Luciano Huck: “o que me interessa é o Brasil com ‘s’”
Há mais de dois anos e meio à frente dos domingos da Globo, apresentador destaca a representação do País como a principal forma de engajar a audiência
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Meio & Mensagem
27 de maio de 2024 - 6h10
Nesse domingo, 26, a Globo exibiu o Futebol Solidário, uma partida realizada no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, com a proposta de arrecadas fundos para as vítimas das enchentes e catástrofes climáticas que afetaram o Rio Grande do Sul nas últimas semanas.
O pré-jogo – bem como a própria idealização do projeto – foi realizado por Luciano Huck, que aproveitou o Domingão para entrevistar os artistas que participariam da partida e destacar o caráter solidário da iniciativa.
Embora essa tenha sido a única vez que o apresentador comande seu programa diretamente do Maracanã, é no icônico estádio que Huck diz se sentir, semanalmente, assim que entra no ar para comandar a atração dominical na emissora de maior audiência do Brasil.
“Digo que, estar no sábado é como jogar no Pacaembu lotado. É uma delícia jogar no Pacaembu lotado. Mas é muito diferente de jogar no Maracanã lotado. E domingo é o Maracanã lotado. Domingo é um dia sagrado da reunião da família brasileira, é o momento de estar junto diante da televisão”, resumiu o apresentador, em entrevista ao Meio & Mensagem na qual analisou as responsabilidades da missão assumida em setembro de 2021, quando assumiu os domingos da Globo.
Atualmente, Huck acredita que o Domingão está com “todos os astros alinhados” e que conseguiu cumprir a premissa que planejou quando foi convidado pela direção para assumir a atração: fazer um programa popular, sem ser popularesco, e que refletisse, de fato, o Brasil.
Meio & Mensagem: Sua estreia no Domingão aconteceu em setembro de 2021, quando assumiu o espaço que havia sido deixado por Fausto Silva. Que avaliação faz desse período?
Luciano Huck: Talvez essa tenha sido, até agora, a fase mais intensa, mais desafiadora e de maior responsabilidade e, também, dos maiores prazeres da minha carreira. Talvez tenhamos tido um parto prematuro em setembro de 2021. [A estreia] foi um pouco de supetão, um pouco antes do que planejávamos. Mas foi bom, também. Hoje, olhando para trás, imaginei que, depois de 21 anos no sábado a tarde (período em que comandou o programa Caldeirão do Huck, também na TV Globo), fazendo um programa ininterrupto, em 52 semanas por imagino, que fosse ser algo parecido. É mais ou menos como quando você tem filhos: depois de ter o primeiro, você imagina que o segundo será exatamente igual ao primeiro, mas são pessoas completamente diferentes. Imaginei que um novo programa de televisão pudesse ser algo parecido com o que eu já fazia há 21 anos, mas foi algo completamente diferente.
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M&M: Quais são essas diferenças?
Huck: Tem uma comparação que gosto muito de fazer, entre o sábado e o domingo. Eu adoro ir ao estádio do Pacaembu, em São Paulo, que é um estádio icônico da cidade, em um lugar muito arborizado, agradável, em uma região fácil de chegar e de sair. Era muito prazeroso assistir a jogos de futebol no Pacaembu. Eu digo, hoje, que o sábado é como jogar no Pacaembu lotado. É uma delícia jogar no Pacaembu lotado. Mas é muito diferente de jogar no Maracanã lotado. E domingo é o Maracanã lotado. Domingo é um dia sagrado da reunião da família brasileira, é o momento de estar junto diante da televisão. Quando entendi isso, me trouxe uma enorme responsabilidade de conversar com todo o País no domingo à noite. Mas, por outro lado, seja no Pacaembu ou no Maracanã, o esporte é o mesmo. São os mesmos grupos musculares, mas, talvez, exija uma estratégia de jogo diferente. Meu time treinava há 21 anos e tive o privilégio de poder contar com boa parte da equipe que o Fausto [Silva] construiu ao longo de 30 anos. O Fausto, durante sua carreira na TV Globo, ele investiu boa parte dos investimentos e recursos que teve da porta para dentro do estúdio. E o Caldeirão, ao longo de 21 anos, boa parte dos recursos que tive, tanto intelectuais quanto financeiros, eu acabei investindo da porta do estúdio para fora, nas externas e nas matérias que sempre gostei muito de fazer. Então, quando pudemos combinar essas duas equipes, nasceu o Domingão que gosto hoje, em que podemos ter o melhor possível do estúdio para dentro e trouxemos o nosso know-how de externas, que também está em nosso DNA hoje. Sempre digo para nossa turma que iremos sentir saudade deste momento da vida e que, por isso, é preciso vive-lo intensamente. Acho que temos todos os astros alinhados. Tenho os astros alinhados com os acionistas da empresa, com a direção da empresa, com meu time, com o mercado no Brasil e, principalmente, com o público.
M&M: Um programa de televisão aberta, como o seu, tem o desafio de falar simultaneamente com grupos de diferentes faixas etárias, classes sociais e estilos. Como você vê o desafio de fazer uma comunicação de massa em um cenário em que as pessoas têm tantas opções pulverizadas de entretenimento?
Huck: Em muitos lugares em que vamos do mercado publicitário, muitas vezes temos interlocutores ou recortes que pensam no Brazil com ‘z’. Mas o que me interessa é o Brasil com ‘S’. Minha vida televisiva, minhas áreas de interesse e meu olhar em relação ao mundo são para o Brasil com ‘S’. E acho que temos o privilégio de viver em um País continental, com 220 milhões de habitantes, com enormes potencialidades, mas muitos desafios. E o Brasil não é para amadores, ele demanda muita coisa. Quando se fala de TV aberta, que é o que gosto, e que acho um meio que ainda tem uma ampla jornada, é um desafio conseguir falar com todo mundo, com todos os recortes do País, tentando ser o mais popular possível, sem ser popularesco. É um desafio fazer uma televisão que entretenha, porque somos entretenimento, mas que, ao mesmo tempo, gere reflexões e faça as pessoas pensarem. É uma questão de tentar traduzir assuntos complexos de maneira simples. Eu gosto de fazer Dança dos Famosos, amo fazer a Batalha do Lip Sync, amo contar minhas histórias, amo fazer os games e quadros, mas gosto de sempre ter um dedo no pulso nas questões do País e do mundo para que as pessoas pensem, reflitam e aprendam através de um conteúdo de TV aberta.
M&M: Você considera que, hoje, o Domingão está da forma que gostaria? O que ainda projeta para o programa?
Huck: Acho muito importante viver este momento. Assisto ao programa todos os domingos e, às segundas-feiras, já estou com a cabeça no próximo. Televisão aberta é planejamento, claro. Sei o que vou exibir no programa em dezembro, sei o que irá ao ar em todos os domingos, até o final do ano. O esqueleto já está montado, mas a maneira como iremos adereçar é definida ao longo do tempo. Temos muita criatividade e muita iniciativa, mas a execução está muito atrelada ao planejamento e temos um time muito especializado nisso. Vivo esse momento intensamente e deixo a vida me apresentar ao que virá amanhã.
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