Meta enfrenta julgamento por monopólio pela aquisição do Instagram e WhatsApp
Justiça norte americana alega que a big tech tenha minado a concorrência ao adquirir as plataformas para se consolidar na liderança
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Meio & Mensagem
14 de abril de 2025 - 10h58
Começa nesta segunda-feira, 14, nos Estados Unidos, o julgamento da Meta por monopólio de mercado ao adquirir o Instagram e o WhatsApp e que, a depender da sentença, pode resultar na venda forçada das plataformas.
(Crédito: Tada Images/Shutterstock)
O Federal Trade Comission (FTC) alega que a big tech tenha minado a concorrência de forma ilegal ao comprar as redes sociais, hoje importantes estrategicamente para a companhia, para obter vantagem frente aos competidores e se consolidar no mercado de tecnologia dos Estados Unidos.
A reportagem do The New York Times indica que o caso tentará estender as teorias da lei antitruste do país para abordar a estratégia de “buy or bury” (“compre ou enterre”, em tradução livre). A prática inclui a compra de concorrentes potenciais e, caso seja impossibilitada por algum motivo, a companhia aproveita de seu poder de mercado para dificultar a operação dos rivais e, consequentemente, um possível avanço no mercado.
Entre as provas que deverão ser apresentadas estão um e-mail do CEO e fundador, Mark Zuckerberg, em que indica que é melhor “comprar do que competir”. Há, ainda, um memorando que aponta que o intuito de comprar o Instagram era o de “neutralizar um concorrente em potencial”.
A Meta, por sua vez, contesta, justificando que a compra foi feita mediante a aprovação das aquisições por parte dos reguladores à época. O Instagram foi adquirido em 2012 por US$ 1 bilhão. Dois anos depois, a big tech comprou o WhatsApp por US$ 19 bilhões. A companhia também chegou a citar em documentos outras redes sociais concorrentes, como TikTok, Snaphat e LinkedIn. Esperam-se, ainda, argumentos de que as plataformas melhoram a experiencia aos usuários de maneira geral.
À Reuters, Jennifer Newstead, diretora jurídica da big tech, contestou: “É absurdo que a FTC esteja tentando desmembrar uma grande empresa americana ao mesmo tempo em que o governo tenta salvar o TikTok, de propriedade chinesa”.
Ainda que o caso contra a Meta tenha sido aberto ainda em 2020, quando o presidente Donald Trump exercia o seu primeiro mandato no cargo, este é o primeiro julgamento que, de fato, tem início durante o governo do republicano. O julgamento deverá se estender até julho.
Zuckerberg tem se aproximado de Trump desde até mesmo antes de seu mandato. O CEO e fundador da Meta esteve entre as lideranças do vale do silício que doaram US$ 1 bilhão à cerimônia de posse de Trump, além de ter suspendido a moderação de conteúdo e ter se encontrado regularmente com o presidente, conforme aponta a imprensa internacional.
A vitória de Trump à presidência aumentou a expectativa das lideranças do Vale do Silício com restrições regulatórias antitruste mais brandas. O presidente nomeou Andrew Ferguson como presidente do FTC, e Gail Slater, como o nome è frente da divisão antitruste do Department of Justice (DOJ). Ambos prometem aplicar leis antitruste de maneira agressiva.
Está prevista para a próxima segunda-feira, 21, uma audiência em que o DOJ discutirá as mudanças que o Google deverá realizar após uma decisão judicial em agosto do último ano que constatou que o Google monopolizou ilegalmente o mercado de buscas. Uma das medidas pode envolver a venda do navegador Chrome.
A Alphabet ainda enfrente outro processo, sob a alegação de que a companhia cria barreiras para impedir ou dificultar a entrada de concorrentes no mercado. O julgamento antitruste da gigante de buscas inclui, ainda, outros players, como Apple – com quem o Google teria acordos bilionários para priorizar o sistema de busca em seus dispositivos –, a própria Meta e a Amazon, que juntas detém o monopólio de sistemas globais de comércio, busca, comunicação, entre outros.
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