O que indica a ida do CDO da Nike para a Epic Games?
Adam Sussman assume como presidente da desenvolvedora de Fortnite; para especialistas, migração de executivos de marcas para o cenário gamer é ascendente
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Luiz Gustavo Pacete
13 de fevereiro de 2020 - 18h00
Após quase seis anos na condução da estratégia digital da Nike, Adam Sussman, executivo que também tem passagens pela Disney, assumiu como presidente da Epic Games, desenvolvedora do Fortnite, atualmente, uma das maiores plataformas de game do mundo com mais de 200 milhões de jogadores. O jogo, que fechou 2019 com mais de US$ 2 bilhões, segundo estimativas da SuperData, em receita, é um ambiente fértil para marcas. Inclusive, já desenvolveu vários projetos de inserção com a Nike.
No post que anunciou a notícia da transição, Adam afirmou que estava regressando à indústria de games já que, em 2007, ainda antes de ser VP de games da Disney, atuou na EA Sports. De acordo com especialistas do cenário gamer brasileiro ouvidos por Meio & Mensagem, essa transição de executivos de marcas conhecidas e associadas à branding e consumo será cada vez maior, tendo em vista o processo de profissionalização deste mercado. A indústria de games movimentou mais de US$ 120 bilhões no ano passado.
Tiago Xisto, CEO da Vivo Keyd, uma das principais equipes de League of Legends do Brasil, explica que Adam tem um legado de extrema importância na estratégia de marketing digital da Nike nos últimos cinco anos, o que torna essa transição simbólica para o ecossistema gamer. “Estamos presenciando uma rápida e agressiva profissionalização de todo o cenário de esporte eletrônico no mundo que está afetando não só os clubes, mas também as publishers. A Epic, através do Fortnite, vem investindo muito em sua comunidade de jogadores realizando campeonatos e licenciamento de produtos”, contextualiza Xisto.
“A Epic Games tem um princípio de metaverso cada vez mais pujante, é de se esperar uma movimentação em sua liderança. Porém, não vejo esta entrada do Adam como game changer – ele já tem uma longa e marcante carreira no setor de games, com passagens por Zynga, Take2 e Disney, além de ter liderado a área digital da Nike, que fez uma parceria global com o Fortnite no ano passado. O que muda a curto prazo é o buzz criado ao redor da contratação, que acabará dando visibilidade para o mercado de uma forma geral, e a médio e longo prazo, ele poderá agregar muito em uma estratégia de posicionamento de marca baseada em um lifestyle para os títulos da Epic”, diz Bernardo Mendes, game specialist da Cheil, agência que atende Fortnite no Brasil.
Gui Barbosa, head of business da nøline, entende que a principal missão de Adam é ajudar a dona do Fortnite e Rocket League desenvolver estratégias para construção e amplificação consistente de sua grande plataforma de conexão social. “Sim, o Fortnite já deixou de ser apenas um jogo há muito tempo. Apesar de já estar inserido na cultura pop, quer ir além das danças como ‘Take the L’ e ‘Flossing’ e crescer ainda mais suas marcas, identidade e linguagem próprias. Como bônus, o executivo carrega uma bagagem muito interessante e passagens pelas áreas de Publishing (distribuição) de grandes empresas como Zynga, Disney e Electronic Arts”, explica.
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