Meio & Mensagem
16 de dezembro de 2024 - 17h21
O ano de 2024 entrará para a história não apenas pelas grandes movimentações da indústria da comunicação como também pela perda de nomes que foram cruciais para seu fortalecimento e consolidação entre os importantes segmentos da economia do País.
Nesta lista, Meio & Mensagem relembra os nomes e feitos de alguns dos profissionais de agências de publicidade, veículos de mídia e empresas que morreram em 2024. Veja:
Silvio Santos
(Crédito: Erasmo de Souza/SBT)
O fundador do SBT e um dos maiores comunicadores da história do Brasil, Silvio Santos morreu no dia 17 de agosto, em São Paulo, aos 93 anos. Já afastado da programação do SBT desde a pandemia, Senor Abravanel teve broncopneumonia, decorrente de um quadro de H1N1.
Sua morte rendeu uma intensa mobilização de toda a mídia televisiva, online e impressa do Brasil, com reportagens sobre seu histórico na TV e sobre os negócios que construiu no ambiente da mídia e em outros segmentos, agrupados no Grupo Silvio Santos.
O legado de Silvio Santos continua sendo tocado por suas filhas, na frente e por trás das câmeras. Daniela Beyriti, que já tinha assumido o controle do SBT, seguiu na presidência da emissora, enquanto Patricia Abravanel, para quem Silvio havia passado o microfone do Programa Silvio Santos, segue conduzindo a histórica atração do pai. Renata Abravanel, também filha do empresário, é a atual presidente do Grupo Silvio Santos.
Washington Olivetto
(Crédito: Arthur Nobre)
A publicidade brasileira perdeu seu nome mais ilustre e mais famoso no dia 13 de outubro. Washington Olivetto morreu no hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, em decorrência de complicações pulmonares.
O criador de personagens como o Garoto Bombril e influenciadores de profissionais dentro e fora do mercado, Olivetto estava afastado do dia a dia da publicidade brasileira desde 2018, quando se desligou da WMcCann e passou a morar em Londres.
Tão extensa quanto a lista de campanhas memoráveis que criou, como “O Primeiro Sutiã”, “Casal Unibanco”, “Cachorrinho da Cofap” e outras, é a lista de premiações por eles conquistada. Conquistou o primeiro Leão de Ouro da Publicidade Brasileira, em 1973 e recebeu o Clio Lifetime Achievement Award, em 2014, por sua trajetória profissional e foi o único não anglo-saxão a entrar para o Creative Hall of Fame, do The One Club. Como o criativo, foi o primeiro vencedor do Prêmio Caboré, troféu que ganharia outras quatro vezes. Em 2019, conquistou um Caboré especial por toda a sua trajetória e contribuição à indústria.
Octávio Florisbal
(Crédito: José Paulo Cardeal/Globo)
Executivo que liderou a Globo por décadas, ao longo de mais de 30 anos de trabalho dedicados à empresa, Octavio Florisbal morreu no dia 14 de agosto, aos 84 anos.
O profissional iniciou sua carreira no setor de agências de publicidade no início da década de 1960, segmento em que se consolidou, especializando-se, sobretudo, nos negócios de mídia. Na década seguinte, foi um dos fundadores do Grupo de Mídia de São Paulo e ingressou na Globo em 1982, com a missão de criar um departamento de marketing. Seu conhecimento dos negócios logo o levou a liderar toda a área comercial, e, em 2002, assumiu o comando de toda a operação da Rede Globo, cargo que ocupou por dez anos.
Após deixar a emissora dedicou-se aos trabalhos sociais do Instituto Helena Florisbal, criado em nome de sua falecida esposa, para amparar crianças e jovens em situação de vulnerabilidade.
Abílio Diniz
(Crédito: Arthur Nobre)
Um dos empresários mais reconhecidos – e de maior sucesso – da história do Brasil, Abílio Diniz morreu em 18 de fevereiro, em São Paulo, aos 87 anos, após ficar internado por um mês no Hospital Albert Einstein, em decorrência de pneumonia.
Em 1959, ano em que seu pai abriu a primeira operação do Pão de Açúcar no Brasil, ainda como uma loja especializada em doces e salgados, o tino comercial de Abílio fez o futuro empresário não apenas a trabalhar no negócio da família como em transformá-lo em um supermercado, que, anos seguinte, originaria o Grupo Pão de Açúcar, que o empresário administrou integralmente até 2005, quando vendeu parte das ações ao grupo francês Casino.
Desde 2006, ocupava a presidência do Conselho de Administração da Península Participações, que administra os negócios de família em investimentos diretos (private equity e real estate), estratégicos (participação acionária na
BRF e no Carrefour) e mercados (renda fixa e ações). Em 2014, também se tornou membro do Conselho do Carrefour Brasil e, em 2016, do Carrefour global. Também criou, em 2017, junto de sua esposa, Geyze Marchesi Diniz, a plataforma de conteúdo Plenae. Foi, ainda, apresentador do programa Caminhos, na CNN Brasil.
