Por que o Terra realiza uma cobertura focada no jovem eleitor?

Thaís Monteiro
30 de agosto de 2022 - 8h05

Hoje, há cerca de 2,1 milhões de brasileiros entre 16 e 17 anos aptos a votar. O número de eleitores nesta faixa etária subiu em comparação com a última eleição presidenciável, em 2018, quando esse era de 1,4 milhões. O crescimento foi de 51%. Fruto do maior interesse do jovem na política ou outros motivos, fato é que o Terra está focado nesse público na sua cobertura jornalística do evento. O veículo desenvolveu sessões, colunas e formatos especiais para o grupo, mas sem deixar de lado o restante do eleitorado.

Terra Byte é o formato que o Terra usa para explicar temas nas redes sociais (Crédito: Dvulgação/Terra)

A cobertura se concentra, principalmente, nas redes sociais do Terra. E foi a partir das redes que a empresa identificou o interesse da audiência em política, economia, democracia e gestão pública, temas relacionados a eleição. “Eles consomem nosso conteúdo noticioso de forma que não esperávamos. Achávamos que eles seriam mais fãs de entretenimento e música”, explica Manoela Pereira, head de conteúdo do Terra. “Precisa ser de forma genuína e de consumo rápido, que se resolvam em 90 segundos”, complementa, pensando nos formatos de redes como é o Terry Byrte, vídeos explicativos publicados no Instagram e TikTok.

Manoela atribui o maior interesse dessa geração a sua vivência durante a pandemia, que afetou sua relações sociais e educativas, além do seu próprio histórico político, que inclui a mobilização estudantil em 2016, em que alunos ocuparam às escolas contra uma reorganização política em escolas públicas do País. “O jovem hoje luta pelo coletivo, pelo bem do bairro dele e a comunidade que ele vive. Ele ampliou a briga e se uniu para brigar em grupos de afinidade. É emocionante”, opina.

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O perfil de público também incitou a produção de pautas identitárias, como de gênero, raça, ligadas a comunidade LGBTQIAP+, inclusão e outras. “São questões que tomaram os holofotes há cinco anos por conta das redes. Suponho, até, que tenha um grupo de candidatos mais jovens para essas eleições”, diz a head.

A abordagem do conteúdo é didática. As matérias explicam como funcionam urnas eletrônicas, importância e função de deputados e senadores, temas mais complexos como a legalização do aborto e demais questões consideradas tabus sociais. O didatismo também visa conquistar o jovem que ainda não está a par das pautas já que esta pode ser sua primeira participação em eleições.

Há alguns produtos específicos para a cobertura. São eles: o Observatório, que busca acompanhar a campanha dos candidatos a cada sabatina ou debate eleitoral; o Fake e Verdade, que, junto Aos Fatos, faz uma avaliação das falas dos candidatos; e o Glossário Eleitoral, que define os principais jargões usados no período politico.

A repórter política Tatiana Farah será porta-voz do Terra nas redes sociais, assina uma coluna especial sobre o avanço do jogo político e a newsletter Peneira Política, uma curadoria semanal dos fatos importantes. Para Manoela, a jornalista tem um histórico de trazer a política para a pauta do jovem, já que participou do BuzzFeed News Brasil. A vertical de notícias do BuzzFeed foi descontinuada em 2020.

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O Terra ainda realizará uma pesquisa com o público a partir de enquetes nas redes sociais para identificar os temas mais caros aos jovens e classes mais baixas para levar ao debate que o Terra participará em 24 de setembro com SBT, CNN, Veja, O Estado de S. Paulo e NovaBrasil FM.