LDRV e a força da colmeia de microinfluenciadores

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Teresa Levin
11 de dezembro de 2018 - 7h38

Ananias Neto, o Kaerre, que é farmacêutico e comanda o LDRV nas horas vagas (Crédito: Divulgação)

A ideia era ter um espaço para compartilhar memes e trazer um momento de humor para as pessoas. Mas o que começou como uma iniciativa tímida de Ananias Neto, o Kaerre, um menino da cidade de Guanambi, no interior da Bahia, virou uma das páginas mais populares do Facebook globalmente. A Lana Del Rey Vevo (LDRV) extrapolou a brincadeira inicial e transformou-se em referência na criação de memes. Hoje, reúne quase um milhão de fãs na plataforma e se expande para outros lugares do ecossistema digital.

Hoje, a LDRV tem uma equipe de 60 moderadores e seis administradores. A página criada por Kaerre tornou-se um território de luta de direitos LGBTQI+ e também um espaço para que esse público manifeste suas ideias e expressões sem medo. Pratica uma nova forma de se comunicar nas redes sociais, o que Kaerre classifica como uma “colmeia de microinfluenciadores”. “A mídia começou a perceber a força do grupo, ao ver que a influência em massa funciona. Várias pessoas juntas podem ter um poder maior de influenciar, com isso fomos ganhando reconhecimento dentro do meio da comunicação”, analisa.

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Para o fundador do grupo, o caminho que o LDRV abriu retrata não só o poder da plataforma, mas principalmente a união de várias vozes em torno de variadas causas. Nesta linha, a comunidade já levou alguns temas aos trend topics globais do Twitter por meio da união dos usuários do LDRV com o que Kaerre chama de “chamamento”. Com regras específicas para que a página siga tendo uma filosofia reconhecida por seus membros, ele explica que o sucesso do projeto passa por ouvir e respeitar aqueles que usam a plataforma. “A princípio era uma página sobre humor, para fazer humor, também com muita música alternativa. Mas as pessoas começaram a se identificar muito, e colocar coisas pessoais. Acabamos mudando o objetivo do grupo, e este foi o segredo, moldá-lo com base no que os usuários queriam que ele fosse”, explica Kaerre.

Hoje, o grupo também realiza eventos, como as LDRV Party, criadas com o intuito de conectar seus integrantes. Tem também uma linha de camisetas e há a intenção de abrir um ecommerce. Projetos publicitários ainda são incipientes, mas já houve uma parceria com um aplicativo de paquera voltado ao público gay, o Scroff, que deu assinaturas premium para integrantes. “Não postamos propaganda deliberadamente, só fazemos parcerias que trazem benefícios para os membros”, observa.

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