Inma: O tripé que definirá os rumos do mercado
Reunidos no evento da International News Media Association, Aner, Abert e ANJ debatem novas receitas que incluem branded content, eventos e marketing
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Luiz Gustavo Pacete
25 de agosto de 2016 - 11h28
Audiência? Mais leitores? Concorrência com o digital? Se depender da visão das três principais entidades do mercado de mídia – Aner, Abert e ANJ – público não é o problema neste momento, pelo contrário, audiência e pessoas dispostas a consumir bom conteúdo tem de sobra, o que falta ao mercado é encontrar o modelo de negócio ideal. A discussão pautou o encerramento da International News Media Association (Inma) que teve seu segundo e último dia nesta quarta-feira, 24.
No evento, que discute inovações e reúne produtores de conteúdo do Brasil e do mundo, Fred Kachar, presidente da Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner), Daniel Slaviero, dirigente da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e Ricardo Pedreira, diretor da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) chegarem em um consenso de que o tripé: branded content, eventos e marketing vai determinar os rumos do mercado.
“O problema não está na audiência, nunca tivemos uma audiência tão grande, mas o grande problema é a forma de monetizar isso”, disse Kachar. “Estamos evoluindo nesses formatos e vemos que o mercado caminha para grandes resultados neste sentido”, ressaltou. Ainda de acordo com Kachar, em termos de conteúdo, a questão é não produzir commodity. “Por commodity, ninguém vai pagar nada”, concluiu.
Para Daniel Slaviero, presidente da Abert, o brasileiro mudou a forma de consumir rádio e TV em uma velocidade muito grande. “Isso nos ajudou a trazer novos projetos como o fornecimento de aplicativos a rádios menores. Olhando para o setor de TV vemos uma tendência muito forte de conteúdo on demand principalmente e uma força do ao vivo para eventos esportivos, jornalismo e telenovelas” Slaviero cita exemplos de cases digitais como o Globo Play e parcerias do SBT com YouTube e da Band com o Facebook. “A questão, no entanto, é como cobrar e monetizar esse conteúdo”, disse.
Representando os principais jornais do Brasil, Ricardo Pedreira, diretor-geral da ANJ, afirmou que o mercado precisa estar unido para conseguir trazer novas soluções. “Acreditamos que o jornal continuará sendo sustentado pela publicidade, mas outros formatos também crescem. É importante estarmos unidos e aprendermos a melhor forma de entregar conteúdo premium”, destacou.
Distribuição e monetização de conteúdo
Como estruturar modelos de negócios e gerar receita com conteúdo é a linha de estudo de Grzegorz “Greg” Piech, vice-presidente da Agora Foundation, head do laboratório de inovação da Gazeta Wyborcza (ambos na Polônia), integrante do conselho do Inma e pesquisador convidado em Harvard. Também presente no evento da Inma, Greg foi responsável pela pesquisa “Evaluating Distributed Content in the News Media Ecosystem”, que mostra a relação entre os publishers tradicionais e plataformas de mídia que agregam, distribuem e monetizam o conteúdo.
Além de analisar como os novos meios tem colocado desafios para os veículos, o estudo apresenta ferramentas e soluções práticas, segundo decisões de futuros para essas empresas. Segundo ele, os jornais sofreram, basicamente, duas enormes disrupções em tempos digitais. A primeira foi catalisada pela queda dos classificados na concorrência com plataformas online mais eficientes, e a derrubada que isso causou na cadeia de leitores, audiência e anunciantes.
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