Monetização no Facebook Reels: oportunidades e desafios aos creators
Estratégia tem o intuito de rejuvenescer e engajar o público da plataforma, mas traz aos influenciadores o desafio de produzir conteúdos específicos para diferentes redes sociais
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Bárbara Sacchitiello
11 de maio de 2023 - 6h00
O passe dos influenciadores e criadores de conteúdo está mais valorizado pelas plataformas digitais. Em um cenário de intensa disputa pela atenção dos consumidores de vídeos curtos, quem conta com um time mais criativo de influenciadores, capazes de criar conteúdo que prenda a atenção da audiência, tende a ter mais sucesso – e, claro, atrair mais negócios.
Essa é a lógica por trás da mais recente estratégia anunciada pelo Facebook no Brasil nesta semana. A plataforma da Meta começará a remunerar os criadores de conteúdo do Reels pela audiência de seus vídeos curtos.
A ideia é simples: quanto mais pessoas assistirem aos vídeos, mais o influenciador irá faturar. O Facebook abriu as diretrizes para os creators brasileiros que queiram participar do programa, em uma tentativa de atrair para a rede social influenciadores que já têm sua audiência cativa em outras plataformas concorrentes – como o TikTok e Youtube – e até mesmo da própria companhia, como o Instagram.
“Essa estratégia faz parte da disputa de plataformas: Meta contra YouTube e, principalmente TikTok. Uma vez que os usuários estão priorizando as outras no lugar das plataformas da Meta, pelo fato de serem monetizáveis”, explica Murilo Oliveira, CEO da empresa de influência IWM.
Segundo Oliveira, esse movimenta coloca os criadores de conteúdo no centro da disputa, o que, para esses profissionais, é algo bom, já que apresenta mais uma fonte de renda para sua produção de conteúdo, permitindo que o influenciador produza com mais qualidade, já que a remuneração sempre está atrelada à quantidade de views.
A chegada da monetização para os criadores do Reels no Facebook também é vista como grande oportunidade por Lorena Resende, coordenadora da área artística da MField. Conforme a remuneração torna-se uma possibilidade mais concreta, diz ela, a produção de conteúdo fica mais viável e atrativa.
“Vale ressaltar que a exigência por conteúdos diferentes para redes diversas seja um grande desafio do setor. Mas acredito em uma adequação natural e que o Reels tem tudo para conquistar um papel mais importante para clientes e marcas”, opina a profissional.
A decisão da Meta é mais uma oportunidade para motivar creators a produzirem conteúdos autênticos, pensando exclusivamente na plataforma. A opinião é de Nohoa Arcanjo, chief growth officer da Creators LLC, que também destaca que, para os influenciadores, outro ponto positivo da decisão do Facebook é outra possibilidade de faturar com seu conteúdo.
A especialista em marketing de influência também aponta outras vantagens. “Além disso, é uma forma de resgatar e entender o público dos creators nessa plataforma, isso porque os seguidores não desejam ver o mesmo conteúdo que é produzido no Instagram no Facebook Reels”, ressalta. Criar vídeos direcionados e específicos para esse ambiente do Facebook, portanto, torna-se crucial.
Os profissionais de marketing de influência ouvidos pela reportagem também apontam que, ao oferecer pagamento pela visualização dos vídeos, o Facebook quer competir com mais força pela atenção do criador de conteúdo e, consequentemente, da audiência.
Por enquanto, a monetização dos vídeos do Reels está atrelada à audiência e não à veiculação de anúncios. Apesar disso, pela engrenagem natural do mercado publicitário, onde há concentração de audiência, as marcas também tendem a direcionar mais seus investimentos.
Nessa lógica de negócios, contudo, é importante sempre considerar o tipo de público presente na plataforma, como destaca Jr. Cesar, CEO da Brasilera. “O importante é entender que o conteúdo deve considerar o público que já existe no Facebook e como ele consome publicidade para não acabar invadindo esse espaço. Para os creators, são novos usuários que serão atingidos; para quem já está no Facebook, é acesso a novos conteúdos. E, para os anunciantes, é a descoberta de novos formatos que consigam se conectar tanto com quem já estava na plataforma como para quem está chegando”, resume Cesar.
Para uma rede social que já foi mais influente, sobretudo entre público mais jovem, o novo programa de monetização pode representar uma revolução e, de fato, atrair mais creators e mais visualizações.
Lorena, da MField, pontua que isso é ótimo para as marcas, que estão sempre procurando audiências engajadas e segmentadas. Apesar disso, a profissional faz a ressalva de como a Meta vai lidar com essa novidade, que pode roubar o dinheiro de outras de suas plataformas, como o Instagram. “O Instagram já tem mais de um bilhão de usuários ativos todos os meses e 90% deles seguem pelo menos um perfil de creator. Isso quer dizer que tem muita gente assistindo a vídeos naquela plataforma, que é bem consolidada”, frisa. Por outro lado, ela acredita que ainda há espaço para a expansão da publicidade em vídeo.
Pagar aos criadores de conteúdo que tiverem mais audiência foi a forma encontrada pelo Facebook para renovar, rejuvenescer e crescer sua base. “Com o passar dos anos, o Facebook viu sua base diminuindo e, principalmente, “envelhecendo”, pois ela já não conversava com os mais jovens, e viu o Instagram e TikTok tomarem este lugar. Este estímulo vem em boa hora para trazer de volta os ‘filhos que se foram’”, diz o CEO da IWM.
Com mais criadores de conteúdo produzindo para o Facebook Reels, e possível ter mais publico na plataforma, o que naturalmente, chama a atenção das marcas.
“É claro que não podemos afirmar que, após a monetização, o Facebook Reels se tornará popular, mas as marcas precisam acompanhar a movimentação de perto para não perderem espaço. Com mais profissionais produzindo e usando a ferramenta, será possível, sim, atrair mais anunciantes para os vídeos”, conclui Nohoa Arcanjo.
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