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Mulheres de social media recebem menos do que homens

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Mídia

Mulheres de social media recebem menos do que homens

Estudo “O Profissional de Inteligência de Mídias Sociais no Brasil”, realizado pela analista Ana Cláudia Zandavalle, analisa média salarial por gênero e regiões


8 de março de 2017 - 8h23

Por Isaque Criscuolo e Victória Navarro

A sexta edição da pesquisa “O Profissional de Inteligência de Mídias Sociais no Brasil”, feita com o objetivo de compreender melhor o universo de mídias sociais brasileiro, analisou a média salarial bruta de profissionais da área. Realizada entre 27 de julho e 31 de agosto de 2016, com 379 entrevistados de 24 estados brasileiros por meio de questionário online no Google Docs, o estudo constatou uma remuneração que vai de R$ 1.501 a R$ 3.000.

Além do crescimento da média salarial, antes entre R$ 1.000 e R$ 2.000, Ana Cláudia Zandavalle, analista de inteligência sênior da Vert Inteligência Digital e responsável pela pesquisa, analisa que “o número de cargos, que ganhavam acima de R$ 6.000, aumentaram e isto foi de encontro com o crescimento de posições especializadas na área”.

 

Média salarial bruta dos profissionais de inteligência (crédito: reprodução)

Média salarial bruta dos profissionais de inteligência (crédito: reprodução)

O estudo também afirma que os homens passaram a ganhar mais nos cargos de supervisor e gerente, ambas posições táticas, e diretor, que assume caráter estratégico. Enquanto as mulheres destacaram-se na coordenação, também tática, e analista, com função operacional. Porém, no cargo de gerência, os homens chegam a ganhar 81% a mais que mulheres. “Em níveis operacionais, a discrepância é menor”, diz Ana Cláudia Zandavalle, sobre a diferença entre gêneros na profissão de social media.

“Essa questão salarial é um recorte de mídias sociais, mas reflete o mercado de trabalho como um todo para a mulher. No ramo da comunicação digital existe uma rede de obstáculos para mulheres chegarem a posições de liderança e o salário é um deles.”, diz Cinara Moura, Gestora de Marketing Digital da Moringa Digital. A gestora também aponta que existem poucas mulheres assumindo cargos de liderança em agências, quando a maioria de pessoas trabalhando nessas agências é de mulheres.

Cinara defende que o mercado precisa atualizar as referências de mulheres que assumem posições de poder. “A mulher, quando líder, é vista como arrogante. É sempre uma figura forte, até meio masculinizada. E nem sempre a gente quer ser esse tipo de mulher. Para se encaixar no estereótipo, a mulher acaba precisando se submeter a muito mais critérios do que um homem, como ser competente, manter a postura, atender aos quesitos sociais, ser firme, se posicionar”, diz. “É um papel dos gestores começar um processo de reeducação, trabalhar autoconfiança, pois é preciso empoderar essas mulheres a pensar em um plano de carreira, por exemplo. Falta preparo da própria agência ao falar de empoderamento.”, complementa Cinara.

Média salarial bruta por posição salarial e gênero (crédito: reprodução)

Média salarial bruta por posição salarial e gênero (crédito: reprodução)

Quando cruzados os dados salariais e a posição de emprego por região do Brasil, o Sudeste é a área em que gerentes, supervisores e diretores recebem as melhores remunerações. Já no Centro-Oeste do País, a evidência fica por conta dos cargos de analista e coordenador.

 

Média salarial bruta por posição profissional e regiões (crédito: divulgação)

Média salarial bruta por posição profissional e regiões (crédito: divulgação)

 

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