Internet das Coisas avança pela casa
Automação residencial ganha novos contornos com popularização do home office, mas ainda esbarra em exclusão digital
Automação residencial ganha novos contornos com popularização do home office, mas ainda esbarra em exclusão digital
Taís Farias
17 de dezembro de 2021 - 8h13
No mesmo ano em que completou 11 décadas de história, a Tramontina apresentou o aparelho responsável por sua entrada no universo da internet das coisas. No último mês, a companhia lançou o Tramontina Guru, um cooktop conectado que promete ajudar o consumidor a cozinhar. Isso acontece porque o cooktop por indução é conectado a um aplicativo plugado na tomada e com acesso a internet. No app, os usuários terão acesso a uma lista de mais de 150 receitas e serão guiados por meio de vídeos e textos. O aparelho conta, ainda, com sensor de temperatura e balança integrados.
Para viabilizar o projeto, a Tramontina contou com a parceria do escritório Design Único, a empresa AYGA, além de outros players que trabalharam no hardware. Riccardo Bianchi, diretor da Tramontina, conta que o lançamento também é um incentivo para que a companhia siga ampliando os investimentos em P&D e tecnologia. “Estamos tratando este lançamento como um passo importante para que a marca siga evoluindo em soluções conectadas, sempre colocando o consumidor em primeiro lugar, facilitando suas tarefas e, acima de tudo, criando um vínculo direto com ele, escutando seu feedback, interesses e necessidades”, aponta o executivo.
Para além do desejo da Tramontina de se conectar com as novas necessidades dos consumidores, o Guru mostra como a conectividade tem avançado no ambiente doméstico e deixa de estar restrito apenas ao ambiente do escritório. De acordo com o Martech Advisor, até 2023, a automação residencial deve chegar a 53,9% nos Estados Unidos. Ainda segundo a companhia, este mercado deve chegar até US$ 125 bilhões em 2030. O crescimento nos últimos anos é considerável. A Juniper Research projeta que o número de dispositivos conectados chegue a 46 bilhões neste ano, número 200% maior do que o registrados em 2016.
Inteligentes e conectadas
“O potencial é gigante, quase incalculável. Fato é que a internet das coisas (IoT) vem ganhando cada vez mais espaço em nossas vidas e as organizações precisam se adaptar a esta nova era. Da mesma forma, é necessário avançar nas garantias de segurança das informações (privacidade do consumidor)”, aposta o diretor da Tramontina. Para além da seara do trabalho e do entretenimento, outras áreas como climatização, iluminação, limpeza e eletrodomésticos devem avançar em conectividade.
“As lâmpadas, plugues inteligentes, controles remotos e câmeras foram a porta de entrada das pessoas na automação residencial. Atualmente, estamos passando por uma segunda onda de integração, onde observamos mais interesse por produtos diversos como interruptores, fechaduras, aparelhos de ar-condicionado, aspiradores de pó autônomos, televisores, fones de ouvido, entre outros”, conta Marina Zveibil, gerente de comunicação Américas para dispositivos Amazon & Alexa.
Nesse sentido, a pandemia teve papel importante em influenciar os hábitos dos consumidores. “Com a pandemia, essa fronteira de entretenimento versus trabalho foi estreitada, fazendo com que o ambiente passasse a ser versátil e adaptável ao momento de uso”, acrescenta a executiva. O desempenho da Alexa é um reflexo desse movimento. Há dois anos no Brasil, a empresa já soma mais de 650 produtos compatíveis com a assistente, como lâmpadas, câmeras, fechaduras, aparelhos de ar-condicionado e aspiradores de pó autônomos. Entre as parceiras estão marcas como Samsung, LG, Multilaser, Intelbras, Positivo e Philips Hue.
Apesar do clima de otimismo, o avanço das casas conectadas também esbarra na falta de acesso no Brasil. “Embora o cenário seja bem mais promissor que o de alguns anos atrás, não podemos deixar de lembrar o tamanho do desafio que o País tem pela frente quando o tema é inclusão digital. Desafio este que ficou ainda mais evidente durante a pandemia, com o ensino a distância e o acesso a internet restrito a um número ainda muito pequeno de casas no Brasil”, explica Fabiano Sabatini, especialista em IoT da Intel Brasil.
*Crédito da foto no topo: Divulgação
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