Sete conceitos que vão definir o futuro do NYT
Empresa divulga informe que mostra prioridades para os próximos anos
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Luiz Gustavo Pacete
30 de janeiro de 2017 - 8h55
O digital já é a fonte de receita mais importante do NYT
Com frequência, o New York Times lança informativos reforçando suas premissas para o futuro de seu negócio. Na semana passada, a empresa divulgou um novo documento batizado de “Journalism That Stands Apart” estabelecendo questões estratégicas para o futuro do diário. O informe é fruto do grupo de trabalho 2020 formado por sete profissionais e liderado pelo jornalista David Leonhardt.
Digital ameniza perdas do New York Times
O documento reforça que o diário deve atuar com a maior rapidez possível para se adaptar com êxito à era digital e estabelece quais são os passos para sua transformação com foco em jornalismo, audiência e operações. É a continuidade dos relatórios publicados anteriormente “Innovation Report”, de 2014 e “Our Path Forward”, de outubro de 2015. O consultor espanhol Ismael Nafría analisou em detalhes o novo informe e destaca que um dos principais motivos pelo êxito da empresa, mesmo em meio a tantas transformações, está em sua capacidade de mudança. “O conteúdo do relatório é um movimento vital para os rumos da empresa”, diz Nafría em um artigo publicado em seu site.
No relatório, o NYT afirma que “os últimos dois anos foram de inovação significativa, porém, as barreiras que impediam as empresas de mídia tradicionais de crescerem devem ser eliminadas”. Rosental Calmon Alves, diretor do Knight Center for Journalism in the Americas, cita o NYT como exemplo de disrupção e ousadia. “O NYT começou até a entregar comida em casa, além de vender vinho e promover excursões. Quem podia imaginar o New York Times vendendo comida ou virando agência de turismo? Novas formas de negócios serão fundamentais para as empresas de mídia.”, diz Rosental ao Meio & Mensagem.
“Passamos vinte anos retocando estruturas organizacionais e processos nascidos das demandas da edição impressa. Porém, chegou a hora de ser mais agressivo”
O digital já é a fonte de receita mais importante do veículo. Em novembro do ano passado, a empresa de mídia registrou um adicional de 117 mil assinantes exclusivos de canais digitais no terceiro trimestre. Com isso, o NYT passou a um total de 1,3 milhão de assinantes digitais. No balanço, a empresa divulgou uma receita de US$ 217 milhões com circulação, alta de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo o NYT, o aumento foi impulsionado pela alta de 16% na receita com assinaturas digitais.
New York Times começa a vender alimentos
Veja os sete pontos principais divulgados pelo NYT em relação ao seu futuro:
O jornalismo deve ser cada vez mais visual
Na visão do NYT, existem dezenas de ferramentas digitais que contam histórias e permitem um jornalismo mais rico e atrativo. Em setembro de 2016, 12,1% das histórias publicadas pelo NYT continham elementos visuais. O objetivo é que, nos próximos anos, metade da produção de conteúdo contenha elementos visuais.
Variedade de formatos
Segundo é indicado no informe, as pautas diárias devem refletir não apenas uma plataforma, mas as dezenas de possibilidades existentes que vão de newsletters a vídeo. A empresa acredita, no entanto, que é necessário maior criatividade com essas pautas com o objetivo de descobrir novas formas de narrativas que façam sentido aos leitores e que façam o conteúdo do Times mais acessível e dinâmico “seja por newsletters, alertas, áudio, vídeo e formatos que estão por ser inventados.”
Serviços e seções especiais
O documento alerta que a empresa precisa dar um novo enfoque ao jornalismo de serviço e às seções especiais. Para eles, existe uma grande oportunidade no ambiente digital para trabalhar seções consideradas softs mas que ainda estão muito presas ao impresso. A empresa aponta que deve fazer apostas digitais nessas áreas para ter mais competitividade citando os projetos recentes Cooking e Watching.
Foco nos leitores
Por mais óbvio que pareça, o relatório destaca que os leitores devem ser uma parte maior do esforço da empresa. A participação dos usuários e suas capacidades de compartilhamento são vitais para o fortalecimento da marca. O NYT cita o exemplo do recebimento de seis mil respostas à petição para que mulheres da Arábia Saudita contassem suas vidas,frustrações e ambições. “Talvez, nada construa tanto a lealdade do leitor como o engajamento e o sentimento de pertencer a uma comunidade.”
O papel do jornalista em meio à transição
As mudanças aplicadas na equipe, segundo o informe, não devem ser em funções econômicas, mas baseadas na necessidade de inovação da empresa. Deve existir um alinhamento entre “as habilidades dos nossos jornalistas e nossas ambições jornalísticas” A empresa ressalta a necessidade de que os jornalistas atuais precisam ampliar sua forma de atuação, olhar, abrir a mente e adquirir novas habilidades.
Diversidade é o segredo de um conteúdo atrativo
Outro aspecto destacado como prioridade pelo NYT é a diversidade. Seja na composição de suas equipes, ou nas pautas e discussões. “Aumentar a diversidade de nossa redação significa mais negros, mulheres, pessoas quem vivem fora das regiões metropolitanas, jornalistas jovens.” Essas mudanças serão a chave para a produção de um jornalismo mais rico e atrativo.
“A empresa ressalta a necessidade de que os jornalistas atuais precisam ampliar sua forma de atuação e olhar, abrir a mente e adquirir novas habilidades”
Desapego do passado
Por fim, o NYT deixa claro seu esforço em refletir o presente e o futuro digital ao invés de ficar apegado ao passado impresso. “Necessitamos de uma redação mais ágil e melhor na hora de assumir riscos que no passado. Devemos levar mais a sério a gestão e agir menos por instinto. Passamos vinte anos retocando estruturas organizacionais e processos nascidos das demandas da edição impressa. Porém, chegou a hora de ser mais agressivo.”
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