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Após Fla X Flu, SBT espera exibir futebol em outras oportunidades

Diretor de marketing e negócios da emissora, Fred Müller comenta as negociações comerciais para a partida e analisa a audiência e engajamento


16 de julho de 2020 - 17h05

Time do Flamengo ergue o troféu do campeonato carioca 2020 (Crédito: Reprodução/Fla TV)

Além dos flamenguistas, que conquistaram mais um título estadual na noite dessa quarta-feira, 15, ao vencer o Fluminense por 1X0, a diretoria e equipe do SBT também estão em clima de celebração. A exibição da partida entre Flamengo e Fluminense, válida pela final do Campeonato Carioca, rendeu um bom desempenho de audiência – sobretudo no Rio de Janeiro -, recolocou o SBT nas transmissões nacionais de futebol e ainda angariou um importante faturamento comercial.

“Em um primeiro momento, e até pelo prazo, nossa expectativa era comercializar 5 cotas net (de veiculação nacional). Nosso time, por um lado, procurou oferecer de maneira muito rápida o plano para todo o mercado”, conta Fred Müller, diretor de negócios e marketing do SBT. Foram patrocinadores da transmissão da emissora as marcas PicPay, Brahma, Havan, Miorrelax, Unilever e Estácio.

Fred Müller, diretor de marketing e negócios do SBT (Crédito: Divulgação)

A preparação para a transmissão do jogo – bem como a negociação do plano comercial – tiveram de ser conduzidas em um curto espaço de tempo. Fred conta que a confirmação de que o SBT tinha adquirido os direitos de transmissão da final do Carioca veio no último sábado, 11. A partir daí, a equipe começou a trabalhar para colocar de pé um projeto comercial que viabilizasse a transmissão, que aconteceria na noite de quarta-feira. “O processo exigiu muita agilidade de toda a equipe de negócios e de inteligência de mercado do SBT. Temos um processo de alinhamento muito eficiente com as áreas de programação e produção, que permitiu que tivéssemos o plano comercial em apenas duas horas e, assim, poder apresenta-lo ao mercado”, conta o diretor.

Cada uma das cotas de patrocínio oferecidas pelo SBT tinha valor de tabela de R$ 9,8 milhões. Os descontos concedidos pela emissora, no entanto, foram generosos. A reportagem de Meio & Mensagem apurou que, embora cada um dos cotistas tenha realizado negociações diferentes, os preços pagos por cada cota variaram entre R$ 550 mil e R$ 800 mil. Além das cotas nacionais, as afiliadas também negociaram as inserções regionais. Oficialmente, a emissora não se pronuncia sobre os descontos. “Não abrimos detalhes sobre negociações”, afirma Fred.

Dentro da emissora, a transmissão da partida – que marcou o retorno do SBT na transmissão de jogos de times do eixo Rio-São Paulo após 17 anos – foi encarada como uma missão bem sucedida. “O resultado final foi uma transmissão incrível, uma audiência histórica para o Rio de Janeiro e excelentes índices em diversos mercados. Fomos líderes isolados no Rio e crescemos 69% em São Paulo. Com isso, garantimos uma grande entrega para as marcas que abraçaram o projeto”, diz o executivo. De acordo com dados consolidados da Kantar Ibope, o SBT obteve uma média de audiência de 26,2 pontos durante a partida, chegando a alcançar pico de 35 pontos. Com pouca diferença, a Globo ficou em segundo lugar, com média de 26,1 pontos. Já na praça da Grande São Paulo, o SBT conseguiu uma média de audiência de 11 pontos, segundo  Kantar Ibope.

Embora já seja o detentor dos direitos de transmissão da Copa do Nordeste – torneio exibido pelas afiliadas da emissora na região e que será retomado no fim de julho – o SBT demonstra animação em repetir a noite de futebol para todo o País. “Com a final do Campeonato Carioca, ficamos por horas entre os assuntos mais comentados no ambiente digital e tivemos um excelente resultado de audiência. Esses são os ingredientes que toda emissora quer alcançar e esperamos, sim, ter condições de apresentarmos o futebol em outras oportunidades”, finaliza.

Novas regras para os direitos de transmissão
O retorno do futebol carioca à tela do SBT tornou-se possível após uma série de reviravoltas que vem acontecendo no âmbito dos direitos de transmissão de TV do esporte mais popular do País. O novo cenário teve início em 18 de junho, quando o presidente Jair Bolsonaro publicou uma Medida Provisória que altera a Lei Pelé, responsável pelas regras dos direitos de transmissão de futebol na TV.

Essa mudança da Lei aconteceu justamente na retomada do Campeonato Carioca, após meses de interrupção por conta da pandemia Covid-19. Como era o único clube, entre os disputantes do torneio estadual, a não ter firmado contrato com a Globo em 2020, o Flamengo interpretou a Lei como uma oportunidade para negociar os direitos dos jogos restantes do campeonato de forma independente. Depois de o clube rubro-negro ter transmitido a partida contra o Boavista, no dia 1 de julho, em seu perfil oficial no Twitter, a Globo, no dia seguinte, comunicou que estava rescindindo o contrato com a Federação Esportiva do Rio de Janeiro e que não mais transmitiria o campeonato Carioca.

Esse imbróglio na decisão dos direitos de transmissão fez com que as etapas finais do Campeonato Carioca quebrassem recorde nas redes sociais. Após o jogo do Flamengo, que quebrou recordes de acessos simultâneos na Fla TV, o Fluminense bateu um novo marco na semana passada, ao derrotar o rubro-negro, nos pênaltis, na final da Taça Rio. A live do jogo alcançou 3,597 milhões de acessos simultâneos, angariando o título de evento ao vivo mais visto da história do YouTube no mundo.

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