Por que as redes estão cancelando os Stories?
Segundo profissionais da área, redes têm liberdade para testar novos recursos, mas nem sempre eles vão ter sucesso
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Thaís Monteiro
17 de setembro de 2021 - 6h00
Este ano, duas redes sociais decidiram encerrar as suas próprias versões do Stories, formato de conteúdo efêmeros com duração de 24h popularizado pelo Instagram. O Twitter descontinuou o Fleets em julho deste ano e o LinkedIn dá fim aos seus Stories em 30 de setembro, quando a ferramenta completaria um ano.
Em um certo ponto em 2020, todas as redes sociais adotaram o formato Stories. Alçado a fama pelo Snapchat, o Stories tomou conta das redes do Facebook Inc. (Facebook, Instagram e WhatsApp), Twitter e LinkedIn.
Na época de lançamento, o Twitter afirmou que os Fleets (nome dado pela rede ao recurso) era uma forma de compartilhar algo mas efêmero de uma maneira mais casual e, especialmente, para uso de pessoas que não se sentiam confortáveis em compartilhar pensamentos banais em seu perfil — sendo que, na timeline, eles ficariam expostos permanentemente.
“Queremos tornar possíveis as conversas com menos preocupação e mais controle. O objetivo é facilitar que as pessoas compartilhem ideias e pensamentos corriqueiros na plataforma, sem preocupação com a visualização pública do engajamento ou com a permanência daquele post em seu perfil indefinidamente”, disse Mo Al Adham, gerente de produto do Twitter. Ao descontinuar os Fleets em julho, o Twitter afirmou que iria trabalhar em outras ferramentas às quais os usuários dedicavam mais interesse.Já para o LinkedIn, os Stories objetivavam o compartilhamento de dicas, momentos importantes de um evento do trabalho e até mesmo para ajudar a incrementar o networking entre os usuários. “A maioria das interações com as pessoas nos corredores das empresas e salas de reuniões são rápidas e espontâneas. O mesmo vale para o bate-papo rápido no café, em qualquer parte do mundo. Por isso, neste momento, testamos internamente o LinkedIn Stories e não vemos a hora de experimentá-lo com nossos usuários nos próximos meses”, anunciou Pete Davies, diretor de produto sênior do LinkedIn, no lançamento.
Ao descontinuar o produto, Liz Li, também diretora sênior de produto do LinkedIn, disse que a plataforma identificou que os usuários querem que os vídeos continuem em seus perfis como um complemento pessoal à jornada profissional daquele usuário. Assim, a rede trabalha em outro recurso em vídeo que seja mais rico e comunicativo.
Para Nicolas Mesquita, coordenador de mídia na Publicis, as plataformas decidiram testar a ferramenta de Stories, para que conseguissem engajar mais com seus usuários e furar a bolha dos usuários tradicionais. ” Sabemos que é um dos formatos mais interativos que existe dentro da plataforma do Instagram”, afirma.
Segundo o executivo, a única plataforma que consegue apenas trabalhar este formato de maneira forte é o próprio Instagram. “A maioria dos seus usuários postam seus Stories diários e seus conteúdos. A penetração em outras redes que buscaram trabalhar este formato, realmente não foi tão forte, igual ao Instagram. Por esta razão, as plataformas estacaram este processo de trabalhar o uso do Stories, tendo visto que não tiveram tanta aderência como pretenderiam”, reflete.Em 2020, ao Meio & Mensagem, Alexandra Avelar, então country manager da Socialbakers [a empresa se uniu à Astute Solutions e se tornou Emplifi], acreditava que as plataformas viam que adotar o formato era uma forma de se tornar mais atrativas para os usuários.
Hoje, Alexandra considera que continua existindo uma demanda por conteúdo efêmero, rápido, transitório, de fácil consumo, então era esperado que plataformas como LinkedIn e Twitter também passassem a oferecer esta opção. “Às vezes, vale a pena testar formatos que funcionam, como vimos no caso do Instagram Stories, em grande parte inspirado no Snapchat, mas nunca é uma garantia”, coloca.
Para ela, à medida que as plataformas se tornam mais semelhantes em seus formatos de conteúdo, é mais provável que o público estabeleça uma linha entre as plataformas definindo bem o que procuram em cada uma e para qual finalidade
A “tiktoketização” das redes sociais
**Crédito da imagem no topo: Ajwad Creative/iStock
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