Marinho Neto: “Um grupo de mídia não pode estar fora da indústria gamer”
No GG eSports Summit, primeiro evento de eSports do Grupo Globo para o mercado, Roberto Marinho Neto ressalta a importância da indústria para a empresa
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Luiz Gustavo Pacete
18 de dezembro de 2018 - 10h53
No ano de 2018, a área de esportes do Grupo Globo fez dos games e, especialmente dos eSports, uma de suas prioridades. Entre os principais feitos estão a ampliação de transmissões no SporTV, a realização da Game XP, em setembro, e a organização, nesta quinta-feira, 19, da segunda edição do Prêmio eSports Brasil.
Apesar do conhecimento sobre a relevância dessa indústria – a estimativa é que ela gere – US$ ,51 bilhão em receita até 2020 – ainda existem desafios para que marcas se aproximem do ecossistema marcado pela paixão e características peculiares dos fãs. Nesta quarta-feira, 18, o Grupo Globo realizou a primeira edição do GG eSports Summit 2018, evento voltado a discutir com o mercado o potencial e os desafios dos eSPorts.
Roberto Marinho Neto, que lidera o esporte do Grupo Globo, ressaltou a importância dada a esse negócio e o que ele representa em termos de paixão, potencial como categoria e também em negócios que já atraiu marcas como Gillette, Coca-Cola, Ponto Frio, Sky, Net, Burger King e muitas outras. Ao Meio & Mensagem, Marinho Neto ressalta a forma como assunto foi estudado e é tratado dentro do grupo.
Meio & Mensagem – O que vem motivando o grupo a investir em games e eSports?
Roberto Marinho Neto – Não tem como um grupo de mídia estar fora dessa indústria hoje. Uma audiência jovem, super engajada. Desde que começamos a estudar esse ecossistema, há quatro anos, identificamos que era uma indústria com potencial de ser como os esportes olímpicos onde você tem natação, vôlei e outras modalidades. Essa é a abrangência dessa indústria. A gente quer estar perto do jovem, em sintonia com a sociedade e os games e eSports possibilitam isso.
M&M – Qual foi a estratégia adotada para atuar em uma indústria de características complexas?
Marinho Neto – Você tem várias verticais e oportunidades em todas elas. Tem eventos, prêmios, tivemos a Game XP. É um ecossistema que a gente precisa de parceria em todos os lados. A plataforma gamer deve servir para atender ao nosso objetivo de sempre estar perto do fã. Para entender esse mundo, é importante experimentar um campeonato, uma disputa ao vivo. É uma experiência que mostra a força do fã. Daqueles que são fanáticos no bom sentido. Uma galera que se empolga muito no jogo.
M&M – No processo de estudar esse mercado, o que mais surpreendeu o grupo?
Marinho Neto – Foi que descobrimos um campeonato na Coreia do Sul que pagava em premiação mais que a Libertadores da América. Um time de garotos tentando ganhar uma grana maior do que um time de futebol. E isso se consolidou, não há como voltar atrás e a gente trata hoje, essa categoria, como a categoria de um esporte qualquer.
M&M – Você joga?
Marinho Neto – Sou um ex-gamer, hoje não tenho tanto tempo para jogar. Eu joguei vídeo game minha vida inteira, só que na minha época, infelizmente, os gamers não eram considerados atletas ainda, então minha mãe queria que eu estudasse mais e jogasse menos.
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