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Pinterest: “Inovações estão surgindo para o bem maior”

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Pinterest: “Inovações estão surgindo para o bem maior”

Larkin Brown, head de user experience research do Pinterest, compartilha tendências no consumo e comunicação para 2021


8 de fevereiro de 2021 - 6h00

Mesmo em um ano atípico e pouco previsível, o Pinterest obteve sucesso em 80% das tendências que havia apontado para 2020. Ao longo do ano, presenteado com um maior número de usuários e tempo de uso de suas interfaces, a plataforma pôde colher mais dados para apresentar ao mercado e ao público mais detalhes sobre as pautas que devem prevalecer em 2021 – desta vez considerando as incertezas que 2020 deixou de legado para seu sucessor.

 

Larkin Brown: “Falamos que o Pinterest é sobre você ser yourself e não ser sua selfie” (Crédito: Reprodução/LinkedIn)

Para a empresa, os insights podem indicar estratégias para marcas explorarem em cada categoria (Viagem, Bem-estar, Alimentos e Bebidas, Lar, Moda, Beleza, Cuidados dos pais, Comemorações, Finanças, Hobbies e interesses).

Entre as tendências listadas no Pinterest Predicts 2021, constam a multifuncionalidade do carro, prevalência de atividades ao ar livre, busca pelo esoterismo moderno, alimentos com temperos mais fortes, decoração colorida, moda confortável, beleza natural e outras.

Para Larkin Brown, head de user experience research do Pinterest, em termos de relacionamento, criamos conexões mais qualitativas com pessoas que moram distantes. Já no âmbito do consumo, cresceu a busca por produtos que promovem conforto e cuidados pessoais.

Ao Meio & Mensagem, a executiva dividiu como a área e a prática da pesquisa foi alterada por conta da pandemia, de que forma os consumidores estão se relacionando com marcas e o que a imagem e o conteúdo aspiracional podem oferecer de aprendizado sobre o consumo.

Meio & Mensagem – Ano passado, apesar de ter sido atípico, o Pinterest ainda conseguiu confirmar 80% das tendências indicadas para 2020. Ao que você atribui essa taxa de sucesso para um ano tão inesperado?
Larkin Brown – O Pinterest é um espaço para pessoas que estão planejando, seja para coisas que eles possam fazer mais tarde naquele dia, como uma refeição, ou sonhos que eles têm para o futuro. Então é um ótimo espaço para prevermos comportamentos e percebemos que, mesmo nesse período tão desafiador e incomum ano, as pessoas continuam a usar o Pinterest para ambas técnicas.

Na pesquisa de tendências, o futuro é aberto, então vocês já trabalham com a possibilidade de mudança e devem tentar indicar uma direção. De que forma a pandemia impactou a realização da pesquisa?
Uma das maiores diferenças é que fizemos todas as nossas pesquisas remotamente. Normalmente fazíamos uma combinação entre pessoalmente e remoto e tínhamos a oportunidade de viajar internacionalmente, porque quando você consegue ver as pessoas em seus ambientes próprios, você aprende muito mais. Então, por exemplo, você podia ir à casa de alguém e ver eles mostrarem como eles tornaram realidade alguma imagem ou vídeo que viram no Pinterest. Essas foram coisas que tivemos que traduzir para esse mundo digital e remoto de hoje. Uma das vantagens de fazer a pesquisa dessa forma foi que as conversas foram mais realistas e mais orgânicas. Ao invés de ter três a quatro pessoas invadindo sua casa com uma câmera, as pessoas podem gravar seus próprios vídeos. Tem sido desafiador aprender a fazer todas as entrevistas para pesquisas pelo Zoom, mas temos ganho mais inputs diversos porque não temos que enviar uma equipe pequena para viagens, mais colaboradores podem participar de imersões culturais. Mas acredito que devemos voltar a ter uma mistura de ambas as abordagens (presencial e remota) no futuro.

O que as tendências indicam sobre consumo? O que o público está esperando das marcas?
Estamos testando soluções de compras e estamos vendo, no geral, que já que o público não consegue investir dinheiro em serviços, eles têm focado em comprar mais produtos, especialmente para a casa. Se algumas pessoas tiveram a sorte de economizar nesse momento, vamos ver uma mudança de pessoas investindo em conforto para produtos mais elevados. Também vamos ver pessoas buscando experiências, seja viagens, ou receber pessoas. A categoria que está mais crescendo é de casa e uma ênfase em self care e wellness, rituais e exercícios para dormir melhor.

As tendências deste ano apontam por ambos caminhos de conforto, mas também modernidade, misticismo, luzes vibrantes, carros mais avançados. Se você pudesse resumir o ano em um conceito, qual seria esse?
As inovações que estão surgindo também tem a intenção de ajudar as pessoas para um bem maior. As pessoas querem paz no seu interior, para sua família e querem ajudar a terra, o que faz sentido se tratando dos carros elétricos. Parte dessa empatia e querer ajudar os outros também é refletida no conforto na moda ou então no tornar a moda mais personalizável, com ascensão do vintage e no uso de tecidos mais sustentáveis. Também na beleza temos uma tendência minimalista surgindo. Então não é mais sobre comprar um monte de produtos e sim reduzi-los ao mínimo, natural, que benéfico para mim, meu cérebro e para o mundo. É como se estivéssemos olhando mais para nós mesmos mas, ao mesmo tempo, estamos mais conectados uns aos outros por conta do vírus que estamos todos experienciando juntos.

O Pinterest dita muito sobre o que as pessoas buscam e como estão se comportando. Em termos de comunicação, marketing e publicidade, você vê alguma tendência emergente?
Fizemos um projeto sobre que tipo de conteúdo a geração Z se conecta e eles tem um exigência muito alta por autenticidade. Eles não gostam de coisas muito arrumadas e você vê isso no interesse deles por criadores de conteúdo. E eu acredito que isso também é refletido na relação deles com marcas. Eles querem se identificar com pessoas normais. Eles são muito atentos sobre publicidade e peças de marketing que são muito maquiadas.

O Pinterest trabalha com a imagem. Na sua perspectiva, o que a imagem como comunicação pode nos dizer sobre o comportamento humano?
Pelo Pinterest ser muito focado em imagem e vídeos, ele cria uma linguagem visual em que não precisamos saber as palavras que descrevem o que estamos buscando na plataforma. Por exemplo, se temos casais decorando sua primeira casa que não trabalham com design de interiores e tem estilos diferentes, eles não vão saber expressar. Mas pelo Pinterest eles podem salvar as imagens que gostam em pastas e tirar uma conclusão. Você leva diferentes imagens para sua cabeleireira para ela entender como você quer que pareça.

Outro aspecto que o Pinterest e outras marcas trabalham há muito tempo é o aspiracional. A forma como esse aspiracional tem sido usado na comunicação mudou?
Parte do Pinterest é que por trás de cada imagem há um link para um website que exibe como você pode comprar ou então te ensinando a fazer tal objeto. Isso é bem diferente de ver imagens aspiracionais em outras plataformas em que as pessoas mostram o quão incrível é a sua vida. É mais sobre mostrar as possibilidades para que encontre o seu estilo. Falamos que o Pinterest é sobre ser você mesmo e não ser sua selfie.

**Crédito da imagem no topo: Divulgação/Pinterest

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