“Quero resgatar o SBT raiz”, diz Daniela Abravanel Beyruti
Presidente do SBT fala do desafio em atrair a atenção da audiência e revela intenção de retomar a essência divertida e leve na programação
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Bárbara Sacchitiello
23 de abril de 2025 - 15h06
Daniela Abravanel Beyruti, presidente do SBT (Crédito: Arthur Nobre)
Resgatar a essência de uma emissora divertida, com a maior parte da programação dedicada ao entretenimento da família, de forma leve e bem-humorada. É isso que Daniela Abravanel Beyruti, presidente do SBT, define como o “SBT raiz” – e como sua principal meta de gestão.
Terceira filha de Silvio Santos, a executiva foi oficialmente apresentada como a nova líder da emissora pouco tempo depois da morte de seu fundador e principal ícone, ocorrida em agosto do ano passado.
Porém, desde 2023, ainda na função de vice-presidente, Daniela vinha atuando para reestruturar o comando da empresa e levar adiante o legado de seu pai, atualizando-o, porém, para um cenário de intensa competição pela atenção da audiência.
A executiva conversou com a reportagem de Meio & Mensagem a respeito dos desafios atuais e futuros do SBT e revelou que sua principal missão é resgatar a essência da emissora, que ela admite que acabou se perdendo nos últimos tempos.
A íntegra da entrevista, na qual Daniela revelou que planeja abrir um parque de diversões e criar um cruzeiro do SBT, está disponível na edição especial de aniversário de Meio & Mensagem.
A líder do SBT também contou que Boninho está trabalhando na criação de dois realities para a grade: o The Voice Brasil, que agora será produzido pelo SBT, junto à Disney e Formatta, e uma nova atração de confinamento.
Veja, abaixo, alguns trechos da entrevista em que a executiva fala sobre sua pretensão de resgatar o que considera o “SBT raiz”.
Meio & Mensagem: Hoje, qual é a diretriz de programação traçada pelo SBT? Quais são os objetivos da emissora?
Daniela Abravabel Beyruti: Muita coisa ainda vai ser ajustada porque quero o SBT raiz: uma emissora cheia de alegria, que não passa despercebida. Temos uma identificação com o público que é inexplicável. Independente de eu ser a Daniela Beyruti Abravanel, gestora, sempre quando falo para qualquer pessoa que trabalho no SBT, ela imediatamente abre um sorriso. Parece que rola uma empatia imediata e alguma coisa fizemos para merecer isso. Houve o Silvio Santos, de fato, que foi o carro-chefe de tudo. Mas o Silvio aparecia aos domingos. De segunda à sábado, o SBT acontecia com outras pessoas marcantes, que fizeram essa história. Quando a pessoa abre o sorriso ao lembrar do SBT não é somente pela memória do Silvio Santos, mas pela memória de tudo o que o SBT representou e ainda representa para ela. Isso é uma coisa que não podemos perder. Quero voltar a ter um tempero na grade de programação. Desde que voltei [Daniela atuou no SBT de 2006 a 2015 e, após uma pausa, voltou para a diretoria da emissora em 2023], ainda não consegui achar. Até porque, com toda a mudança do mercado e da criação de conteúdo, hoje dividimos a atenção das pessoas com as redes sociais e com tudo. Atualizar o SBT raiz é um grande desafio. Acredito que estou próxima, mas ainda não cheguei onde precisamos chegar. Preciso que essa ideia esteja na consciência dos diretores, dos produtores, do elenco. Preciso também encontrar aquele elenco que faz a diferença. Penso em trazer de volta o Aqui, Agora, mas quero alguém como o Gil Gomes, como o Maguila, comentando finanças. Onde estão esses personagens autênticos, que mostram essa espontaneidade? Isso que estou buscando, quero encontrar essas pessoas, que entrarão na casa da audiência e trarão o borogodó ao SBT. A emissora sempre teve figuras muito marcantes na grade. Foi no SBT que o Jô Soares, por exemplo, que era uma pessoa do humor, começou a fazer entrevistas. Existem alguns elementos que somente o SBT tem, que só fica legal quando o SBT faz. A questão de rir de si mesmo, de ter um pouco do bizarro e do cafona, mas que seja descontraído, espontâneo e leve. Ao mesmo tempo em que somos uma empresa séria, o SBT não pode se levar muito a sério. Exatamente como está na essência da música “Do mundo não se leva nada/ Vamos sorrir e cantar”. Quero voltar a fazer isso e também fazer com que o SBT seja assistido no maior número de plataformas possíveis, além da TV. Hoje somos o maior canal de televisão aberta no YouTube, uma marca que não gostaria de perder. Por muito tempo, ficamos no Top 10 da Netflix com nossas novelas, o que mostra que viramos referência de conteúdo bons para os jovens. Estamos no Prime Vídeo, no Disney+ e estamos também no +SBT, que já ultrapassou os 10 milhões de downloads. Se acertarmos a fórmula novamente, é a mesma coisa que fogo em palha. A coisa vai adiante.
M&M: Você citou a importância de grandes figuras na televisão. Acha que existe uma escassez desses comunicadores?
Daniela: Vou citar um exemplo de um programa que acho que tem bem nossa essência, que é o Fofocalizando. Porque ali tem a Gaby [Cabrini, apresentadora], que é toda delicada, junto do [Gabriel] Cartolano, que é o bom moço, junto do doido do Léo Dias e da Cariucha, que vieram para colocar ‘fogo no parquinho’. Essas personalidades, juntas, trazem um tempero: eles debatem, discutem, são naturais e querem entregar o melhor. O Ratinho é uma personalidade muito verdadeira, assim como o Danilo Gentili, que tem sua autenticidade. As pessoas que são verdadeiras com elas próprias combinam com o SBT.
M&M: Em um cenário com tantas opções de consumo e disputa pela atenção dos espectadores, que papel você vê para a televisão aberta?
Daniela: A TV aberta continuará existindo, ainda que não tenha a mesma força que ela tenha no passado. Mas acredito que ela continuará presente em vários lugares. Por exemplo, pelo +SBT é possível acompanhar o que está sendo transmitido agora, de dentro do ônibus, pelo celular. Acredito que as pessoas poderão assistir a TV como e onde elas quiserem. Além do papel de curadoria que a televisão tem. Por isso quero tanto resgatar as raízes do SBT porque o que transmitimos era legal. Para que a pessoa deixe a TV sintonizada e saiba que terá uma programação divertida e leve. Muitas pessoas me dizem que deixavam a TV ligada para os filhos no SBT e se sentiam inseguros. Isso é a maior demonstração de confiança que podemos ter, é algo que não tem preço. Somos a TV da família. Se sairmos disso, não seremos mais o SBT.
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