Justiça decreta fim da recuperação judicial do Grupo Abril
Editora havia entrado com pedido de recuperação judicial em 2018 e apresentou plano de pagamento das dívidas no ano seguinte
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Meio & Mensagem
23 de fevereiro de 2022 - 20h05
A 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo decretou nesta quarta-feira, 22, o encerramento da recuperação judicial do Grupo Abril, que havia sido iniciada em agosto de 2018.
De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, o juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho assinou a sentença de encerramento do processo, declarando que, até setembro de 2021, 100% dos créditos em dólares e 99,4% dos créditos em reais, que compunham a dívida da editora, já haviam sido pagos.
Esse encerramento, no entanto, não significa o fim dos processos paralelos e independentes, ligados à ação principal. De acordo com o juiz, tais processos não serão prejudicados porque todos os pagamentos tiveram de ser incluídos no plano de recuperação feito pela empresa em 2019.
Abril faz acordo para renegociação de dívida
Quando apresentou, em 2019, o plano de recuperação financeira, o Grupo Abril propôs a venda de alguns ativos para cobrir a dívida que, no ano anterior, havia chegado a R$ 1,6 bilhão. Na ocasião, uma das soluções oferecidas pela empresa foi a venda da marca Exame, que em dezembro de 2019 foi negociada, em leilão, pelo banco BTG Pactual. Em maio de 2021, o grupo também negociou, em leilão, sua antiga sede, localizada na marginal Tietê, em São Paulo, que foi adquirida pela Família Fares. Segundo a Folha, o imóvel foi comprado por R$ 118, 7 milhões.
Em junho do ano passado, o Grupo Abril firmou um acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para renegociar sua dúvida que, na época, era de R$ 830 milhões. Nesse acordo, a empresa ofereceu alguns de seus títulos, como Veja, Quatro Rodas e Capricho, como garantia para a negociação com o governo. A estimativa era que essa negociação trouxesse à Abril cerca de 70% de desconto em relação ao total da dívida. Esse tipo de acordo é firmado pelo governo com empresas com comprovadas dificuldades financeiras.
A reportagem da Folha diz, contudo, que apesar de a Justiça ter decretado o fim da recuperação judicial, caso alguma parte do plano de recuperação proposto pelo Grupo Abril não seja cumprida, os credores poderão pedir a falência da empresa ou a execução da dívida.
*Crédito da imagem do topo: Shutterstock
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