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Reveja a trajetória do jornalista Ricardo Boechat

Profissional passou por alguns dos principais veículos brasileiros, ganhou três prêmios Esso e chegou a ser eleito o mais admirado do Brasil


11 de fevereiro de 2019 - 16h42

Ricardo Eugênio Boechat, que morreu nesta segunda-feira, 11, em São Paulo, era um profissional incansável. Dava bom dia, às 7h30, à audiência que despertava junto à BandNews FM, e boa noite aos telespectadores do Jornal da Band, às 19h30. Também era articulista da revista IstoÉ. Anteriormente, teve longa trajetória no jornalismo, passando por algumas das mais importantes redações da imprensa brasileira.

Ricardo Boechat (Crédito: Divulgação / Band)

Iniciou sua carreira no início dos anos 1970, logo ao deixar o colégio, no carioca Diário de Notícias. Não iniciou imediatamente no jornalismo, mas sim como auxiliar geral, segundo depoimento ao Memória Globo.

Conquistando a confiança de editores, passou a escrever pequenas notas. Em seguida, passou a fazer parte da equipe do Ibrahim Sued, responsável pelo colunismo social do Diário.

Em 1983, seguiu para o jornal O Globo, onde passou a assinar a coluna “Swann” que, poucos anos mais tarde, levaria seu próprio nome. Se afastou das redações para fazer assessoria de imprensa de Moreira Franco quando candidato à governo do Rio de Janeiro, por breves seis meses em 1987. Passou rapidamente pelo Jornal do Brasil e seguiu para a sucursal carioca de O Estado de S. Paulo, por onde conquistou seu primeiro Prêmio Esso, em 1989, junto a Aluizio Maranhão, Luiz Guilhermino e Suely Caldas.

Voltou ao Globo no mesmo ano, desta vez como editor da “Swann”, pela qual já havia passado. A partir de 1997, passou a falar de política também na TV, no Bom Dia Brasil e no Jornal da Globo. Consolidou-se no colunismo econômico e político, pelo qual ganhou novos reconhecimentos do Esso em 1992 e 2001. Deixou o Grupo Globo na virada do milênio, após caso polêmico envolvendo uma apuração sobre a privatização do setor de telefonia.

Ainda em 2001 retornou ao Jornal do Brasil para tocar o colunismo político do diário, quando era comandado pelo empresário Nelson Tanure, que o convidou pouco tempo depois para assumir a direção de redação do jornal. Nessa época, também foi colunista do Jornal do SBT.

Mudança para São Paulo

Em 2006, aceitou convite do Grupo Bandeirantes para assumir como âncora do telejornal noturno, e mudou-se para São Paulo. Manteve por alguns anos sua ligação histórica com o Rio de Janeiro por meio da coluna política do jornal O Dia. Pouco tempo depois passou a assinar uma coluna de política na semanal IstoÉ e a se dedicar à BandNews FM.

Assim como reconhecia no período de Ibrahim Sued sua formação essencial de repórter, Boechat declarou em diversas situações ter se encontrado na transmissão de rádio. O âncora costumava iniciar sua participação com um comentário muitas vezes contundente, em rede nacional, em que costumava analisar a política nacional, casos de destaque do cotidiano, repercussões das redes sociais, entre outros assuntos. Apesar do papel de âncora e comentarista, Boechat cultivava fontes e não raro divulgava no ar o número de seu celular, que oferecia a ouvintes para que fizessem denúncias (veja abaixo o vídeo de seu último comentário na emissora). Ele também fazia, no fim da manhã, a ancoragem da transmissão local da BandNews no Rio de Janeiro.

Além das premiações no Esso, Boechat conquistou por 18 vezes vezes o Prêmio Comunique-se, tornando-se o jornalista mais vencedor da história da premiação. Em pesquisa do Jornalistas & Cia, foi considerado o jornalista mais admirado do Brasil em 2014. Também lançou em 1998, pela DBA, um livro, chamado Copacabana Palace – Um Hotel e sua História.

A família de Boechat era, originalmente, de Niterói, na Grande Rio de Janeiro, mas o jornalista nasceu em Buenos Aires, em 13 de julho de 1952 — seu pai era diplomata e as viagens, frequentes. Boechat era casado com Veruska Seibel, com quem teve seis filhos.

Além do Grupo Bandeirantes, amigos, colegas e admiradores homenagearam o jornalista nas plataformas digitais. Diversas entidades manifestaram nota de pesar, como a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Federação Nacional das Empresas de Rádio e TV (Fenaert) e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Autoridades como o presidente Jair Bolsonaro; seu vice, Hamilton Mourão, os presidentes do Senado e da Câmara, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, também prestaram condolências.

Veja a seguir parte da última participação de Ricardo Boechat na rádio BandNews, na manhã desta segunda-feira, 11:

https://twitter.com/radiobandnewsfm/status/1094894852758736896

* crédito da imagem no topo: jes2ufoto/iStock

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