Assinar

O produtor brasileiro responsável por revelar Larissa, a pessoa por trás de Anitta

Buscar

O produtor brasileiro responsável por revelar Larissa, a pessoa por trás de Anitta

Buscar
Publicidade
Mídia

O produtor brasileiro responsável por revelar Larissa, a pessoa por trás de Anitta

Traduzir e executar as ideias criativas da artista é um dos desafios da carreira do profissional Felipe Britto, sócio-fundador da Ginga Pictures


28 de abril de 2025 - 15h31

Anitta e Pedro Britto durante as gravações do documentário Larissa: O Outro Lado de Anitta

Anitta e Pedro Britto durante as gravações do documentário Larissa: O Outro Lado de Anitta (Créditos: Divulgação)

“Eu me entreguei completamente para que Anitta existisse”, disse Larissa de Macedo Machado, a artista brasileira considerada um dos maiores fenômenos mundiais das últimas duas décadas.

E quem poderia acompanhar Larissa em uma jornada de reconexão pessoal e espiritual? O produtor Felipe Britto. 

Sócio-fundador da Ginga Pictures e com 20 anos de experiência no mercado audiovisual, o profissional já mantinha uma longa conexão com a cantora — o que facilitou a produção e execução do documentário Larissa – O Outro Lado de Anitta (2025), lançado neste ano pela Netflix.

Britto está ao lado de cantora colocando em prática suas ideias há quase oito anos. Inclusive, o primeiro MTV Video Music Awards, o VMAs, conquistado por ela, em 2023, na categoria Melhor Vídeo Latino com Funk Rave, foi produzido por sua produtora. 

Colocando em prática as ideias de Anitta

O produtor conheceu a artista durante um problema no set de filmagem do clipe Vai Malandra, em 2017, quando foi indicado para ajudá-la. Na época, os dois chegaram a conversar, mas ainda não tinham uma relação próxima.

“Ela nem sabia meu nome direito, me chamava de ‘aquele menino esperto’. Foi assim que começou”, conta. Logo depois, a proximidade profissional foi aumentando, com a cantora contratando seus serviços para a produção de clipes do seu quarto álbum, o Kisses, em 2019.

“Lembro que ela me ligou um dia, sei lá, era uma quarta-feira, e falou: ‘Mano, semana que vem você consegue gravar dois clipes nos Estados Unidos?’ Respondi: ‘Consigo, vamos lá.’ Nem sabia se ia conseguir de verdade, mas fizemos acontecer. Naquela vez, acabamos gravando sete clipes em dez dias.

A relação entre os dois então se intensificou de vez e Britto passou a ser o responsável por colocar em prática todo o conteúdo criativo, audiovisual, publicitário e pessoal da artista — estando presente em momentos marcantes da sua carreira, como suas apresentações no Rock in Rio, no Rio de Janeiro e em Lisboa entre 2018 e 2022, e no Coachella, nos Estados Unidos, em 2022.

Felipe Britto e Anitta durante os ensaios do Coachella

Felipe Britto e Anitta durante os ensaios do Coachella (Créditos: Divulgação)

“Ela me envia as ideias e eu entendo quem será a melhor pessoa para executá-las. Por exemplo, se for um clipe em que ela tem um conceito, mas ainda não o desenvolveu completamente, posso trazer alguém como David LaChapelle para realizar”, explica.

“Mas, se for algo que ela já sabe exatamente o que quer, preciso encontrar alguém que saiba executar aquilo com precisão. É essencial entender o universo que ela quer criar para escolher a pessoa certa para isso”, completa.

Larissa – O Outro Lado de Anitta

Não foi a primeira vez que Felipe Britto esteve envolvido em um documentário sobre os bastidores da carreira e vida de Anitta.

Em Anitta: Made in Honório (2020), também disponível na Netflix, ele fez a ponte com a Conspiração Filmes, produtora responsável pelo projeto, que mostrou em seis episódios alguns detalhes da sua vida pessoal. Foi a primeira tentativa de Anitta em compartilhar com o mundo detalhes íntimos da Larissa.

“Ela me ligou porque tinham montado um verdadeiro circo na casa dela. Imagina a ligação. Ela falou: ‘Pô, tem um trilho no meio da minha sala, um caminhão parado do lado de fora, não é isso que eu quero. Eles não vão conseguir nada desse jeito.’ E realmente, não era isso mesmo”, compartilha.

Ao lado de Britto, Anitta tinha a segurança de que ele a ajudaria a retratar sua jornada e a busca por equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

Em seu aniversário de 29 anos, em 2022, em Las Vegas, o assunto voltou à tona, mas poucos acreditavam que a ideia daria certo.

“Ela queria ter liberdade criativa, que o conteúdo fosse verdadeiro. Nunca se preocupou com o que íamos mostrar sobre ela. Sempre deu total liberdade para contar a história como nós achássemos melhor — mas queria que fosse honesto. Queria mostrar quem é a Larissa e quem é a Anitta. O quanto a Larissa foi prejudicada por se dedicar tanto à Anitta, e o quanto a Anitta também sofreu quando ela se concentrava só na Larissa. Isso levou tempo pra ela entender”, conta Britto.

