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Quais são os desafios de se produzir remakes para a televisão?

Emissoras resgatam nostalgia apostando em releituras de sucessos passados sob os moldes dos tempos atuais, retratando novos costumes, tecnologias e comportamentos


25 de abril de 2025 - 6h10

No próximo sábado, 26, os brasileiros deverão se se deparar com as primeiras cenas de Odete Roitman no remake de Vale Tudo, que estreou no final de março na TV Globo.

Na nova edição, dessa vez, escrita por Manuela Dias, a personagem será interpretada pela atriz Débora Bloch.

remakes

Elenco protagonista do remake de Vale Tudo conta com nomes como Taís Araújo, Bella Campos, Cauã Reymond, Alice Wegmann e outros (Crédito: Divulgação/Fabio Rocha)

A veiculação da trama original, de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, aconteceu durante período de crise econômica e desesperança para os brasileiros, ao final da chamada “década perdida”. O capítulo final, exibido já em 1989, alcançou 81 pontos no Ibope. Já em 2025, a veiculação acontece em meio às celebrações do aniversário de 60 anos da TV Globo.

José Luiz Villamarim, diretor de gênero dramaturgia dos Estúdios Globo, afirmou em entrevista à edição de aniversário de Meio & Mensagem que revisitar clássicos faz parte do entretenimento e do audiovisual, sobretudo de obras que marcaram a dramaturgia e a história da própria emissora, e que merecem ser lembradas, homenageadas, recontadas, continuadas. “Em geral, são obras atemporais, que não envelhecem e que permitem novas leituras à luz da contemporaneidade. Ao mesmo tempo, por já serem conhecidas, mexem com a memória afetiva do público”, explicou.

E, de fato, as adaptações são notórias. Na nova versão da novela, a protagonista Maria de Fátima tem a ambição de se tornar influenciadora digital, por exemplo. Já a Tomorrow, atual agência digital de conteúdo na trama, era uma revista de moda.

Para o diretor, os desafios de realizar remakes de conteúdos clássicos nos moldes da sociedade atual incluem textos revisitados a partir dos costumes, da tecnologia e dos comportamentos da atualidade “É um cuidado natural essa atualização”, defendeu.

Estratégia social

Criando uma integração da ficção com a vida real, a Globo criou um perfil da personagem Maria de Fátima, interpretada por Bella Campos, no Instagram, com postagens sincronizadas com os acontecimentos de cada capítulo diariamente. O perfil já acumula 370 mil seguidores e algumas das postagens alcançam quase 10 mil comentários. Há, ainda, a possibilidade de que o perfil conte com ações de marcas.

A premissa de uso das redes sociais é também uma aposta do SBT para potencializar releituras do passado, sobretudo com a viralização de trechos de programas, memes e áudios virais. Estratégias de social também expandem a experiência da TV e do streaming da emissora, o +SBT, ativando ambas de forma complementar.

“Esse modelo híbrido fortalece o vínculo com diferentes faixas etárias e mantém a relevância da emissora no cenário multiplataforma”, salientou Mauro Lissoni, diretor de programação e artístico do SBT. O executivo aponta que conteúdos do tipo reavivam memórias e tornam a nostalgia parte da conversa digital, o que também reforça a relevância de títulos antigos.

Além disso, reinventar um conteúdo nostálgico é um equilíbrio entre respeito ao passado e inovação. “O desafio principal é preservar a essência que fez esse conteúdo icônico, ao mesmo tempo em que trazemos elementos que conversem com o público atual. A nostalgia tem um apelo emocional forte, mas para manter a relevância, é preciso atualizar a linguagem, o ritmo e os formatos de exibição”, pontuou.

O veículo tem trazido de volta programas clássicos de sua história, como Show de Calouros; Nada Além de Um Minuto; Qual é a Música?; e o Show do Milhão, agora no comando da Patricia Abravanel aos domingos.

Como nem só de passado vive o público, a inovação é um artifício bem-vindo. A nova edição do game show conta com um assistente virtual movido por inteligência artificial e os patrocinadores nas etapas de ajuda, com pulo, ajuda dos universitários e as cartas, todos atualizados em uma nova dinâmica.

Limitação criativa?

Com a crescente onda de adaptações de clássicos, críticos têm atribuído o movimento a uma cerca escassez criativa. Segundo o diretor da Globo, não há dificuldades em criar novas histórias e produções. Nos últimos três anos, os Estúdios Globo ampliaram seu quadro de autores em 50% nos últimos três anos, ainda contando com referências como Walcyr Carrasco, João Emanuel Carneiro e Aguinaldo Silva.

“Temos grandes histórias em desenvolvimento, o que não impede de seguirmos revisitando clássicos de tempos em tempos”, argumentou Villamarim. Ainda que não haja previsão de novos remakes no planejamento do próximo ano, a Globo deverá seguir apostando na tendência da nostalgia e resgate da memória, mas dentro de um equilíbrio entre clássicos e histórias inéditas, alertou o executivo.

Neste sentido, Lissoni, do SBT, corroborou: “É importante que a nostalgia seja um ponto de partida e não um limitador da criatividade”.

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