Netflix: o papel do futurismo na criação de roteiros
Dos mesmos criadores de 3%, Onisciente se inspirou na realidade para desenvolver trama com drones e cidade vigiada
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Luiz Gustavo Pacete
11 de fevereiro de 2020 - 6h00
Tech Advisor. Essa foi uma das funções fundamentais para o aprimoramento do roteiro de Onisciente, nova série de ficção brasileira da Netflix. A trama é ambientada em um futuro próximo em uma cidade cheia de drones e vigilância 24 horas e tem a produção executiva de Pedro Aguilera e direção de Isabel Valiante e Julia Jordão, também responsáveis pela série 3%. O profissional responsável pela consultoria de tecnologia foi Roberto Frossard, que, apesar de ter atuado de forma independente na série, é consultor de futuros emergentes da Accenture.
De acordo com Frossard, sua aproximação com os roteiristas se deu em uma visita ao laboratório de pesquisa da Accenture, onde são desenvolvidas dinâmicas e protótipos utilizando diversos tipos de tecnologias. “Conheci o (Pedro) Aguillera que é o roteirista da série quando ele levou o time para uma visita à nossa garagem de inovação. Eles estavam escrevendo a segunda temporada da série 3% e ele me disse que gostaria de contar com a minha colaboração para a próxima série que estava escrevendo após mostrarmos soluções com tecnologias emergentes como IA embarcadas nos drones e realidade aumentada”, conta Frossard.
Como consultor, Frossard se reuniu com o time de roteiristas para orientar sobre vários tipos e possibilidades de tecnologia. “Me reuni com o time de roteiristas, pois queriam entender se a tecnologia de hoje e no futuro próximo faria sentido em algumas das cenas e conceitos da série. Na teoria, a contribuição seria somente nesse momento, porém fomos (eu, e meus colegas Daniel Gonzalez e Daniel Franulovic) em mais algumas reuniões com o time de roteiristas, produção e arte/criação”, explica, concluindo que até um laboratório com os atores para mostrar como alguns gadgets e as diferentes tecnologias deveriam ser representadas nas filmagens foi desenvolvido.
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“Para esse trabalho, em termos de tecnologia, me apoiei bastante em experiências anteriores, mas principalmente em experts que trabalham comigo – desde IA (visão computacional para análise de imagens), robótica (funcionamento dos drones) e cybersegurança. Tendências foi um mix de aprendizados que tive de uma visita recente que havia feito à China e até estudos ou palestras de cientistas/futuristas”, diz ele. Sobre o papel da realidade ao inspirar a ficção, Frossard reforça a relação entre história e tecnologia. “Acredito que quem ‘estuda tendências’ acaba sempre se inspirando no passado, pois é uma evolução natural para a população. Porém sempre vão existir os ‘inovadores disruptivos’ que serão imprevisíveis e vão fazer algo que não é uma evolução”, afirma.
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