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MinC e Ancine anunciam R$ 471 milhões para audiovisual

Verba integra segunda etapa do programa #audiovisualgerafuturo e envolve projetos para cinema e TV; diretor-presidente da Ancine quer simplificar processos


12 de março de 2018 - 14h29

Christian de Castro, diretor-presidente da Ancine (Crédito: André Valentim)

O Ministério da Cultura (MinC) e a Agência Nacional do Cinema (Ancine) anunciaram um investimento de R$ 471 milhões em projetos de cinema e televisão. A verba é parte do programa #audiovisualgerafuturo que teve sua segunda etapa divulgada nesta segunda-feira (12), no Rio de Janeiro. As novas chamadas públicas trazem mudanças relevantes nas operações do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) geridas pela Ancine, buscando mais agilidade e transparência aos processos. Confira trechos da entrevista concedida pelo diretor-presidente da Ancine Christian de Castro ao Meio & Mensagem sobre o anúncio feito nesta manhã e os planos para sua gestão:

Desburocratização
“Vamos desburocratizar, investir mais dinheiro e mais rápido, também aumentando o ticket médio de investimento possível por projeto. A média de investimento em um longa-metragem do Fundo do Setor Audiovisual (FSA) era de R$ 3 milhões e vamos para um potencial de R$ 6 milhões por projeto. Além disso, tenho menor participação nas receitas do projeto na largada, na receita líquida do produto com investimento em produção, mas abrindo espaço para um investimento mais robusto na comercialização dos projetos em sua entrada no mercado”, fala. ”

Mais investimentos
“Nossa meta é trazer mais recursos para dentro do jogo. Vemos a entrada de marcas no conteúdo, o tradicional 30 segundos sendo diversificado na comunicação, indo para múltiplas plataformas. Sentimos em conversas que as marcas teriam potencial de conversar bem com o audiovisual, até com um maior investimento, se casar com sua estratégia de comunicação. Queremos trazer o setor privado para dentro do jogo da produção de conteúdo de maneira mais decisiva, jogando de maneira mais fluida. Para isso é fundamental a previsibilidade.”

Mais verba por projeto
“Aumentando o potencial valor de produção dos projetos, abrimos espaço para uma diversidade maior da produção. Começamos a ter a possibilidade de ter filmes com maior valor de produção de outros gêneros, além da comédia, que hoje é muito dominante no cinema mais competitivo, de mercado. Passamos a ter potencial de thrillers, suspense, policiais, filmes de gênero, terror, de época, fixação científica estilo Black Mirror, em que você tem efeito especial e direção de arte mais trabalhada e que envolve um maior valor de produção.  Podemos ter filmes com maior valor agregado ao valor de produção, com maior competitividade não só local, mas também internacional.”

Projetos na TV
“A verba para TV também passa a ser de R$ 6 milhões por projeto e mudamos para a lógica de investimento em um projeto como um todo; antes a análise de limite de orçamento era por episódio. Investiremos até R$ 6 milhões dependendo da conjugação da pontuação alcançada pela conjunto produtora, distribuidora, diretor e contratos associados ao projeto.”

Novo conceito
“ Nosso objetivo é dar celeridade ao processo, mudamos a lógica, introduzimos a lógica FSA 2.0. Marcamos uma mudança de conceito e já indicando o que vamos fazer de transformação para o orçamento de 2018. O que estamos colocando na rua agora ainda é do orçamento para execução de 2017. Em abril anunciaremos o orçamento deste ano com novas linhas, expandindo esta lógica de investimento para games e para infraestrutura tecnológica associada ao audiovisual, que significa realidade virtual, realidade aumentada, estrutura de pós-produção de imagem e som, efeitos especiais, infraestrutura para animação. Passamos a olhar para este lado também, trazendo a lógica do investimento em tecnologia associada a entretenimento e conteúdo.”

Gestão
“Me formei em engenharia e no primeiro terço da minha vida profissional trabalhei no mercado financeiro. A partir de 2000 decidi sair do mercado e acabei entrando no audiovisual por influência do meu irmão que é roteirista e diretor. Desde então procurei fazer uma aproximação entre o privado, o capital e o empreendedor criativo, mas especificamente no audiovisual. Dentro da minha experiência de lidar com diversos elos da cadeia, acompanhei esta evolução fantástica de bases e pilares do audiovisual construída de  2001 para cá  com a criação da Ancine, a Lei 12485, a maior participação da produção independente, entre outros. Percebo a capacitação do empreendedor criativo do audiovisual dentro deste mercado e quero fazer isso de forma ainda mais decisiva.”

 

*crédito da imagem no topo: Bet_Noire/iStock

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