Mynd investe em creators de IA e profissionaliza Banca Digital
Em seu primeiro upfront, agência anuncia áreas dedicadas a inserir marcas em tendências e parceria com IAB para profissionalizar a Banca Digital
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Thaís Monteiro
28 de fevereiro de 2024 - 13h55
Na terça-feira, 27, a Mynd realizou um upfront para o mercado, o primeiro desde a fundação da agência, em 2017. A empresa detalhou investimentos em inteligência artificial, três novos produtos para marcas e uma ferramenta própria de monitoramento. Além disso, anunciou o lançamento de uma escola para potencializar creators pretos e novas parcerias para a operação da Banca Digital, que teve seu modelo questionado no início do ano, a partir da morte de Jéssica Canedo.
Inspirada nas celebridades e influenciadores de IA lançados pela Meta, em 2023, a Mynd quis trazer a possibilidade de ter seus creators em versão IA para a casa. A agência firmou parceria com a empresa AISquad para criar versões do seu casting em inteligência artificial. Todos os agenciados já contam com seu gêmeo em IA.
A partir disso, a empresa visa oferecer mais agilidade para atender as demandas de agências e anunciantes, que por vezes querem contratar um creator para ações imediatas ou para jobs extensos, o que envolve uma maior logística e disponibilidade.
Assim, nesses casos, o influenciador grava parte da ação e deixa o restante para sua IA. Ao Meio & Mensagem, a CEO, Fatima Pissarra, citou que muitos anunciantes querem que o creator responda perguntas sobre o produto, mas, para isso, são necessárias diárias de gravação extensas. Assim, o creator contratado pode gravar o início da ação e deixar para a IA responder as perguntas dos seguidores.
“Vai ajudar quando o influenciador não tem tempo de gravar ou marcas que querem criar muito conteúdo, mas não podem pagar as diárias necessárias”, descreve.
A CEO também apresentou novos produtos para as marcas: o Social Hack e o Buzz Lab. O Social Hack visa atender demandas de marcas que queram entrar na conversa do momento, seja ela um viral ou um evento que mobiliza publicações online, como festivais de música. Nesse contexto, a Mynd monitora as converas no digital e busca oportunidades comerciais.
Por outro lado, se a marca quiser gerar um buzz próprio, independente do que está bombando nas redes sociais, a Mynd oferece o produto Buzz Lab. Um exemplo citado na apresentação foi a ação de Chevrolet com Thiago Nigro, que presenteou a esposa Mayra Cardi com um Equinox. A Chevrolet queria gerar conversas. Perfis da Banca Digital impulsionaram a ação.
A agência também lança o produto Super Live, na qual se compromete a realizar lives e transmitir as mesmas nos perfis da Banca Digital. E, assim, ampliar o alcance da live da marca parceira. A empresa já realizou uma ação do tipo na Black Friday de 2023, no qual a live de uma marca foi transmitida em 25 perfis da Banca Digital.
Tais produtos, sobreturo o Social Hack e o Buzz Lab, são possíveis a partir do uso de uma ferramenta própria da empresa, anunciada no upfront. Trata-se do Mynd Monitor Intelligence, que monitora 300 contas para acompanhar o que é tendência entre os influenciadores e nas redes sociais.
Há 20 pessoas dedicadas à ferramenta de monitoramento. Além disso, a Mynd contratará novos colaboradores para trabalhar de forma dedicada às marcas ao longo do ano, levando oportunidades ou trabalhando sob demanda.
Integrantes da Banca Digital, incluindo o CEO, Murilo Henare, o diretor comercial, Felipe Filippelli, e o COO, Peter Albuquerque, subiram ao palco para comunicar os esforços da empresa em busca da profissionalização.
Conforme os executivos, a Banca Digital quer alimentar um ambiente digital mais saudável e seguro. A empresa informou que está estruturando uma parceria com o IAB. Além disso, Albuquerque informou que a Banca Digital está investindo em diretrizes éticas do jornalismo para avançar a capacitação dos pefis.
“Vamos construir um modelo 360º, que vai nos dar muito orgulho e que vai levar quem é leal conosco, tanto marcas quanto veículos. Um movimento completo que não vai se bastar em solucionar ou apagar uma conversa que está sendo problemática ou que levantou polêmicas. O mercado de influência precisa trabalhar com autoregulação e diretrizes éticas. Não tem como negar nossa lógica de mercado. É melhor nós aprendemos a fazer melhor e direito do que anunciantes questionarem essa lógica”, acrescentou.
Ao Meio & Mensagem, Fatima informou que a Banca Digital também está estruturando uma equipe para monitorar os perfis para evitar o que aconteceu anteriormente. “Queremos conseguir que eles se tornem perfis com mais credibilidade e responsabilidade. O que aconteceu reforça a responsabilidade pelos perfis que estamos comercializando”, explica.
A contratação de Albuquerque, que até o ano passado era head de criatividade e cultura na Ambev, visa auxiliar nesse reposicionamento. Segundo a CEO, Albuquerque vai atuar na construção e solidificação do negócio. “Nosso propósito é muito claro e ver tudo isso nublado foi muito triste. Decidimos acelerar para mostrar que temos um propósito e que vamos melhorar, manter o sarrafo cada vez mais em cima”, declara. Ela diz que empresa mantém conversas com o mercado para impulsionar a regulamentação do mercado de influência.
Julio Beltrão, diretor executivo da Mynd, comunicou que o squad de criadores pretos irá trabalhar de forma mais constante com anunciantes e agências ao longo do ano. Além disso, ele anunciou que a Mynd inaugurará a plataforma Potências, que reunirá cursos online para potencializar talentos pretos. A escola online visa fomentar a presença de criadores pretos na internet, ao oferecer cursos de criação de conteúdo de nichos, como gastronomia, limpeza e beleza.
Segundo Fatima, o projeto deve ser lançado em dois meses. “Queremos muito desenvolver os talentos de pessoas pretas nas redes sociais para gerar mais conteúdo. Há uma oportunidade de crescimento de influenciadores pretos em vários nichos. Precisamos fomentar esse mercado”, disse.
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