Jaques Lewcowicz
(Crédito: Arthur Nobre)
O “Lew” da Lew’Lara\TBWA, Jaques Lewcowicz morreu no dia 19 de julho, aos 80 anos. Junto de Luiz Lara, fundou a agência, que foi vendida para a rede TBWA em 2007, e formou uma das principais duplas da publicidade brasileira
Algumas das campanhas criadas por ele ficaram famosas por seus bordões, como “Pense em você amanhã, exija Orloff hoje”, de 1984; “Não é a Lee que é diferente, as outras é que são iguais”, para a marca de jeans Lee, e a famosa “Lei de Gerson”, para a marca de cigarros Vila Rica.
Sua vontade de aprender e sempre se conectar às novidades ficou ainda mais evidente em 2015, quando, aos 71 anos, iniciou uma jornada como estagiário do Google.
Seu Tuta
(Crédito: Arquivo/JovemPan
No dia 4 de novembro, o Grupo Jovem Pan comunicou a morte de seu fundador Antônio Augusto Amaral de Carvalho, conhecido como o “Seu Tuta”. Aos 93 anos, o empresário estava internado no Hospital Sírio Libânes, em São Paulo.
Com uma vida toda dedicada à mídia, seu Tuta iniciou sua trajetória como jornalista de rádio, na década de 1940. Já nos anos 1960, na TV Record, criou e conduziu programas que marcaram época.
Na década de 1970, como empresário, dedicou-se a estruturar uma grade de rádio que combinasse jornalismo e prestação de serviços, na operação da antiga Rádio Panamericana, que se tornaria, depois, a Jovem Pan. Ele ainda foi responsável pelas transmissões ao vido de futebol nas rádios do País.
Magy Imoberdorf
(Crédito: Divulgação)
Um dos nomes mais importantes para a consolidação da indústria de publicidade no Brasil, a publicitária, artista plástica e designer Magy Imoberdorf morreu no dia 24 de março, em São Paulo.
Aos 77 anos, a profissional foi responsável por criar e presidir a agência Lage&Magy, casa que construiu trabalhos para diversas marcas. No ano 2000, associou sua empresa à Talent e, em 2005, decidiu deixar definitivamente o negócio, passando a se dedicar integralmente à exposição de seus trabalhos artísticos.
Sergio Campanelli
(Crédito: Divulgação)
Mente por trás da criação de jingles memoráveis da publicidade brasileira, como “Pipoca com Guaraná”, “Mamíferos”, para Parmalat e a inesquecível canção que por anos embalou os comerciais de Big Mac, do McDonald’s, Sérgio Campanelli morreu no dia 24 de abril, em São Paulo.
Ao longo de sua carreira, trabalhou em agências como AlmapBBDO e DPZ, além de ter feito temporada na DDB de Nova York.
André Torretta
(Crédito: Arquivo pessoal)
Um dos fundadores do Data Popular e do Data Raça, o publicitário e consultor André Torretta morreu no dia 3 de junho, aos 59 anos, em São Paulo.
Ao longo de mais de 30 anos de carreira, dedicou-se, sobretudo, às pesquisas, sendo um dos primeiros profissionais a se aprofundar no grupo que o mercado classificou como a Nova Classe Média. Seu mais recente empreendimento foi a cofundação do Data Raça, instituto de pesquisa, consultoria e letramento racial.
Palestrante e também escritor, Torretta foi autor dos livros Como Ganhar Seu Voto, Mergulho na Base da Pirâmide: Uma nova oportunidade para sua empresa, E Agora, Vai? Porque o Brasil será tão diferente em 10 anos e como tirar proveito disso.
Cid Moreira
(Crédito: Memória Globo)
Um dos rostos – e voz – mais memoráveis da mídia brasileira, Cid Moreira morreu no dia 3 de outubro, na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro. O apresentador estava internado e teve falência múltipla de órgãos.
Âncora mais emblemático da história do Jornal Nacional, Cid Moreira estreou na bancada do telejornal desde o primeiro dia da atração, em 1969, e permaneceu na apresentação por 26 anos. Também foi a voz de reportagens especiais do Fantástico.
Além do trabalho na TV, ele também marcou a trajetória pela narração de diversos comerciais. Por restrições contratuais, na maior parte dos casos, ele pode somente narrar mensagens de marcas, sem mostrar o rosto. Seu último trabalho como locutor aconteceu em agosto deste ano, em uma ação publicitária da Shopee.
Valdir Barbosa
(Crédito: Diuvlgação)
Publicitário e com uma carreira construída em diversas agências de publicidade, Valdir Barbosa morreu aos 69 anos, no dia 13 de fevereiro, em São Paulo.
Foi diretor da Price WaterHouse até 1985, quando ingressou na Young & Rubicam, como diretor financeiro. Trabalhou também na Seragini Design e liderou as finanças do Grupo Newcomm, de onde foi vice-presidente de operações até 2005. Também trabalhou na Borghi/Lowe e na We e, desde 2018, atuava como consultor para o mercado publicitário.
Eduardo Souza Aranha
Ex-presidente da Associação Brasileira de Marketing Direto (Abemd), Eduardo Sousa Aranha morreu na segunda semana de dezembro, em São Paulo.
Ao longo da carreira, que teve início em 1977, desenvolveu implantou e supervisionou mais de quatrocentos projetos de marketing direto e de relacionamento, entre eles o planejamento e o lançamento do programa Smiles. Em 1982, fundou a empresa Souza Aranha, da qual era diretor executivo, e dedicou-se, ao longo dos anos, ao fortalecimento da indústria do marketing e comunicação.