NFL no Brasil: como a transmissão evoluiu?
Com o Super Bowl como porta de entrada, atração tem o desafio de mesclar fãs de longa data e iniciantes no esporte
Com o Super Bowl como porta de entrada, atração tem o desafio de mesclar fãs de longa data e iniciantes no esporte
Taís Farias
31 de janeiro de 2022 - 13h32
No mercado internacional, o mês de janeiro e o início de fevereiro são marcados pelos preparativos para o Super Bowl, final da National Football League (NFL), liga estadunidense de futebol americano. Além de uma das mais importantes vitrines publicitárias, ao longo dos anos, o Big Game também se tornou um evento de música e entretenimento, com as apresentações do intervalo, que arrebatam um público ainda mais amplo que o do futebol americano. Tendo o Super Bowl como uma de suas portas de entrada, os jogos da NFL também vêm ganhando espaço entre o público e as marcas brasileiras.
Apesar de parecer um fenômeno recente, a primeira transmissão televisiva do futebol americano no Brasil aconteceu em 1969, na TV Tupi. O conteúdo gravado dos jogos era enviado pela CBS e reproduzido pela TV com narração do jornalista e produtor musical, Walter Silva. Posteriormente, a NFL voltou às telinhas brasileiras com a Rede Bandeirantes, que transmitiu os jogos entre 1994 e 1998. Responsável atualmente pela transmissão da National Football League e parte do Grupo Disney, a ESPN exibe os jogos na TV paga desde a temporada de 1992.
Os dados dos últimos dez anos mostram um crescimento na audiência. Segundo o Ibope, em 2013, a média de público da temporada foi de 123 mil pessoas por jogo. O ano anterior havia registrado uma média de 53 mil. Já no Super Bowl de 2016, dados do Ibope divulgados pela ESPN apontaram que 62% dos televisores estavam ligados em canais de esporte na TV por assinatura no horário do evento. Em 2017, a ESPN relatou para a Folha de São Paulo ter registrado um crescimento de 800% na audiência do futebol americano entre 2013 e 2016. Em uma pesquisa do Ibope Repucom, em 2020, 27 milhões de pessoas se declararam fãs da NFL no Brasil.
Giselle Ghinsberg é head Disney Ad Sales & Partnerships no Brasil. Em entrevista ao Meio & Mensagem, ela fala sobre os desafios de desenvolver uma transmissão que, ao mesmo tempo, agrade os fãs de longa data da NFL e atraia novos públicos. Confira:
Meio & Mensagem – Em números, como a audiência da NFL vem crescendo no Brasil?
Giselle Ghinsberg – A cada ano a NFL vem se consolidando no mercado brasileiro. A ESPN tem uma linguagem que conversa muito bem com todos os públicos da NFL, desde o iniciante que assiste ocasionalmente ao mais experiente fanático. Nessa temporada 2021/2022, tivemos a Temporada Regular de maior audiência na história da NFL nos canais ESPN. O Super Bowl anterior teve seu maior tempo médio visto nas transmissões no Brasil, e a sessão de NFL no app da ESPN é a mais favoritada pelos usuários.
M&M – Como esse público se transformou ao longo dos anos? Quais foram as mudanças mais significativas?
Giselle – O grande desafio da ESPN é sempre respeitar o fã heavy user de NFL e, ao mesmo tempo, trazer um novo público iniciante no esporte. O Super Bowl por exemplo é um evento que extrapola todos os nichos, e na transmissão da temporada passada tivemos um substancial crescimento entre as mulheres e com o público mais jovem. Com o intuito de atender aos fãs de esportes de maneiras variadas e complementares, nesse grande dia de Super Bowl teremos uma programação especial, que poderá ser acompanhada no Star+ e nos canais ESPN. Dessa forma, conseguimos oferecer uma experiência completa e de qualidade, seja na TV, tablet, computador ou até mesmo no celular.
M&M – Hoje, o que a NFL significa dentro da estratégia de conteúdo da ESPN?
Giselle – Nos últimos anos, o grupo Disney tem investido muito na aquisição dos mais importantes direitos esportivos. Hoje temos a melhor oferta de futebol de qualidade do mercado, somos o destino principal do amante de tênis, mas continuamos muito fortes com o DNA dos esportes americanos, com uma equipe muito especializada no assunto. Tanto a NBA quando a NFL são duas propriedades que se misturam com a história da ESPN no Brasil.
M&M – Atualmente, como a NFL é comercializada enquanto pacote comercial?
Giselle – Temos um plano robusto que contempla todas as fases da competição, iniciando em setembro e indo até o Super Bowl em fevereiro, com entregas nos canais lineares, site e redes sociais do grupo. Para a temporada 21/22, temos grandes parceiros como patrocinadores máster – C6 Bank, Claro, Magazine Luiza, Mitsubishi, Samsung e Sankhya – além de cotistas de apoio.
Ano a ano temos conquistado um excelente crescimento, com a temporada atual batendo o recorde de melhor da história para os canais ESPN.
M&M – Quais são os planos para o futuro da NFL na tv? O que vocês vêm aprendendo com os exemplos de outros países?
Giselle – Com certeza existe muito espaço para evolução, e como grupo Disney temos investido muito em tecnologia e inovação para trazer o melhor conteúdo para o fã do esporte. Estamos constantemente trocando experiências com nossos pares de outros países, principalmente na América Latina, já que o Brasil e México são os maiores mercados para a NFL fora dos EUA.
*Crédito da foto no topo: Shutterstock
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