Felipe Britto ao lado de Anitta, cena do documentário Larissa - O Outro Lado de Anitta

Felipe Britto ao lado de Anitta, cena do documentário Larissa – O Outro Lado de Anitta (Créditos: Divulgação)

Foi então que a produtora bancou todo o financiamento do projeto, considerado por muitos uma “loucura”, já que não havia garantia de retorno, revela o produtor.

“Nós começamos a conversar com algumas plataformas, mas era um processo muito demorado, não tinha nenhum sinal verde. E aí o Coachella estava chegando. Pensamos: ‘Cara, não podemos perder isso. É a primeira vez dela, tudo faz parte desse momento’. E ninguém acreditou”, revela.

“Nem o Renan, o irmão dela, acreditava. Tem até um vídeo disso. Ninguém botava fé nesse projeto — só eu acreditei. E nós colocamos todo o nosso dinheiro para fazer o documentário”, complementa.

Antes de ser produzido, o projeto foi oferecido para a Netflix, mas a plataforma de streaming queria “algo mais pop, mais musical”, conta o profissional.

“Eles achavam mais interessante mostrar a estrela de 65 milhões de seguidores do que a Larissa, que tem 130 pessoas no Instagram pessoal. Era mais ‘vendável’. Mas a gente insistiu. Lutamos muito. E, no fim, a Netflix entendeu que valia a pena. E o resultado foi incrível. Estamos muito felizes com o que construímos”, fala.

O olhar de Felipe

Foram mais de 200 diárias, 1.600 horas de material e 23 países. A equipe era pequena e na maioria dos momentos, só Felipe Britto e Pedro Cantelmo, cineasta e ex-namorado de Larissa, estavam com a câmera em mãos.

“Estava 100% do tempo com ela. É claro que o filme foi contado de uma forma estruturada, com enredo, com a visão do Pedro por trás, mas tiveram momentos em que eu mesmo peguei a câmera”, compartilha.

“Um exemplo: no dia em que ela estava indo para o Madame Tussauds, em Londres, a médica ligou para falar do pai dela. Eu estava no carro, sentado no banco da frente, esperando para filmar, e aí ouvi ela dizendo: ‘A doutora está me ligando’. Peguei a câmera, virei e filmei na hora”, continua.

“Claro que o Pedro também estava presente em muitos momentos importantes, mas ao longo desse tempo, em várias situações, éramos só eu e ela. Às vezes num quarto de hotel, em momentos mais íntimos. Nós temos uma proximidade muito grande, sabe? Nos damos muito bem. E esse trabalho começou justamente disso”, completa.

O documentário revela em detalhes os problemas de saúde que Larissa enfrentou, incluindo o diagnóstico da doença de Epstein-Barr antes de sua viagem ao Nepal para visitar o Monte Everest. E o produtor estava ao seu lado.

“Estávamos só nós dois num quarto. Foi um momento de transformação real. Saímos de Los Angeles e voamos até Katmandu, é uma das viagens mais longas, mais de 20 horas. E ficamos esse tempo todo acordados conversando sobre o quanto ela precisava de equilíbrio”, compartilha.

Anitta e Felipe Britto durante viagem ao Nepal

Anitta e Felipe Britto durante viagem ao Nepal (Créditos: Divulgação)

“Teve uma conversa muito marcante entre nós, minutos antes de irmos para Lukla e começar a trilha até o Everest. Ali, ela entendeu que não dava mais para continuar daquele jeito. Ela já reconhecia que precisava de equilíbrio, mas naquele momento sentiu que precisava agir de verdade”, revela.

O produtor ressalta que esse episódio foi uma virada de chave na vida de Anitta. Na época, Larissa seguiu para um retiro espiritual.

“Foi muito intenso, mas eu acreditava nela. Desde o começo, nos primeiros meses que a conheci, dizia: ‘Sua intuição é sua maior força. Se amanhã você disser que vai parar tudo para abrir uma padaria na esquina, vou com você'”, completa.

Questionado sobre qual foi o maior desafio desse projeto, o produtor destaca que o maior obstáculo foi lidar com todo o material gravado nos últimos três anos e condensá-lo em um único produto.

“Sempre digo que poderíamos fazer 20 filmes diferentes com o material que temos. O desafio foi focar em um formato interessante, que as pessoas quisessem assistir, sem ser algo pesado, mas com uma mensagem legal. Acho que conseguimos encontrar esse equilíbrio”, finaliza.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • TikTok Brasil passa a vender anúncios na ferramenta de busca

    TikTok Brasil passa a vender anúncios na ferramenta de busca

    Search Ads pretende conectar as marcas aos temas de interesse dos usuários da plataforma

  • Dona de Mim estreia na Globo com seis marcas

    Dona de Mim estreia na Globo com seis marcas

    BRF, será a patrocinadora da faixa horária, e Citroën, Coca-Cola, OMO, Shopee e GetNet entram como parceiras