Presidente do Cinemark: retorno tem de ser inesquecível e seguro
Marcelo Bertini comenta as alternativas que a rede busca para atravessar o momento e relata a preparação para a volta do público
Presidente do Cinemark: retorno tem de ser inesquecível e seguro
BuscarPresidente do Cinemark: retorno tem de ser inesquecível e seguro
BuscarMarcelo Bertini comenta as alternativas que a rede busca para atravessar o momento e relata a preparação para a volta do público
Bárbara Sacchitiello
21 de maio de 2020 - 7h59
Com duas 642 salas de cinema fechadas em todo o Brasil, a rede Cinemark, assim como outras empresas de exibição, vem procurando alternativas para atravessar a crise da Covid-19, que impossibilitou boa parte do setor de entretenimento de continuar suas atividades.
Sem poder exibir os filmes ao público, o Cinemark decidiu apostar em outras frentes de negócio enquanto as medidas de distanciamento social continuam valendo. A rede firmou uma parceria com o iFood para a comercialização e entrega de pipocas e outros itens de bomboniere. O serviço, por enquanto, já está valendo em São Paulo, mas a ideia é leva-lo às demais cidades em que a rede está presente.
Na coordenação de todas essas estratégias para enfrentar a crise está Marcelo Bertini, presidente da rede Cinemark no Brasil. O executivo conta que, desde o fechamento das salas, o foco da empresa se voltou para tentar preservar os empregos de seus colaboradores e também diz acreditar que os amantes de cinema devem voltar a ocupar as salas assim que a flexibilização acontecer e que a rede se prepara para garantir que isso aconteça com toda a segurança possível. Confira a entrevista:
Meio & Mensagem: Uma das primeiras medidas de isolamento social adotadas para tentar conter o avanço do vírus determinou o fechamento das salas e complexos de cinemas nas cidades brasileiras. Como o Cinemark recebeu essa medida e como foi o processo de interrupção das atividades?
Marcelo Bertini: Nossa primeira preocupação é com a saúde de nossos colaboradores e clientes. Desde o início, respeitamos a orientação das autoridades de saúde, com respeito à higienização dos complexos e orientações para a equipe . Antes mesmo do início do fechamento dos cinemas – que aconteceu praça a praça, e não por decisão do governo federal –, estávamos vendendo 50% das salas, respeitando as orientações sobre distanciamento entre os espectadores. Desta forma, foi uma evolução natural até o fechamento de toda a operação, quando já estávamos com mais da metade das salas paradas. Os nossos complexos estão fechados desde o dia 19 de março. Após o fechamento nosso foco foi o time, os colaboradores da Cinemark e a manutenção dos empregos para atravessar a crise.
M&M: O setor audiovisual, de forma geral, vem sendo bastante prejudicado pelos atuais acontecimentos, por conta de produções e gravações interrompidas. O Cinemark está em contato – ou existe alguma articulação – das empresas que atuam no audiovisual e no setor de cinema para tentar criar medidas alternativas para atravessar a crise?
Bertini: Essa crise afeta a todo o setor audiovisual e cultural de forma bem direta. Por isso, precisamos dar as mãos para enfrentá-la juntos. Um exemplo disso foi a realização, há alguns dias, de lives sobre o filme “Turma da Mônica: Lições” nas redes sociais dos quatro maiores exibidores brasileiros, em dias diferentes, em parceria com a distribuidora Paris Filmes. Outras ações estão sendo pensadas com a participação de produtoras, distribuidoras e exibidores. Estamos nos organizando em grupos para tratar dos protocolos de segurança, de uma plano de comunicação para a fase da retomada, para dialogar com os diferentes instituições governamentais na busca de ajuda para atravessarmos esse período sem nenhum faturamento e também para o nosso retorno.
M&M: A rede passará a apostar no delivery de produtos. Como surgiu essa ideia e de que forma foi desenrolada a parceria com o iFood?
Bertini: A parceria com o iFood é um projeto antigo da Cinemark, que integra a movimentação da rede com o objetivo de estar cada vez mais próxima dos espectadores, onde quer que eles estejam. Outras ações já faziam parte desse movimento, como a nossa presença em eventos como a CCXP e as Olimpíadas, por meio de foodtrucks; a oferta de pipocas prontas e de micro-ondas que iniciamos no varejo tradicional, mas rapidamente desenvolvemos para as platoformas online; e até mesmo a venda de ingressos por meio de nosso app, sem empresas intermediárias Buscamos entender, cada vez mais, o comportamento dos nossos clientes e investir em outras frentes para além das salas de cinema. O serviço já está operando em São Paulo e tem rápida capacidade de expansão.
M&M: Além da comercialização dos produtos, o Cinemark planeja outras soluções para tentar gerar receita nesse período?
Bertini: Por enquanto, estamos trabalhando apenas com a venda de produtos, mas em três frentes diferentes: a venda dos produtos da bomboniere por meio de serviços de entrega rápida, como o iFood; a comercialização das nossas pipocas em supermercados, lojas de conveniência e em plataformas de e-commerce com Magalu e B2W; e a venda de ítens exclusivos da Rede como baldes, copos e garrafas temáticos de grandes sucessos do cinema, por meio de nossa loja virtual. Seguimos estudando as possibilidades e avaliando o mercado para entender de que maneira podemos nos inserir, além, é claro, de nos preparamos para receber o público quando os cinemas reabrirem.
M&M: A rede faz alguma previsão em relação à resposta do público quando as salas reabrirem? Acredita que as pessoas irão querer retomar o hábito de incluir o cinema em seu lazer?
Bertini: Nós acreditamos nada se compara à experiência de assistir a um filme numa tela grande, com o conforto e a tecnologia que os cinemas proporcionam. Sabemos que os cinéfilos estão com saudade de ir ao cinema e que vão querer retomar esse hábito assim que for possível. Vamos tomar todas as medidas necessárias para que a segurança de nossos clientes e colaboradores seja garantida no nosso retorno. Essa é o nosso principal objetivo, voltar a oferecer uma experiência cinematográfica inesquecível, mas sobretudo, segura.
M&M: Diversos blockbusters e produções que estavam previstos para estrear em março e abril foram adiados. Há conversas com as distribuidoras a respeito do novo agendamento de estreia destes filmes?
Bertini: O setor audiovisual está em conversas constantes sobre o momento atual e sobre os próximos passos. Algumas distribuidoras já divulgaram datas possíveis para suas grandes estreias, outras estão aguardando a evolução da situação. O que podemos afirmar é que os cinemas terão muitas atrações imperdíveis para mostrar quando o público voltar às salas.
Compartilhe
Veja também
Globo adquire controle da Eletromidia e avança no out-of-home
Grupo de mídia, que já era dono de 27% das ações da empresa, assume mais 47% do negócio, passando a controlar a operação de OOH
Mídia se mobiliza para acompanhar eleições nos Estados Unidos
Com envio de âncoras, repórteres e correspondentes, veículos de TV, jornais e portais preparam cobertura especial da mais acirrada disputa do país