. O projeto, conta Fernandes, também busca apoiar outros influenciadores da internet na produção de conteúdo, fornecendo informações sobre inteligência artificial em suas próprias plataformas.
“Desse modo, o influenciador virtual contribui para democratizar o acesso ao conhecimento sobre IA e promove a inclusão de grupos que podem se beneficiar desse aprendizado”, conclui o criador do CRI.A.
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