Rolling Stone completa 10 anos no Brasil
A revista celebra o aniversário com conteúdo multicanal e eventos como corridas e um festival
A revista celebra o aniversário com conteúdo multicanal e eventos como corridas e um festival
Karina Balan Julio
4 de outubro de 2016 - 14h24
Este ano, a Rolling Stone completa dez anos no Brasil. Em outubro, mês de aniversário, a publicação será mais robusta, com 150 imagens marcantes, entre capas de especiais e livros, além do depoimento de Jann Wenner, fundador da Rolling Stone nos EUA. A edição especial também trará listas e entrevistas exclusivas.
Em 1967, nascia nos Estados Unidos a Rolling Stone, embalada pela contracultura e pelo movimento Flower Power, que protestava pelos direitos civis e contra a guerra. A publicação capturava o espírito da época, com conteúdo sobre música e entretenimento.
Os primeiros vultos da revista no Brasil foram vistos entre 1971 e 1972, quando o físico inglês Mick Killingbeck negociou os direitos e convidou o jornalista Luiz Carlos Maciel para editar a publicação. Segundo Maciel, “a revista foi uma participante significativa daquele momento de crítica cultural em um contexto político desfavorável”. A empreitada durou 36 edições. A parte final dessa trajetória, a publicação se tornou insustentável, a equipe parou de pagar royalties à matriz e, mesmo assim, publicou alguns números sem direitos sobre a marca. “As agências ignoraram porque a revista era alternativa e marginal, não se encaixava no stablishment do jornalismo”, diz Maciel.
A versão relançada em 2006 teve tiragem de cem mil exemplares, sob controle da editora Spring, e a primeira capa foi estampada por Gisele Bündchen. “A versão americana já existia há 40 anos, era muito lida inclusive pelo mercado publicitário, pelos anunciantes e agências”, conta Márcio Maffei, atual diretor comercial da Rolling Stone no Brasil.
Inicialmente, a publicação brasileira seguia linhas editoriais e gráficas que vinham da matriz, mas foi conquistando liberdade para regionalizar-se e expandir seus negócios em licenciamentos, eventos e outras plataformas. Hoje, a Rolling Stone brasileira está em segundo lugar em faturamento mundial, abaixo apenas dos EUA. “Era uma referência, então os leitores apenas trocaram a revista americana pela brasileira, e é por isso que ela teve um resultado legal desde o começo”, conta Márcio.
Um novo movimento
Como diversos outros títulos, a revista diversifica suas fontes de receita. Promove em novembro, por exemplo, a sexta edição da corrida Rolling Stone Music & Run, com patrocínio da Caixa e do governo federal, e em dezembro realizará o Rolling Stone Festival, com mais de 16 atrações. A ideia é que o festival ocorra anualmente, e a primeira edição contará com line up nacional “justamente porque são dez anos de Brasil”, explica Leo Belling, gerente de marketing. Entre as atrações estão Titãs, Capital Inicial, Sepultura e Emicida.
“Não sei se a gente vai virar um Lollapalooza, mas a ideia é trazer artistas novos, estabelecidos e a velha guarda, além de pop, indie, hip hop, rock”, diz Leo. O título também aposta em edições especiais, livros e licenciamento de produtos. A Kalunga, por exemplo, vende uma linha de cadernos e fichários com a chancela da revista.
Na avaliação de Maffei, a revista ainda ocupa um espaço de nicho, embora beire o mainstream. O fato de ser colecionável ainda lhe confere um caráter premium. “Uma revista de três anos atrás ainda faz sentido hoje, é atemporal. Por isso vendemos tantas reedições”.
A íntegra desta reportagem está publicada na edição 1730, de 3 de outubro, exclusivamente para assinantes do Meio & Mensagem, disponível nas versões impressa e para tablets iOS e Android.
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