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Artigo – O controle da concorrência. Ou não

A chegada de um novo instituto para medir audiência de TV no Brasil acirra a disputa pelo mercado. Fabio Wajngarten, que está trazendo a GfK para o País, defende que ter concorrentes é salutar para a indústria


3 de maio de 2013 - 11h23

Poucos são incomparáveis. Pouquíssimos estão acima da concorrência. Pelé é um desses, Einstein também.

O que seria de Senna se não tivéssemos Alain Prost? Será que teríamos presenciado tantas vitórias nos nossos domingos?

O que seria da Mercedes sem a BMW? Da Boeing sem a Airbus, sem a Embraer?

O que seria da Coca-Cola sem a Pepsi, sem o Guaraná?

Do Itaú, sem o Bradesco, da Unilever sem a P&G?
Da Apple sem a Samsung, da Microsoft sem o Google?

Será que a nossa publicidade estaria onde está sem Nizan e Marcello Serpa?

A concorrência é saudável, alimenta a competividade e é benéfica a todos. A concorrência traz inovação, novos processos, novas oportunidades, novas tecnologias, novos desafios. Gera empregos, traz uma esperança ou uma incerteza a quem deseja a manutenção do status monopolista, dominante.

Na última edição de Meio & Mensagem, em sua página 40 [“A guerra (dos institutos) de audiência”, edição 1557, de 29 de abril], temos a descrição de um cenário de guerra, que se desenha com a potencial chegada de um novo instituto para medir audiência da televisão no Brasil.

O novo instituto nem definiu a entrada e já tem gente pronta para questionar? Questionar o quê? Nada começou!!! “Questionar se os números forem diferentes”?

Ué, e se a minha avó resolvesse questionar resultados de pesquisas políticas, questões de pesquisas de mídia no México, teria ela competência para isso?

É muito óbvio e cristalino que se uma empresa séria resolve iniciar uma operação num novo mercado, sendo que essa empresa tem capital aberto, 12 mil funcionários, faturamento de 1,5 bi de euros, ela será cautelosa, estará aberta a certificações, auditorias e obviamente a inúmeros questionamentos.

A concorrência fornece transparência, confiança, resulta em cadeias solidas, jamais premia a indiferença e a arrogância. A falta de opção não estimula a competição saudável, o melhor serviço e a busca incansável por excelência. Não é justamente esse um dos maiores benefícios da disputa pelo share, qualquer que seja o mercado em que as empresas atuam?

O monopólio resulta na preguiça, obsolescência, na indiferença aos seus clientes e ao seu público alvo.

Ter a possibilidade de comer pizza ou hambúrguer, de ouvir Frank Sinatra ou Asa de Águia, de beber vodca ou água de coco (obrigado, Naldo), ter a opção, ter a dúvida, ter a concorrência… faz bem!

Viva a concorrência!

 

(*) Fabio Wajngarten é sócio do Controle da Concorrência e está intermediando a entrada da GfK no setor de pesquisas de audiência no Brasil.

 

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