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Mídia

“Novas plataformas ampliam necessidade de curadoria”

Fábio Altman, editor-chefe da revista Veja, explica como a integração das redações, recém anunciada, afeta a forma de produzir conteúdo


10 de agosto de 2016 - 17h19

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Fábio Altman

A Veja anunciou, na segunda quinzena de julho, a integração de suas redações on e offline. Como fruto deste processo, a revista lançou um novo portal e vem ampliando o uso do Mobile View, ferramenta de interação do conteúdo impresso com o mobile. Essa integração, tentada anteriormente não só pela Veja, mas por diversos outros veículos de comunicação, influencia diretamente na forma de produção e na curadoria de conteúdo.

Fábio Altman, editor-chefe da Veja e um dos responsáveis por conduzir tal processo, assina uma das matérias principais do Guia Olimpíadas, publicado na semana passada. O jornalista viajou até a Jamaica para entrevistar o velocista campeão mundial Usain Bolt. A experiência ilustra a mudança na forma de produção de conteúdo para vários formatos. “Quando o jornalista dá a largada para uma apuração ele tem que calcular dentro da pauta proposta qual tipo de conteúdo é mais adequado para determinada plataforma”, diz Altman. Ele lembra que no caso específico da entrevista com Bolt ele viajou acompanhado de um cinegrafista com a proposta de fazer vídeo 360º, fotos e um documentário. “Antes, viajávamos apenas com um fotógrafo.”

Outro ponto de mudança na produção de conteúdo é a importância da curadoria. “Eventos de uma quantidade imensa de conteúdo como as Olimpíadas são exemplos da importância dessa seleção. Trazendo isso para o exemplo olímpico exemplifico com uma pergunta: me esforço para dar tal matéria sobre a medalha de um atleta que chegou em primeiro lugar, ou espero e faço uma bela matéria sobre o último a chegar na maratona. São ritmos diferentes que os profissionais de conteúdo terão de aprender a lidar trabalhando no equilíbrio do que é commodity e do que é olhar jornalístico”, diz Altman.

Além da curadoria, Altman alerta que o encantamento com as novas plataformas deve dar espaço para a capacidade do jornalista de enriquecer a informação. “Estamos em um momento de fusão de tecnologias e não existe limite para testar. O desafio, no entanto, é como enriquecer todo esse conteúdo produzido editorialmente e adequá-lo às dezenas de plataformas”, diz Altman.

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