Programação e ações: como a mídia lida com sustentabilidade
Como o Grupo Bandeirantes, Globo e SBT adotam práticas em prol do meio ambiente e usam alcance para difundir o tema entre a audiência
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Thaís Monteiro
10 de junho de 2022 - 7h04
O meio que conecta marcas e público, a mídia também tem seu papel em promover sustentabilidade e reduzir impacto ambiental. Para os veículos de comunicação, a principal forma de abordar essas questões é através de pautas nos programas da grade, publicações em redes sociais e ações de marketing dos próprios grupos, mas não se reduz a isso.
Grupos como Bandeirantes, Globo e SBT avançam em metas sustentáveis e ações internas.
O mercado da mídia e todas as empresas que estão envolvidas na sua cadeia produtiva torna complexo a aferição sobre quais impactos ambientais o segmento pode provocar. Porém, de forma genérica, Marcello D´Angelo, diretor executivo do canal AgroMais, do Grupo Bandeirantes, diz que esse esforço é possível, mas seria difícil atender a abrangência do impacto depois da revolução tecnológica.
“Nesse sentido, é bem difícil medir o alcance de um tipo de produto, programa e ação de mídia. Claro, em questões comerciais, fica mais fácil essa avaliação, mas quando você fala de cultura e de engajamento para políticas de responsabilidade socioambiental, o entendimento fica bem mais complexo. Acredito que o caminho certo é entender qual o propósito de um veículo de comunicação e o quanto gera de engajamento, se possível, medir pela participação da audiência, por exemplo, em programas desse cunho”, avalia.
A Globo tem se esforçado nesse sentido. A empresa diz monitorar seu impacto ambiental e avança para monitorar os processos de fornecedores para entender o que é gerado por terceiros. Além disso, a companhia estabeleceu metas, como reduzir 15% dos gases de efeito estufa até 2026 e 30% até 2030. Os números serão tornados públicos. O balanço de emissões e compensações de carbono da Globo será publicado no Registro Público de Emissões do Programa Brasileiro do GHG Protocol.
O que um grupo de mídia pode fazer, por exemplo, é construir uma programação voltada ao tema, tratando dos obstáculos e ações práticas benéficas que empresas e o público geral pode adotar e desenvolver ações de marketing e campanhas em prol da questão, incluindo suas marcas, apresentadores e influenciadores. “Sob este ponto de vista, apesar de variáveis, o impacto sustentável do mercado de mídia é global. Os consumidores têm se tornado -cada vez mais – socialmente e ambientalmente criteriosos. A credibilidade das empresas de mídia também é essencial para manter o público conectado ao tema”, opina Priscila Stoliar, head de marketing do SBT.
A função do segmento nesse quesito, então, se torna noticiar e promover cultura e engajamento da população entorno do tema. D´Angelo defende que é necessária a transparência e credibilidade para trazer a verdade sobre os fatos, que são muitas vezes distorcidos em narrativas distintas. Os maiores esforços do Grupo Bandeirantes nesse sentido são a criação de programas, ações e forúns, principalmente nos canais TerraViva, Agro Mais e BandNews TV. Neste último, um exemplo é o programa “Capital Natural”, cuja proposta é debater temas que geram impactos positivos na sociedade, provoquem reflexões e mudanças.
Ao mesmo tempo que são comunicadores, grupos de comunicações são, sobretudo, organizações e também adotam práticas internas com vista a preservação do meio ambiente e sustentabilidade. O Grupo Bandeirantes busca usar utensílios recicláveis na decoração de estúduios e reciclagem de objetos.
O SBT visa dar destino adequado para resíduos, realiza campanhas internas e atividades de educação ambiental para colaboradores, usa carros elétricos e equipamentos elétricos mais ecológicos, faz gestão de uso de água e tratamento de efluentes, visa disperdício zero de matérias primas e trabalham com empresas independentes cuja proposta é reforçar as práticas de ESG na empresa. O Grupo ainda realiza ações de endomarketing e campanhas externas pela plataforma de responsabilidade social SBT do Bem.
Em 2018, a Globo afirma ter se tornado uma empresa carbono zero, através de ações como bastecimento da frota da companhia com etanol, redução de envio de resíduos para aterros e das viagens e deslocamentos a trabalho, investimento em energia renovável, reaproveitamento de cenários, processos de reciclagem e logística reversa, entre outros. As emissões que não podem ser neutralizadas são compensadas na compra de créditos de carbono. A empresa também afirma estar em fase de aplicação do Guia de Produções Verdes, criado para reunir boas práticas para que os programas sejam produzidos de maneira sustentável e ambientalmente correta.
Em 2021, ela estruturou um projeto pautado na agenda para 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), incluindo metas e métricas entorno de seis objetivos: produzir e distribuir conteúdos contribuindo para o desenvolvimento social e ambiental; promover a inclusão e a diversidade nos conteúdos e nas equipes; investir no desenvolvimento contínuo e no bem-estar dos colaboradores; valorizar e proteger a biodiversidade, promover a consciência ambiental e respeitar os limites naturais do planeta; promover uma governança transparente e responsável; apoiar ativamente a educação como vetor de transformação do Brasil.
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