Entre impresso e digital, Marie Claire busca se adaptar aos novos tempos
Operação da revista francesa no Brasil tem apostado em estratégias digitais, enquanto mantém a essência do jornalismo voltado aos direitos das mulheres
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Giovana Oréfice
1 de outubro de 2024 - 7h47
Em suas capas, Marie Claire Brasil busca, cada vez mais, diversificar a escolha de personalidades (Crédito: Divulgação)
A revista Marie Claire surgiu na década de 1930, na França, no auge dos movimentos sufragistas e sempre lutou pelos direitos femininos, e foi acompanhando os direitos das mulheres ao longo dos anos.
Agora, 96 anos depois, segue com o propósito de atender mulheres que se preocupam com seus direitos – onde quer que elas estejam. A marca desembarcou no Brasil há mais de três décadas e, nos últimos dois anos, vem apostando na presença digital como estratégia.
O público-alvo da revista são mulheres na faixa etária dos 25 a 35 anos, mas após a quarta onda do feminismo, ganhou um novo fôlego e novas ativistas, essas bem mais jovens, conforme explica Maria Rita Alonso, diretora de redação da Marie Claire.
Maria Rita Alonso, diretora de redação da Marie Claire Brasil (Crédito: Divulgação)
E a marca tem acompanhado essa transformação. No ano passado, veicularam uma capa estrelada por Constanza Pascolato, aos 84 anos, e negociam capas com Maisa e Larissa Manoela.
“A Marie Claire é uma marca de notícias femininas no Brasil há 33 anos, mantendo leitoras e conquistando novas, o que é difícil para qualquer marca, qualquer pessoa que fala com o público, mas conseguimos fazer isso e usamos como uma força”, cita Maria Rita Alonso, diretora de redação da Marie Claire. “Os direitos das mulheres interessam a qualquer idade”.
Entre os tópicos que seguem balizando o interesse das leitoras em meio às mutações do conceito de direito das mulheres ao longo dos anos, estão equidade, poder e dinheiro, por exemplo. Moda e beleza também são pilares importantes para a cobertura editorial da revista e que, cada vez mais, prezam por questões reflexivas e políticas, conforme explica Rita.
A diretora de redação aponta o desafio de se manter relevante enquanto revista em meio às inúmeras plataformas ofertadas atualmente. “O conteúdo e linha editorial são as mesmas e temos que chegar nas leitoras e plataformas da mesma forma”, diz.
Há dois anos, a Marie Claire Brasil buscou direcionar esforços para adaptar seu conteúdo da revista para as redes sociais, sobretudo Instagram e TikTok, de uma forma mais detalhada, simples e engajadora, inclusive para auxiliar em monetização.
O primeiro passo foi transferir a linguagem e identidade para os formatos das mídias, e, posteriormente, criaram um departamento de vídeo dentro da redação, que atende a criação de vídeos longos e curtos, além de contarem com um núcleo dedicado exclusivamente às redes sociais.
“Entendemos que nosso conteúdo é consistente e que ele pode ser um pacote de conteúdo constante na revista, mas também atingir as pessoas de forma mais fragmentada e que isso também tem um impacto muito importante para as mensagens que queremos passar”, comenta Rita.
Em setembro, por exemplo, 22 personalidades brasileiras como Sasha Meneghel, Thai de Melo Bufrem e Gloria Kalil, participaram de capas digitais para os perfis da Marie Claire nas redes sociais. Publicadas ao longo do mês, cada uma traz sua visão sobre a moda nacional.
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Além de adotar o social listening nas redes sociais, o jornalismo voltado para o digital também se orienta pelas diretrizes de uma diretoria de planejamento digital que atende as marcas da Editora Globo, e que mune o veículo com informações sobre moda, beleza, comportamento e outros tópicos que sejam atrativos e estejam no radar da audiência.
A audiência, inclusive, é uma fonte de monetização para a revista, que incrementa receita com a veiculação de anúncios tanto na edição impressa, quanto online.
Além de ocupar os mesmos espaços que as leitoras, a atuação da Marie Claire no ambiente online também cumpre a função de atrair projetos especiais, como a cobertura de eventos de marcas como L’Oréal, e de branded content, que fica sob o guarda-chuva do GLab. Criado em 2015, a área fica a frente da produção de conteúdo de marca e geração de audiência para empresas parceiras nos espaços do Grupo Globo.
Os eventos também cumprem papel importante. Além dos talks realizados periodicamente, o de maior destaque para a marca é o Power Trip Summit. Anualmente, o evento reúne lideranças femininas do Brasil durante três dias de painéis e outras atividades.
Em sua 10° edição neste ano, o Power Trip Summit Marie Claire teve como tema especial Visionárias, trazendo mulheres que antecipam o futuro e transformam realidades. Estiveram presentes em Belo Horizonte nomes como a ministra Carmen Lúcia, Maria Homem, Cida Bento, Zezé Motta, e outras, debatendo sobre as mais diversas temáticas.
“Nosso Summit, por exemplo, foi uma reafirmação da vocação editorial que é justamente fazer um jornalismo feminino de qualidade que mistura todas as áreas”, afirma Rita. Em 2024, estiveram entre os patrocinadores Dove, Vivo e L’Oréal Paris.
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