Monetização para creators: a chave para o Facebook Reels
Programas para atrair influenciadores e produtores de conteúdo são fundamentais para Meta popularizar a ferramenta de vídeo, na opinião de profissionais do mercado
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Bárbara Sacchitiello
25 de fevereiro de 2022 - 6h02
O Facebook quer levar a moda dos vídeos curtos para o seu ambiente. Depois de mais de quatro meses de testes, feitos no território dos Estados Unidos, o Facebook Reels estará disponível, nos próximos dias, para usuários de todo o mundo.
No Instagram, a plataforma já está disponível desde 2020 e foi criada para responder a uma demanda dos consumidores. Na época, o interesse pelo TikTok crescia em todo o mundo, mostrando que o público, sobretudo a geração Z, tinha interesse em compartilhar e consumir vídeos curtos e dinâmicos. Para responder a isso, o Instagram criou o Reels, oferecendo aos seus usuários recursos semelhantes aos das redes concorrentes.
Ao levar o Reels para sua plataforma principal – o Facebook – a companhia tem o intuito claro de tentar recuperar sua popularidade entre os mais jovens, de acordo com profissionais ouvidos pela reportagem. Essa estratégia passa a ser ainda mais importante no atual momento em que, pela primeira vez, o Facebook registrou perda de seus usuários ativos.
Em relatório financeiro divulgado no começo deste mês, a empresa comunicou que encerrou o último trimestre de 2021 com 500 mil usuários diários ativos a menos do que possuía no terceiro trimestre do ano passado. Uma ferramenta que traga os elementos que estão atraindo a Geração Z, portanto, pode representar uma vantagem.
“É um começo, com certeza, mas não é uma briga fácil”, define Elisa Pequini, sócia-diretora da Social Tailors, empresa especializada em marketing de influência, a respeito da intenção do Facebook em ampliar seu apelo entre os mais jovens. “Um dos recursos que será lançado será a possibilidade do creator compartilhar seus reels do Instagram no Facebook para aumentar seu alcance e, consequentemente, sua monetização. Mas, em relação ao público, ninguém vai passar a usar o Reels no Facebook para ver o mesmo conteúdo que já está vendo no Instagram, certo?”, questiona a profissional.
O metaverso na visão de Mark Zuckerberg
Elisa defende a ideia de que o mais importante para o Facebook é que o público que já está lá, na plataforma, crie o hábito de consumir o Reels cada vez mais. Isso pode incentivar não só os usuários que estão ausentes da plataforma mas também os creators a produzirem conteúdos focados nela”, diz a sócia-diretora da Social Tailors.
Creators no centro das estratégias
Assim que anunciou a expansão global do Facebook Reels, a Meta também anunciou que investirá em programas de monetização para estimular os influenciadores a produzirem conteúdo para a ferramenta de vídeos. Os creators serão remunerados de acordo com a publicidade que seus conteúdos atraírem na plataforma. Essa preocupação com os criadores de conteúdo é fundamental para o sucesso da ferramenta, uma vez que são eles os responsáveis por tornar o Reels atrativo para a audiência.
Gabriel Araújo, executive creative director & head of social da Ogilvy, acredita que todo o movimento que o Facebook faz já é pensando em ampliar a performance para creators e empresas que investem em mídia e que vê a possibilidade de sucesso da nova ferramenta se o cross channel entre Instagram e Facebook for fluido. “A ideia da plataforma é não apenas divulgar os reels dentro do Facebook, mas também trazer uma forma de monetizar os criadores de conteúdo, como o YouTube já faz. Com isso, vamos começar a assistir conteúdos e ser impactados por anúncios em banners, figurinhas e outros recursos que ainda não estão muito claros”, opina o profissional.
Araújo cita o exemplo do Reels Play Bonus, programa existente nos Estados Unidos que remunera os criadores de conteúdo da ferramenta. “Acredito que a ideia é expandir essa linha de raciocínio para o mercado brasileiro e trazer de volta a relevância na plataforma. Pode ser um ganha-ganha se a plataforma deixar o algoritmo a favor dos creators”, opina.
Elisa, da Social Tailors, também vê as oportunidades de monetização como o principal atrativo da Meta para levar produtores ao universo do Facebook Reels. Remunerar os creators, não entanto, não é garantia de que a ferramenta de vídeos curtos terá popularidade, segundo a executiva. “O potencial existe, mas o público que irá consumir pode ser diferente do que esses criadores têm no Instagram e TikTok e, talvez, criar conteúdos diferentes e fazer testes na plataforma pode ajudar a entender quem é o público dele no Facebook”, sugere.
O profissional da Ogilvy vê o lançamento do Facebook Reels como uma forma de a Meta tentar resgatar um público que não considerava mais o Facebook em sua lista de preferência em social media. Mas, entre a inclusão do Reels e a efetividade de rejuvenescer o público da plataforma, existe uma grande distância, segundo Araújo. “Vamos ver como será a priorização do conteúdo no feed e o que efetivamente muda para entender se esse resgate vai ser possível ou não”, conclui.
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