Mídia movimentará US$ 69 bilhões em 2019
Estudo da PwC projeta que publicidade e receita digital serão destaques nos próximos cinco anos com crescimento de 17%
Estudo da PwC projeta que publicidade e receita digital serão destaques nos próximos cinco anos com crescimento de 17%
Luiz Gustavo Pacete
3 de junho de 2015 - 1h00
O consumo de mídia no Brasil deverá atingir US$ 69 bilhões em 2019, crescimento de 10,2% em relação aos US$ 42 milhões movimentados em 2014. Os dados são do Estudo Global Entertainment & Media Outlook, divulgados pela PwC na manhã desta quarta-feira 3. Realizada com base na coleta de informações de 54 países, a pesquisa é divida em 13 segmentos e considera os investimentos em publicidade feitos em diversas mídias, somando-os às receitas geradas com a adesão aos serviços de comunicação e entretenimento, como internet banda larga, TV por assinatura e outros.
O consumo de conteúdo digital em tablets, smartphones e PCs será o destaque do período com crescimento de 17,1%. Os meios tradicionais como jornais e revistas devem apresentar uma desaceleração no ritmo de alta, até então na casa de 4% ao ano. A perspectiva é que o consumo de jornais cresça 2,8% e o de revista 2,3% até 2019.
Apesar da desaceleração no ritmo de consumo de jornais e revistas na plataforma impressa, a procura deverá aumentar no ambiente digital. Marcelo Ribeiro, especialista em telecomunicações da PwC Brasil, explica que as assinaturas de jornais e revistas e títulos de e-books vão prevalecer no online. “Esse crescimento será impulsionado principalmente pelo ritmo de alta na compra de smartphones”, explica Ribeiro.
A TV por assinatura também ganhou destaque no levantamento. Estima-se que, em 2019, o mercado movimente US$ 9 bilhões, crescimento médio anual de 6,9% e uma penetração de 37% no mercado nacional. “Esse segmento continua em expansão e será beneficiado pela abertura do mercado para pessoas, que até então, não tinham acesso às assinaturas, além do cenário de concorrência recente marcado pela fusão entre Telefônica e GVT e a consolidação do Grupo Telmex, da Claro”, explica Ribeiro.
O perfil de investimento publicitário nos meios deve permanecer muito parecido com o que vem sendo mantido nos últimos anos. A predominância será da TV que deve responder por 54% do total investido, seguida por meios digitais: 17%. O jornal ficará com uma fatia de 8%, a comunicação B2B 7%, as revistas 6%, mídia Out of Home 4% e o rádio 3%. De todas as categorias, jornal, revista e rádio perdem participação, enquanto digital e mídia Out of Home crescem significativamente.
Exigências do consumidor
A pesquisa também identificou o comportamento dos consumidores. A primeira constatação é que as pessoas pretendem pagar cada vez menos por conteúdo. Além disso, as mídias tradicionais estão perdendo espaço para serviços de streaming como Netflix. O preço e acesso fácil ajuda a reduzir a pirataria e cada vez mais as pessoas estão dispostas a assistir publicidade em plataformas gratuitas. “As empresas que conseguirem se adaptar a essa demanda vão conquistar a confiança desses consumidores”, observa Gardênia Rogatto, especialista em entretenimento e mídia da PwC Brasil.
Total movimentado por cada categoria no ano passado e a perspectiva de crescimento para 2019:
Digital
2014: US$ 13,1 bilhões
Crescimento: 17,1%
Publicidade na TV aberta
2014: US$ 7,3 bilhões
Crescimento: 8,1%
TV por assinatura
2014: US$ 6,5 bilhões
Crescimento: 6,9%
Jornal
2014: US$ 3,7 bilhões
Crescimento: 2,8%
B2B
2014: US$ 3 bilhões
Crescimento: 6,2%
Revista
2014: US$ 2,3 bilhões
Crescimento: 2,3%
Livros
2014: US$ 2,2 bilhões
Crescimento: 2,3%
Filmes
2014: US$ 2 bilhões
Crescimento: 6,1%
Publicidade na Internet
2014: US$ 1,6 bilhão
Crescimento: 15,5%
Games
2014: US$ 600 milhões
Crescimento: 11,9%
Out of Home
2014: US$ 500 milhões
Crescimento: 9,1%
Publicidade em Rádio
2014: US$ 500 milhões
Crescimento: 3,7%
Música
2014: US$ 500 milhões
Crescimento: 1,8%
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