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Mídia

Iniciativas para combater notícias falsas

Facebook, Google e Twitter utilizam automação para lidar com o tema


2 de janeiro de 2017 - 11h36

O surto de notícias falsas, que ganhou a atenção da mídia após as eleições americanas, virou alvo de discussões de plataformas e veículos nos últimos meses. Empresas como Facebook, Google, Twitter, Washington post e Le Monde já testam projetos automatizados e humanos de verificação e identificação de notícias falsas. Desde novembro, várias pesquisas já identificaram a proporção que o tema ganhou. Levantamento da Universidade de Stanford, com 7.804 estudantes americanos, definiu como “lamentável” a capacidade que eles têm de analisar a veracidade de informações encontradas nas redes sociais. Outra pesquisa publicada pelo BuzzFeed, em dezembro, mostra que, durante os meses que antecederam a eleição presidencial nos Estados Unidos, os usuários de redes sociais se engajaram mais com notícias falsas do que com reais. Veja alguns dos principais projetos em andamento para combater notícias falsas:

Coalizão contra notícias falsas
Em junho de 2015, o Google criou o First Draft Coalition (FDC), uma organização que tem por objetivo combater a disseminação de histórias ou notícias falsas e que recebeu o apoio do Facebook e do Twitter. A iniciativa tira anúncios de sites que colocam conteúdos falsos ou inconsistentes para tentar banir esses portais.

Fact Checking do Facebook
Em dezembro, a empresa anunciou o lançamento de um sistema de checagem de informações falsas. A plataforma colocará um selo em notícias falsas no feed dos usuários. Para chancelar notícias verdadeiras e denunciar as falsas. Isso será feito por meio de uma parceria com organizações de mídia como ABC News e Snopes, que são parte de uma rede internacional de fact-checking liderada pela empresa Poynter, uma escola de jornalismo sem fins lucrativos. Os testes se iniciarão com uma pequena porcentagem dos usuários nos Estados Unidos. Uma vez que os “fact-checkers” confirmarem que a notícia é falsa, ela será sinalizada como questionável e haverá um link a um artigo correspondente explicando o porquê disso.

Full Fact e Google
A Full Fact, organização sem fins lucrativos da Inglaterra, em parceria com o Google, arrecadou US$ 50 milhões para investir em novos métodos de automatização de verificação de fatos, seja por meio de verificação de fatos, sejam ferramentas para reportagens ou aplicativos móveis que os jornalistas possam usar quando estiverem apurando informações. Um dos produtos que estão sendo analisados pelo Full Fact é um aplicativo móvel que os jornalistas podem usar ao cobrir eventos de imprensa ao vivo. Assim que alguém faz uma reivindicação ou acena uma estatística em torno, o jornalista pode destacá-lo em vermelho e pedir a verificação.

Washington Post checa a conta de Trump
O Washington Post lançou um plug-in do chrome visando verificar as mensagens da conta do Twitter do presidente eleito americano Donald Trump. O plug-in “RealDonaldContext” adiciona uma caixa cinza a cada um dos tweets do Trump, adicionando contexto relevante e importante ou sinalizando desinformação. A partir de novembro, os editores do Washington Post começaram a acrescentar texto como “Há um Contexto Importante em Falta” ou uma mensagem “Isso é incorreto ou falso” depois de verificar os tweets. A ferramenta foi concebida por Philip Bump, um repórter do jornal e poderá se estender a outras contas de políticos.

Base de dados do Le Monde
O jornal francês Le Monde tem um grande projeto em andamento para reprimir falsas notícias. Les Décodeurs, uma divisão de 13 pessoas de verificação de fatos dentro do jornal, está trabalhando em um banco de dados para erradicar informações falsas, em escala. O editor já tem um motor de busca através do qual os leitores podem verificar as declarações dos políticos.

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